Com mais de 200 jovens, XV Teia Cabocla é realizada às margens do rio Tapajós, na Amazônia

15 de setembro de 2015 por Lilian Campelo

Por: Portal da Juventude

A Teia Cabocla chegou em sua 15ª edição nos últimos dias 10 a 12 de setembro deste ano. O evento é um grande encontro das juventudes de comunidades ribeirinhas dos rios Tapajós e Arapiuns, no oeste do estado do Pará, na Amazônia.

O evento aconteceu na comunidade da Vila do Amorim, localizada a cerca de três horas de distância da cidade de Santarém (PA), a terceira maior do estado. Por volta de 120 famílias moram no Amorim e receberam os cerca de 200 jovens presentes em suas casas.

A Teia é realizada há mais de uma década pelo Projeto Saúde e Alegria, iniciativa que leva assistência médica, atividades de prevenção e formação em saúde comunitária, oficinas de educomunicação e eventos culturais para as comunidades às margens dos rios Tapajós e Arapiuns.

O tema da XV Teia Cabocla foi “O Estatuto da Juventude e a voz dos jovens da Amazônia”. Em pauta, os dois anos de aprovação do Estatuto e sua relação com as juventudes da região.

Além disso, em função do trabalho desenvolvido pela Rede Mocoronga de Comunicação Popular – projeto capitaneado pelo Projeto Saúde e Alegre -, o tema da mídia livre foi bastante abordado pelos jovens presentes.

A Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) esteve presente no primeiro dia da Teia e participou das mesas de abertura e de debate sobre o Estatuto da Juventude.

Cresce o número de comunitários em busca de informações sobre a Meliponicultura

20 de fevereiro de 2015 por Lilian Campelo
Foto Ilustração

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A meliponicultura é a prática de se manejar o desenvolvimento da produção de mel de abelhas sem ferrão, e é sobre essa atividade que nos dias 26 a 28 de fevereiro será realizada uma formação na Comunidade de Vila do Amorim, localizada na Resex Tapajós-Arapiuns.

Alexandre Goudinho, técnico do ATER no Projeto Saúde e Alegria e facilitador da oficina, também é meliponicultor na comunidade onde mora, em Anã. Ele informa que existem 12 famílias que exercem a atividade com  800 colmeias num total, a produção por ano é  aproximadamente, 500 a 600 litros de mel.

A criação de abelha sem ferrão não exige grandes investimentos, o baixo custo é um dos fatores que contribui para desenvolver a atividade, podendo ser realizada por mulheres, homens e jovens. A prática já é desenvolvida por muito comunitários dentro da Resex e, segundo Alexandre, a cada ano que passa muitos moradores estão se interessando cada vez mais.

As abelhas desempenham um papel fundamental como polinizadores, garantindo a sobrevivência de plantas nativas e cultivadas. Apesar da sua grande importância ecológica, muitas espécies de abelhas sem ferrão estão sendo dizimadas, seja pelo desmatamento e queimadas ou uso de agrotóxicos. A meliponicultura contribui com a preservação do meio ambiente, colabora com a geração de renda para quem exercer a atividade e oferta um produto natural e extrativista.

 

Projetos selecionados no encontro Tipiti incentivam protagonismo juvenil

11 de fevereiro de 2015 por Lilian Campelo

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14 propostas foram selecionadas pela Chamada de Apoio às Iniciativas Juvenis que faz parte do Projeto de Educação pelos Direitos das Crianças e Jovens da Amazônia desenvolvido pelo Saúde e Alegria com patrocínio do programa Petrobras Socioambiental

 

Tipiti. Feito do trançado de palha é um instrumento que possui dupla finalidade. É nele que se espreme a mandioca moída para a produção da farinha, para tirar a massa, o tucupi e a tapioca. Este utensílio simples e sofisticado dos povos da floresta ensina que tudo pode ser aproveitado. Pegando carona nessa sabedoria, foi construída a metodologia do encontro com os jovens que enviaram suas para a 1a Chamada de Apoio às Iniciativas Juvenis Comunitárias.

O Encontro Tipiti foi realizado nos dias 4 a 6 de fevereiro. Participaram 28 jovens de 12 comunidades, tanto da Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, quanto da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns, além de jovens da sede do município de Belterra. Foram enviados cerca de 30 propostas, destes, 14 foram selecionados abordando diferentes temáticas: comunicação, inclusão digital, arte e cultura, esporte, meio ambiente e saúde, todos vinculados aos direitos das crianças e dos adolescentes.

Natalina Oliveira, jovem liderança na comunidade de Vila de Boim e uma das integrantes do grupo que irá desenvolver o projeto ‘Um Gol de Cidadania na Floresta’. Ela relata que muitas crianças do interior não possuem muitas opções de lazer. O grupo irá utilizar o futebol para mobilizar o jovem e explica qual o objetivo do projeto. “O Gol pela Cidadania na Floresta visa formar novas lideranças a partir do futebol, e através dessa atividade mobilizar os jovens para realizar 4 oficinas complementares sobre a questão da violência, drogas, doenças sexualmente transmissíveis e participação comunitária”, finaliza.

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Orientação nos ajustes finais dos projetos enviados pelos jovens

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Final da Copa Floresta Ativa debateu os desafios da juventude na Resex Tapajós-Arapiuns

27 de agosto de 2014 por Lilian Campelo

 

Final da Copa Floresta Ativa em Anã

Final da Copa Floresta Ativa em Anã

 

Dois dias e o evento mobilizou cerca de mil pessoas. Os jovens deram seu recado no seminário com propostas nas áreas de educação, comunicação, organização, cultura, trabalho e renda, estes foram os temas debatidos nas atividades educativas.

“A juventude de hoje ainda precisa de muito apoio, começando dentro da sua própria casa, mas também precisamos ser olhados pelas pessoas de fora, pelas autoridades. É isso que precisamos, nos sentir valorizados”. A fala é da jovem Regina Melo, da Vila do Amorim durante a abertura do seminário ‘Comunidades da Amazônia pelos direitos das crianças e jovens da floresta’ no evento da final da Copa Floresta Ativa.

Foram dois dias de intensas atividades. O evento ocorreu na Comunidade de Anã entre os dias 22 e 23. A abertura começou com o seminário. Representes da Tapajoara (Associação das Comunidades da Reserva Extrativista Tapajós- Arapiuns), Ceapac (Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária), Projeto Saúde e Alegria (PSA), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e a diretora da Escola da Comunidade de Anã compuseram a mesa de abertura.

Representantes da juventude na mesa de abertura

 

Regina Melo tem 22 anos e desde os 8 participa de ações junta a sua comunidade. Atualmente é coordenadora do Grupo de Jovens Unidos em Cristo (JUC) e conta que os desafios são grandes quando o assunto é envolver o jovem na discussão dos problemas da Resex. Ela esclarece que o afastamento em muitos casos se deve a desmotivação do jovem em reuniões por vezes longas e cansativas, e é necessário criar meios e formas de diálogos utilizando uma linguagem que o jovem entenda e se sinta atraído e valorizado.

Rivelino de Sousa Viana, 41 anos, da comunidade de São Pedro também fez parte da mesa representando a juventude. Assim como muitas lideranças ele começou na Pastoral da Juventude e representou naquele momento a lembrança de que todos passaram pela fase das espinhas no rosto. Rivelino diz que é na família a base para que o jovem se sinta seguro e relata. “Eu tenho uma filha de 15 anos e sempre a incentivei a participar das atividades da minha comunidade. O que impede a participação da juventude em muitos casos são a timidez e o medo de errar, então a família deve apoiá-los e serem os primeiros a acreditar na sua capacidade”.

GTs da juventude apontam caminhos

Foram cinco GTs apresentados durante o seminário

Foram cinco GTs apresentados durante o seminário

Após a abertura os jovens presentes se reunirão em Grupos de Trabalhos-GTs para discutir e propor novas ideias para os problemas já mapeados na Resex pelo PSA. A pesquisa foi realizada em 35 comunidades. O resultado gerou cinco diagnósticos, cada um contendo os problemas apontados pelos adolescentes. No item ‘Organização e Mobilização’ foram apontados cinco problemas dentre eles, ‘Os jovens não se sentem valorizados pelas lideranças e não têm voz lá fora’; ‘Os grupos de jovens precisam de apoio e orientação sobre o que fazer’. Os outros quatro tratam sobre ‘Educação Comunitária e Comunicação’; ‘Educação’; ‘Trabalho e Renda’ e ‘Cultura e Talentos’.

Uma chuva de ideias e propostas foi apresentada pelos GTs aos membros da Tapajoara e convidados como a criação de uma Casa Familiar Rural; reativação das Rádios comunitárias; resgate e revitalização de danças culturais; reuniões mais dinâmicas; criação de cooperativas que possam fortalecer a agricultura familiar e participar de políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e uma secretária da juventude na Tapajoara, a jovem que expôs argumenta. “Já participei da reunião da associação e lá quando há reunião todos os representantes falam, então porque não ter um representante do jovem na associação?”. Neste momento a exaltação encheu o barracão com o espirito da juventude, lembrando as características inerentes dessa fase, determinação e coragem.

Edital para iniciativas juvenis

O PSA lança Chamada de Apoio a Iniciativas Juvenis

 

Depois das apresentações foi anunciando durante o seminário a abertura da Chamada de Apoio a Iniciativas Juvenis Comunitárias pelos Direitos das Crianças e Jovens da Amazônia. Fábio Pena, um dos coordenadores do PSA apresentou o edital.

Está é uma oportunidade para que o jovem e a sua comunidade possam por em prática as ideias sugeridas através da chamada de apoio. Ele explicou como irá funcionar a chamada e os projetos podem ser conduzidos pelos jovens e seus apoiadores como professores, educadores populares e lideranças comunitárias.

O lançamento da chamada não poderia ser em melhor momento. A Copa Floresta Ativa não está vinculado somente ao esporte, mas acima de tudo a parte educativa, este é o foco que cumpre o papel do PSA juntamente com os parceiros.

O edital foi escrito de forma bem didática, direcionada para os jovens. O PSA e parceiros irão selecionar as melhores ideais e ajudarão com capacitação, apoio técnico e material. O objetivo da chamada é incentivar os jovens a buscarem soluções para os problemas comunitários, principalmente relacionados às crianças e adolescentes. As iniciativas podem ser de cunho social, educativo, ambiental, econômico e cultural.

 

Créditos das Fotos: Rafael Serique