Atividade educativa em Maripá e aldeia Solimões leva conhecimento sobre direitos e diversão

29 de janeiro de 2019 por Samela Bonfim

Oficina despertou interesse dos moradores sobre os cinco direitos fundamentais da criança e adolescente e impulsionou a participação deles nas ações comunitárias por uma sociedade melhor

A turma ficou super animada com o conteúdo das oficinas socioeducativas promovidas na sexta-feira (25). De forma descontraída, um assunto sério para o conhecimento de todos: o acesso aos direitos preconizados no Estatuto da Criança e Adolescente, um deles em especial – o direito a convivência familiar e comunitária.

Baseado nessa premissa os participantes foram instigados a participar de uma roda de conversa para refletir sobre as atividades que desenvolvem nas comunidades de origem e de que forma isso pode ajudar na construção de um cidadão participativo e de uma sociedade melhor.

A arte educadora Elis Lucien destacou a dinâmica realizada nas duas comunidades: “eles mapearam problemas encontrados, como a falta de envolvimento de jovens nos movimentos, falta de formação para ju

ventude e lideranças, e que precisam correr atrás dessa formação. Estudamos o ECA e escolhemos para trabalhar nessas regiões com dinâmicas da roda de conversa, com elaboração de perguntas que nortearam o diálogo: O que é o movimento comunitário? Quais os movimentos que existem na sua comunidade? Você gostaria de participar de algum?” – explicou.

Ao fim da dinâmica, eles participaram de uma animada apresentação de circo e reforçaram o compromisso de atuar nas próprias comunidades para o bem coletivo.

A atividade “é parte das ações do projeto Rede Juventude Floresta Ativa que tem por objetivo contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia” disse Fábio Pena, da coordenação de educação do PSA.

 

 

Conferência Ethos discute soluções para desenvolvimento social e econômico da região amazônica

29 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Segunda edição do evento foi realizada na capital do estado do Pará e reuniu líderes, empreendedores e especialistas que destacaram possíveis caminhos para a construção democrática local

Mais de cinquenta palestrantes foram distribuídos em 20 painéis que dialogaram sobre desafios e as conquistas para o crescimento e desenvolvimento do Pará e da região amazônica. Questões como “Visão empresarial para a Amazônia: o engajamento para o desenvolvimento social e econômico” e “Pesca sustentável na costa e nos rios da amazônia” estiveram entre os temas discutidos entre os participantes que representam diferentes categorias da sociedade. 

Uma das maiores preocupações de estudiosos e pesquisadores esteve em evidência: “Águas da Amazônia: a poluição e o acesso a água potável” e foi amplamente discutido entre os componentes do painel: professor titular da Faculdade de Geologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará – Milton Matta, coordenadora de relacionamento com Associados do Instituto Ethos – Milene Almeida, professor do núcleo de Meio Ambiente da UFPA – Ronaldo Mendes e coordenador geral do Projeto Saúde & Alegria – ​ Caetano Scannavino que comentou sobre a necessidade do diálogo aberto: “É um evento que reúne várias pessoas, representantes de diversos setores, onde abre-se um debate plural, um ambiente para diálogos e conseguimos construir uma agenda positiva para manter a floresta em pé, com desenvolvimento para todos e não apenas para alguns”.

Scannavino destacou a necessidade de discutir assuntos de diferentes temáticas que promovem o bem estar coletivo. “Pensar em pólos industriais em Santarém, verticalizando a produção e fazendo com que o vale do Tapajós seja mais sustentável. Estamos liderando o futuro, criando novos paradigmas e aproveitando oportunidades com envolvimento do setor produtivo, social, acadêmico com pensamento em uma agenda mais focada no modelo de desenvolvimento rumo ao futuro” – finaliza.

Para o diretor presidente do Instituto Ethos – Caio Magri: “O desenvolvimento local é a temática central dos 20 painéis. Esperamos abrir caminho para a discussão sobre temas específicos da Amazônia como o combate à degradação ambiental e ao trabalho escravo e a problemática da morte de ativistas do meio ambiente, entre outros. Dessa forma, palestrantes e espectadores possuem espaço para discutir as alternativas para a construção democrática local”.

Assuntos em destaque

Além dos painéis citados, outros dezessete foram realizados na segunda Conferência Ethos: Comércios justos e os territórios de diversidade socioambiental; Oportunidades para alavancagem da Conservação da Biodiversidade em grandes projetos; Desafios da mineração na Amazônia: riscos ambientais e desenvolvimento sustentável; Violência e violação dos direitos humanos: lideranças e comunidades afugentadas; Rating Integra: governança e transparência no esporte brasileiro; Diálogos intersetoriais em Direitos Humanos: caminhos para o compromisso empresarial no norte e nordeste; Um recife improvável – conhecendo os corais da Amazônia; Alternativas de desenvolvimento econômico e social para municípios da Amazônia: cooperação entre governos, empresas e sociedade civil; As mulheres e a escravidão contemporânea;

A importância do compromisso da alta liderança para a efetividade dos programas de integridade e conformidade: operações na região amazônica; O papel do empreendedorismo de pequeno porte na promoção do desenvolvimento sustentável; Expansão da fronteira do agronegócio na Amazônia: a lógica de mercado global nas bordas da floresta; Diversidade e inclusão nas empresas: agenda estratégica, reflexos nas lideranças e nos resultados; Águas da Amazônia: a poluição e o acesso a água potável; Zona Franca – alternativas e sugestões para o combate eficaz à fraude em incentivo fiscal; Diálogo democrático, estratégias e trajetórias de desenvolvimento sustentável; Mulheres indígenas em defesa de seus povos e da Amazônia; Como conciliar conservação ambiental e produção agropecuária para o desenvolvimento sustentável do Brasil?; Movimento Empresarial pela Integridade e Transparência: ressignificação do papel das empresas na sociedade em prol de uma cultura de integridade.

Conferência

O Instituto Ethos se dedica à agenda dos Direitos Humanos e sua transversalidade em outras agendas, como por exemplo o meio ambiente há 20 anos. A primeira Conferência foi realizada em São Paulo, mas também aconteceu no Rio de Janeiro, onde já realizou três edições e este ano promoveu a segunda realização em Belém.

Encontro de Acolhimento, Cura e Empoderamento das Mulheres Indígenas do Baixo Tapajós marca Caravana das Encantadas

5 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Evento realizado nos dias 02, 03 e 04 contou com vasta programação que destacou direitos da Mulher, Direitos Indígenas, combate a violência e realização de oficinas

Organizado pelas Suraras do Tapajós, o encontro promovido em três dias reuniu jovens e mulheres indígenas da região do Tapajós/Arapiuns. O grupo é um coletivo de mulheres indígenas, sem fins lucrativos, que atua no Baixo Tapajós com a missão de combater a violência e racismo, e no empoderamento econômico e político de mulheres indígenas desse território.

Uma das reuniões definiu o conteúdo da Campanha de combate às violências contra a mulher indígena e definição da Estratégia de Adesão a Campanha 21 dias de ativismo: pelo fim da violência contra mulheres.

Dinâmicas criativas auxiliaram na condução das temáticas idealizadas para promover o conhecimento da representatividade das instituições jurídicas.

Além dos seminários, integrantes das discussões participaram de pinturas corporais, Oficinas de biojóias, de arco e flecha, cerâmicas, grafismo em cuias, confecção de instrumentos musicais
Oficina de garrafadas e banho de ervas (medicinais), Economia solidaria e criativa e Empreendedorismo Social.

O Encontro de Acolhimento, Cura e Empoderamento das Mulheres Indígenas do Baixo Tapajós é realizado com o apoio do Fundo Elas: Fale sem medo – Instituto Avon; Engajamundo; KAS – Fundação Konrad Adenauer.

Jornada de formação para o ativismo juvenil reúne mais de 60 participantes na Floresta Ativa

22 de outubro de 2018 por Samela Bonfim

Por três dias jovens integraram rodada de discussões sobre problemas e ações necessárias na defesa de direito das populações tradicionais da região. No segundo ciclo, moradores da Resex Tapajós Arapiuns, Flona, Planalto e PAE Lago Grande se encontraram na Floresta Ativa Comunidade Carão – Resex Tapajós-Arapiuns

Lixo, território, agronegócio e pesca predatória estão entre os temas discutidos no encontro que visa formar jovens articuladores e defensores dos próprios direitos e territórios. Os participantes da jornada de ativismo juvenil são indígenas moradores de comunidades tradicionais que enfrentam desafios para manter a cultura local com acesso aos direitos garantidos por lei.

No encontro os jovens participaram de diversas atividades voltadas a formação crítica para identificar possíveis problemas que atingem as comunidades a qual fazem parte e sugestões de ações que possam reverter a situação atual. Divididos em grupos de temas específicos, foram estimulados a usar a metodologia do Mob Lab que aponta problemas, causas e efeito com foco ao mundo ideal nas esferas individual, coletivo e político.

Os indígenas consideram a comunicação como ferramenta essencial para avanço do ativismo na região, e por isso mapearam os tipos de comunicação existentes dentro da comunidade e o que precisam fazer para melhorá-la. Para o facilitador do encontro Walter Oliveira: “Com essas ferramentas a galera da Amazônia pode ser ouvida. É importante para as populações tradicionais planejar o futuro por meio dessas ações” – explica.

 

Oliveira destacou os tipos de manifestação ativista que desaprova a “baderneira e violenta. Usamos estratégias para atingir o alvo”. Por meio de teatro, banner humano, flash mob o facilitar mostrou aos participantes como a criatividade pode ser aliada na transformação da realidade por meio da ação prática.

A formação é uma parceria do Projeto Saúde e Alegria com a organização de liderança jovem Engajamundo, sem fins lucrativos que promove formações, mobilização e ações de ativismo, com foco ao empoderamento da juventude para reivindicar melhorias em diversas esferas de poder. Este foi o segundo ciclo da Jornada de formação para o ativismo juvenil de um total de cinco que devem ocorrer nas comunidades.

Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia nas comunidades de Aracampina e Aldeia Solimões

24 de julho de 2018 por Elis Lucien

O Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia irá implementar um local piloto para testar a abordagem de ciência cidadã, utilizando o aplicativo Ictio envolvendo escolas de comunidades tradicionais, integradas em um programa de educação ambiental ou de ciência, em que professores e alunos monitorem a diversidade de peixes catalogados nessa etapa pelos pescadores e pescadoras selecionadas.

O projeto será realizado de Maio a Dezembro nas Bacias do Tapajós e Amazonas em parceria com alunos, professores, pescadores e pescadoras das comunidades de: Aracampina que fica localizada no Projeto de Assentamento Ituqui (PAE-Ituqui), às margens do rio Amazonas, com seus 260 habitantes, com 16 lagos e 3 igarapés e a Aldeia Solimões localizada na margem esquerda do Rio Tapajós afluente do rio Amazonas, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns que é uma das maiores Unidades de Conservação no Brasil.

A Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (SAPOPEMA), Projeto Saúde e Alegria (PSA) e outras Instituições convidadas durante seis meses irão incentivar o engajamento de jovens e moradores no monitoramento dos recursos pesqueiros da região e ajudar a formar uma nova geração de lideranças comunitárias comprometidas com a conservação dos recursos pesqueiros.

No último 20, o lançamento ocorreu em Aracampina na sala da Escola São Sebastião com a presença de lideranças, diretor, professores, alunos que falaram da importância desse projeto na área ambiental para aquela região, pois já havia algum tempo um projeto desse porte na área de várzea. Na aldeia Solimões o Cacique Lenoir deu as boas vindas a equipe no Barracão Comunitário falando da parceria com o Projeto Saúde e Alegria que já atua na região a 30 anos, trazendo projetos para desenvolvimento comunitário partindo da realidade local oportunizando as futuras gerações dentro de cada comunidade que atua.

 

 

O Vale do Tapajós

20 de julho de 2017 por Fábio Pena
Festival “Beiradão de Oportunidades” mobiliza jovens da Amazônia para o empreendedorismo, inovação e tecnologia
 

Entre 6 e 8 de julho, o Festival reuniu jovens e lideranças locais para ampliarem seus conhecimentos sobre empreendedorismo e negócios sociais. Após o evento, os participantes poderão se inscrever em um curso para desenvolver seus próprios projetos que ajudem a melhorar o pé de meia sem precisar sair de onde moram. E também a comunidade onde vivem.

Um dos principais desafios da juventude é a construção de seus projetos de vida. Em um cenário com poucas oportunidades de inclusão produtiva no mercado formal, mas ao mesmo tempo com muitas possibilidades para inovar, criar novas formas de geração de renda, a região do Tapajós, município de Santarém — PA, é desafiadora.

Para contribuir com esse desafio, o Projeto Saúde e Alegria é executor de um projeto de formação de empreendedores que incentiva, capacita e empodera jovens para que gerem e implementem — inclusive com acesso às tecnologias — novas soluções e oportunidades para a transformação de suas vidas e do seu entorno comunitário. O projeto é realizado em parceria com a Fundação Telefônica Vivo desde 2014, através do Programa Pense Grande, uma metodologia criada de forma colaborativa com organizações de outras regiões do pais, adaptada a cada contexto.

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I Happy Hour Amazônico – Um Encontro Ambiental Tapajônico

25 de maio de 2016 por Adriane Gama

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Um happy hour é um evento informal por meio do qual, após um árduo expediente de trabalho, colegas ou amigos se reúnem para comer, beber e descontrair. Assim como nos grandes centros urbanos, aqui em Santarém, no interior do Pará, essas ocasiões acontecem em vários espaços sociais. Embora o happy hour não seja a única maneira de estreitar relações, é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas, explorar afinidades e descobrir interesses em comum.

É esta a motivação que levou um grupo de ativistas locais a criar o inédito Happy Hour Amazônico. A inspiração veio do Projeto de Jornalismo Ambiental Media*, idealizado pelo jornalista paulista Thiago Medaglia em parceria com a Rede InfoAmazônia. Trata-se de um movimento que tem, como uma de suas propostas fundamentais, unir profissionais de mídia e pesquisadores. O ponto de encontro virtual para essa comunidade inovadora é um grupo virtual no Facebook (chamado Ambiental Media), criado para conectar cientistas a jornalistas, fotógrafos, designers, programadores, cinegrafistas, ilustradores e outros. No grupo, os membros são os protagonistas e, por iniciativa própria, já organizaram um primeiro Happy Hour Ambiental em São Paulo. Outros eventos do tipo estão a caminho no Rio de Janeiro e em Florianópolis.

No caso do Encontro Tapajônico, queremos envolver protagonistas engajados em contribuir com a difusão do conhecimento ambiental livre e consciente na região amazônica. Uma feliz hora de reunir organizações sociais e ambientais, coletivos culturais e digitais, universidades e comunicadores, experimentando um espaço interativo e livre, bem ao lado do encontro dos Rios Tapajós e Amazonas, que dialoga tecnologia, ciência, jornalismo, mídia e cultura. Enfim, um convite para debater sobre os desafios atuais e futuros da Amazônia.

E esse evento vai muito além de um encontro casual e animado entre os protagonistas locais. Do Happy Santarém pode surgir alternativas criativas de rede de comunicação comunitária ou mesmo juntar-se ao próprio grupo da Ambiental Media no Facebook, interagindo com pessoas que estão fazendo a diferença em outros territórios do planeta e por aqui mesmo na Amazônia.

Para isso o evento trará a participação on line, de Thiago, Fundador da Ambiental para apresentar o seu case jornalístico e suas percepções sobre como podemos potencializar nossas ações socioambientais e digitais em redes colaborativas. “Acredito que as redes sociais são um poderoso motor para gerar impacto socioambiental por meio do jornalismo e da difusão do conhecimento”, afirma Thiago.

Este especial encontro ainda terá outros momentos marcantes com intervenções sociais de parceiros e participantes, apresentação de fotografias amazônicas, boa música ambiente e regional, e finalizando com apresentações musicais de talentosos artistas ativistas genuinamente paraense: Priscila Caetano, Nato Aguiar, Cristina Caetano e Livaldo Sarmento. Este evento coletivo tem o apoio colaborativo da Secretaria Municipal de Cultura, do Projeto Saude e Alegria e do Coletivo Puraqué.

O Coletivo EcoLógicas, coordenado pelas ativistas ambientais: Adriane Gama, Elis Lucien e Leila Verçosa, organizadoras locais desse encontro amazônico juntamente com colaboradores engajados, em estado de entusiasmo e compromisso, fica muito feliz em contribuir com essa ponte de conexões de midiativismo ambiental e aproveita para convidar as pessoas a participarem desse descontraído Happy, aberto ao público!

Estamos com uma página de evento no Facebook, onde lá já começa as interações entre os ativistas, e logo serão convidados a responder a nossa pergunta chave, a nossa hastag: Afinal de contas, qual é #atuanaamazonia

Programação do Happy Hour Amazônico

18h – Abertura

  • Intervenções sociais e exposições de fotografia da Amazônia e Djs.

  • Fala on line do jornalista Thiago Medaglia (Ambiental Media)

20:30h – Apresentações de cantores ativistas: Priscila Castro, Nato Aguiar, Cristina Caetano e Livaldo Sarmento.

Local: Praça do Mirante

Data: 30 de maio (segunda-feira)

Confirme sua presença no evento Happy Hour Amazônico: https://www.facebook.com/

Vamos! Aguardamos por todos vocês! Um abraço e até lá!

*”O Ambiental Media, idealizado pelo jornalista Thiago Medagllia, é um espaço onde jornalistas, programadores, fotógrafos e pesquisadores podem encontrar interesses em comum e discutir tendências em tecnologia, jornalismo e difusão do conhecimento. A ideia é explorar ao máximo os pontos convergentes: ferramentas de mídia para os pesquisadores e fontes consistentes de conteúdo para jornalistas e entusiastas.” https://www.facebook.com/

Mais sobre o projeto Ambiental Media aqui (em inglês): https://medium.com/journalism-innovation/we-created-a-facebook-group-and-that-is-generating-news-4bd9a39aa709#.wq3skxor7

Encontro Juvenil de Midiativismo da Rede Mocoronga

29 de fevereiro de 2016 por Adriane Gama

Um Encontro Local de Midiativismo realizado na sede do Projeto Saúde e Alegria – PSA, contou com a presença, na maioria, de jovens comunicadores da Rede Mocoronga, da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns: Carão, Pedra Branca, Suruacá, Aldeia de Muratuba, Vila do Amorim, Tucumatuba, Parauá, Vila de Boim – Rádio Integração, São Pedro e Prainha I, da FLONA. O evento promovido pela Educom/PSA, no dia 22 de fevereiro, mediado pela ativista social Márcia Gama, teve ainda a participação do coordenador do Greenpeace, Danicley de Aguiar, com intuito de dialogar acerca dos impactos do complexo hidrelétrico na Bacia do Tapajós.

Fábio Pena, coordenador pedagógico do PSA apresentou o objetivo da oficina e falou da importância dos jovens tornarem-se formadores de opinião em suas comunidades, buscando informações reais com base técnica, científica e jurídica, como no caso do projeto Complexo Hidrelétrico do Tapajós (São Lúís/PA) e seus esclarecimentos quanto ao EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental). A oficina teve como ferramentas de pesquisa, a revista do Greenpeace lançada sobre o tema, A Luta pelo Rio da Vida, além de outras mídias jornalísticas.

Pela tarde, as atividades foram conduzidas pelas educomunicadores do PSA, Elis Lucien, Leila Verçosa e Adriane Gama. A metodologia utilizada foi uma apreciação crítica de vídeos com diversos pareceres em torno do tema das Hidrelétricas no Tapajós. Após a verificação midiática, os jovens defenderam suas opiniões e lançaram vários questionamentos sobre o assunto. O debate mais enfático foi sobre o posicionamento dos jovens das Unidades de Conservações situadas no Rio Tapajós como atingidas pelo complexo, mesmo estando localizadas no baixo Tapajós, e não no médio e alto Tapajós, como as outras comunidades mais próximas ao Complexo Hidrelétrico de São Luís. A conscientização da causa e busca de assessorias idôneas foi uma das pautas do encontro.

Por fim, uma atividade foi desenvolvida pelos jovens em trabalho de grupos para realizarem propostas de produtos criativos de midiativismo com matérias para suas rádios comunitárias ou jornal formativo local. A ideia do encontro foi buscar a acessibilidade e democratização de informações sobre temas relevantes da região, a fim de pesquisar por mais informações para maior esclarecimento das causas e replicá-las em suas comunidades e em entorno.

Para o jovem Benezildo Costa, da comunidade de São Pedro, ressaltou que “o encontro foi além de um grande esclarecimento, uma formação para nós jovens na disseminação de conhecimentos sobre o empreendimento, assim como compreender a força dos atores sociais e suas lutas da causa.

Chamado da Floresta traz governo para falar com extrativistas e tem protesto indígena

3 de novembro de 2015 por Patrícia Kalil

As reivindicações dos povos da floresta no Brasil e a importância do desenvolvimento sustentável na Amazônia

“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”. — Chico Mendes

Patrícia Kalil
— especial para Rede Mocoronga

fimdatarde1Embarcações que levaram participantes para o III Chamado da Floresta no pontão de areia da comunidade de São Pedro, na Resex Tapajós-Arapiuns.

“Como movimento extrativista, não queremos marchar até Brasília, queremos que Brasília marche até a floresta. O que os olhos veem, o coração sente” — Joaquim Belo, presidente CNS

A oito horas de barco de Santarém, o III CHAMADO DA FLORESTA reuniu cerca de 2 mil lideranças amazônicas, além da juventude ribeirinha, para debater reivindicações sobre as condições extrativistas e a importância do fortalecimento e resistência das famílias que vivem na floresta para a conservação do meio-ambiente.

O encontro organizado pelo Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS) aconteceu dentro de uma das maiores unidades de conservação do país, a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, na Amazônia paraense, representando o grito de 1 milhão de brasileiros e cerca de 150 mil famílias extrativistas que pedem pelo reconhecimento de assentamentos como áreas protegidas, com plano de manejo florestal comunitário e familiar, políticas de geração de renda com crédito para uso sustentável, processamento e distribuição de diversos produtos amazônicos, políticas de educação técnica-profissionalizante e superior voltada para a floresta, certificação especial, além das demandas básicas para infraestrutura de abastecimento, esgoto, coleta de lixo, energia e comunicação/internet.

Diversos políticos estavam presentes, entre eles prefeitos de municípios do oeste do Pará, além de secretários e técnicos de cinco ministérios e ministros.

ministraterezacampelloMinistra Tereza Campello do Ministério do Desenvolvimento Social na comunidade de São Pedro, da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, durante o evento

“Meu primeiro recado é que não aceitamos hidrelétricas no Tapajós. Nós queremos nossa floresta em pé e embaixo dessa floresta existe gente” — Auricelia Arapiun, líder do Movimento Indígena na mesa com ministros

Tapando os ouvidos ao recado dado pelas lideranças indígenas presentes no encontro, Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social (MDS), abriu seu discurso dizendo que os povos da floresta não podem ser tratados como invisíveis e que essa é uma luta histórica hoje reconhecida pelo governo. Como o mesmo governo que ignora consecutivos desastres socioambientais com a construção de hidrelétricas na Amazônia (um, dois, três, quatro…) se diz atento às demandas desses povos que nascem, crescem e vivem há séculos com a cultura da floresta? Como o mesmo governo que impulsiona e dá força à mineração, ao agronegócio e à agropecuária na Amazônia se diz ao lado do pequeno produtor, da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável?

Sem dar luz a assuntos polêmicos ou falhas do governo na gestão e proteção dos recursos naturais e florestais, a ministra falou sobre a importância estratégica do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e de incentivo à agricultura familiar nas reservas extrativistas.

Na mesma mesa, a secretaria executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Maria Fernanda Coelho, falou sobre a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) na Amazônia e recursos federais para agroindustrialização de negócios de geração de renda na região.

alexandrevonNo microfone, Alexandre Von (PSDB), prefeito de Santarém. À esquerda, o Secretário de Desenvolvimento Rural Sustentável e Extrativismo do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Guedes. À direita, o presidente da CNS, Joaquim Belo, a vice-presidente do CNS Edel Moraes e o presidente do ICMBio, Claudio Maretti.

plateiaPrefeita Dilma Serrão (PT) no Chamado da Floresta. Outros prefeitos também estavam no público.

PEC215 e Hidrelétricas no Tapajós

coverCacique Emanoel Abraão da Aldeia Muratuba, durante III Encontro da Floresta

“Temos um sol maravilhoso, não precisamos de barragem. Chega de matança dos povos indígenas e lideranças dos povos da floresta. O governo não faz nada para amenizar a situação da gente” — Auricelia Arapiun, líder do Movimento Indígena

O encontro começou um dia depois da bancada ruralista conseguir a primeira aprovação da PEC215 na Câmara de Deputados para alterar a Constituição e dar ao Congresso a atribuição de definir Terras Indígenas, Unidades de Conservação e quilombos, além de permitir empreendimentos econômicos nessas áreas.

As lideranças indígenas presentes no encontro manifestaram-se para pedir reconhecimento e demarcação de terras, falar em nome dos Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul, dos Guajajara e Awá-Guajá do Maranhão, dos Araweté, Assurini, Kayapó, Kraô, Apinajés, Gavião, Munduruku, Arara, Xipaya, Xicrin, Juruna, Guarani, Tupinambá, Tembé, Ka’apor, Tupinambá, Tapajós, Arapyun, Maytapeí, Cumaruara e Karajas, representando populações indígenas que sofrem com a tragédia de Belo Monte e outras populações ameaçadas por projetos hidrelétricos na Amazônia.

Sem citar a questão indígena, Cláudio Maretti, presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), defendeu a importância da criação das reservas extrativistas de uso sustentável no país, mas lembrou que a gestão delas só é possível com a participação das famílias que vivem em cada uma delas.

indigenas1Contra a PEC215 e a construção de hidrelétricas no Tapajós

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Contra a PEC215 e a construção de hidrelétricas no Tapajós

ONGs atendem ao chamado

Diversas ongs estavam presentes no evento, entre elas o Projeto Saúde e Alegria (PSA), que tem forte atuação na Resex Tapajós-Arapiuns. Além da presença da trupe do circo, jovens da rede de jornalismo comunitário da Rede Mocoronga fizeram a cobertura em vídeo e rádio do evento, que foi ao ar na Rádio Rural AM (http://www.radioruraldesantarem.com.br/). Na página do Facebook do projeto, também é possível acompanhar vídeos feitos pelos jovens da comunidade: https://www.facebook.com/saudeealegria/?fref=ts.

grancircoA equipe de arte educadores e circo do Projeto Saúde e Alegria, que tem mais de grande atuação na Reserva Tapajós-Arapiuns

Grupos de trabalho durante III Chamado


professoresOs professores do Sistema Modular de Ensino Médio Ilana Melo de Souza e Eder Clay Araújo no evento

Durante a primeira tarde do encontro, os participantes se dividiram em grupos de trabalho temáticos para levantar propostas que serão enviadas ao governo federal na próxima semana. Acompanhe abaixo um resumo das propostas debatidas em cada grupo de trabalho.

Políticas agrárias

Os participantes levantaram a necessidade de regularização fundiária imediata das unidades de conservação e reversas extrativistas para combater a violência no campo; o encaminhamento dos processos de criação de novas reservas que estão praticamente concluídas no ICMBio e INCRA; o reconhecimento de territórios tradicionalmente ocupados; a agilização de planos de manejos comunitários e elaboração dos planos de uso; a fiscalização para evitar invasão e proteção dos povos da floresta ameaçados por fazendeiros e madeireiros; a promoção de um programa de incentivo ao ecoturismo de base comunitária em unidades de conservação de uso sustentável.

Geração de Renda

Os participantes pediram a criação urgente de políticas públicas para a produção extrativista em vez de incluir a população extrativista dentro da políticas para a agricultura familiar. Também foi levantada a necessidade de uso de incentivo fiscal e possibilidade de um sistema de registro e monitoramento da produção pelas próprias populações extrativistas que possa servir como certificação.

Educação

Os professores do Sistema Modular de Ensino Médio fizeram severas críticas à infraestrutura pública para o ensino de jovens nas reservas, dizendo que falta a parceria das prefeituras para sala de aulas adequadas no ensino médio. Também foram pedidos a inclusão de educação ambiental como matéria obrigatória no ensino básico; um modelo de “pronatec extrativista” para as populações de reservas; a realização de vestibulares e exames nacionais adaptados para os conhecimentos da floresta de modo a valorizar e incluir a juventude ribeirinha no ensino superior; extensão de polós universitários em reservas evitando que o jovem deixe sua comunidade e vá para cidade e implantação de telecentros comunitários que funcionem e com banda larga em todas as comunidades.

Gestão de unidades de conservação

Além da reivindicação pela criação de conselhos deliberativos em todas as unidades, extrativistas pediram participação das comunidades na elaboração dos planos de manejo e gestão. Os participantes exigiram mais fiscalização do ICMbio para combater a ação de madeireiros, grilheiros e pistoleiros, principalmente frente às ameaças de morte sofridas por líderes extrativistas e indígenas. Listaram também a necessiadade de um canal de denúncias da exploração de madeira ilegal através de rádio-telefone-internet.


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Acompanhar todas as atividades exigiu dos participantes coragem para enfrentar o sol e a distância das caminhadas de ponta a ponta do vilarejo para ir ao galpão de eventos à área com embarcações-dormitórios.

O corre-corre de milhares de pessoas chamava atenção. Os moradores de São Pedro receberam com alegria todos os visitantes e abriram as portas de suas casas para quem precisasse de ajuda.

O questão do lixo em Santarém

Para receber mais de 2 mil pessoas, a prefeitura de Santarém enviou uma equipe de coleta de lixo para a comunidade. Mesmo assim, faltou orientação sobre o local adequado para lavar as lixeiras longe dos banhistas participantes.

Questionado no fim do evento sobre o problema de coleta de lixo em áreas de proteção ambiental, o prefeito Alexandre Von disse que precisa de mais trabalho na área e que sabe do problema do lixo de todas os distritos e comunidades de Santarém.

lixeiros

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No fim da tarde, os lixeiros da prefeitura de Santarém deslocados para o evento lavavam as lixeiras no rio em que os visitantes se banhavam…

Carta de incentivo às iniciativas juvenis ribeirinhas

29 de setembro de 2015 por Adriane Gama

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Alô, jovens ativos ribeirinhos! Você e seu grupo, que tem uma boa ideia para realizar, mas sem apoio para fazer, chegou a hora! Coloque sua ideia em prática pois está aberta a 2ª Chamada de Apoio a Iniciativas Juvenis Comunitárias. O PSA e seus parceiros vão selecionar as melhores ideias e ajudar com capacitação, apoio técnico e material para o seu projeto funcionar.

Esta é mais uma oportunidade para os jovens que se preocupam com a sua realidade local e entendem que seus desafios são também compartilhados por outros jovens na comunidade. Podem se inscrever projetos de grupos/ coletivos das comunidades da Resex Tapajós-Arapiuns, margem esquerda do Rio Arapiuns e Floresta Nacional do Tapajós. Serão selecionados 20 projetos que tenham por objetivo promover ações colaborativas que envolvam crianças, adolescentes e jovens. Sua comunidade pode inscrever mais de um projeto, mas só um será selecionado e apoiado para esta etapa.

A novidade da vez é que também poderão ser apoiados projeto de redes de grupos de jovens que envolvam mais de uma comunidade, desde que haja engajamento e a mobilização da juventude em seu território como um todo. Por exemplo, se o grupo de jovens de duas ou mais comunidades quiserem realizar uma iniciativa/ação integrada, podem apresentar um projeto coletivamente, desde que tenha caráter educativo e relacionado aos direitos das crianças e jovens.

II_enc_tipitiEntão, que tal agora deixar a criatividade fluir, reunir um grupo de adolescentes e jovens da sua comunidade e buscar apoio de algum educador, liderança ou grupo da comunidade. Fique ligado pois o prazo de entrega de projeto é até o dia 12 de outubro de 2015. Aproveite esta chance e siga as orientações do folheto da Chamada que vem com uma proposta de roteiro. Boa sorte e seja mais um protagonista juvenil!

Contato: Envie o projeto para: jovem@saudeealegria.org.br ou entregue no escritório do PSA, em nome de Fábio Pena, na Av. Mendonça Furtado, 3979, Bairro da Liberdade, Santarém-PA.

Para tirar dúvidas, entre em contato com nossa equipe na sede do PSA ou por telefone: 3067-8000 ou 99147-5104.