Rede Mocoronga em novo site

28 de fevereiro de 2019 por Samela Bonfim

A partir de agora você acompanha as notícias da Rede Mocoronga pelo www.saudeealegria.org.br/redemocoronga.

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Saúde e Alegria!!!

Fórum Floresta Ativa reúne entidades parceiras do Projeto

26 de fevereiro de 2019 por Samela Bonfim

A articulação das organizações de base é o primeiro passo na consolidação de estratégias para o fortalecimento das cadeias produtivas e sustentáveis na região Oeste do Pará

Na sede do Projeto Saúde e Alegria representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Santarém, Belterra e Mojui dos Campos, Federação da Flona, Tapajoara, Feagle, CITA, GCI, ConFlona, Acosper, Turiarte e Aprospebras participaram do encontro de avaliação e planejamento para melhorar a vida das populações tradicionais dessas regiões.

Valorizar a cultura local, melhorar a renda, a segurança alimentar e manter a floresta em pé são fatores fundamentais para conseguir estruturar melhores condições de vida para os povos amazônicos.

Mas afinal o que tem dado certo nas comunidades? E o que é necessário para evoluir? Os participantes do fórum foram instigados a reflexão e puderam fazer ponderações na avaliação. Raimundo Guimarães representante da Tapajoara destacou a necessidade do evento: “Esse fórum vai servir para fortalecer todas as comunidades envolvidas”.

A criação do fórum é um processo fundamental para acompanhar o novo projeto do Saude e Alegria – reforçou Livaldo Sarmento/PSA: “vamos atuar nesses territórios com a produção das cadeias produtivas do mel, coleta de sementes de espécies florestais e produção de óleos e algumas sementes como a andiroba. Será construída uma unidade produtiva dentro da Flona e uma outra parte em Santarém com a parceria da Unidade do STTR”.

Além disso, através da parceria com a entidade será construída uma casa de mel, onde o produto será processado (para evitar acidez do mel), armazenado e comercializado. No dia 25 de março o lançamento da Casa do Mel será analisado em assembleia com os sócios na sede do STTR – Avenida Cuiabá em Santarém.

Projeto

O Fórum faz parte das atividades do Projeto Floresta Ativa financiado com recursos do Fundo Amazônia/BNDS. A intenção é que seja de grande abrangência nos municípios de Santarém, Belterra, Mojui dos Campos e Prainha, atendendo a regiões como a Flona, Resex, Assentamentos no Lago grande e Várzea.

O projeto aprovado para o biênio 2019-2021 contempla o fortalecimento da restauração florestal, redes de sementes, mudas, agricultura familiar, produtos da sóciobiodiversidade, meliponicultura, óleos vegetais, essenciais, extratos, fitoterapicos, turismo de base comunitária e artesanatos. Mas também prevê investimentos na formação, produtos demonstrativos, tecnologias, criação de casa do artesanato em Urucureá, Central em Santarém e pousada em Jaguarari e na Resex.

Projeto Ciência Cidadã Para Amazônia: jovens indígenas testam qualidade da água com microscópio

22 de fevereiro de 2019 por Samela Bonfim

Treinamento realizado na Universidade Federal do Oeste do Pará reuniu estudantes e professores da comunidade Aracampina no rio Amazonas e aldeia Solimões no rio Tapajós. Objetivo foi testar o Foldscope Instruments (microscópio de origami) para monitorar a qualidade da água em locais de pesca

A tecnologia está cada vez mais presente na vida das novas gerações da Amazônia. Sem deixar as tradições de lado, os jovens vão adotando novas ferramentas no auxilio da proteção ao meio ambiente. Eles recebem dos pais, avós e bisavós a missão de cuidar do ecossistema e vão incorporando novas alternativas para manter a floresta de pé, combater a pesca predatória e evitar a contaminação de lagos e rios.

Um grupo de estudantes de Aracampina e da aldeia Solimões está unido para monitorar a qualidade da água nas duas regiões. Além de um grupo que já monitora o processo migratório das espécies, outro fará a coleta da água nos locais de pesca para identificar a situação do liquido nesses pontos, conforme explica colaborador voluntário, Arivan Vinente: “com a coleta das amostragens montamos as laminas para visualizar nos microscópios de origami os organismos presentes. Fizemos coleta em água de esgoto, água acumulada, do ralo do banheiro e do bebedouro… É uma novidade, uma inovação e como eles são pioneiros nisso, o empoderamento deles é muito forte” – comentou sobre a oficina que participaram na Ufopa.

Neste encontro realizado na quinta (21), os jovens testaram a experiência piloto que faz parte do programa Ciência Cidadã que propõe o uso de tecnologia como ferramenta de educação e instrumento de conservação ambiental. Para a professora da Ufopa Socorro Pena, responsável pelo projeto em Santarém, a oficina foi fundamental para a prática dos jovens: “O resultado foi super positivo. Essa experiência de trazer os jovens para a universidade para fazer analise foi muito interessante porque eles pegaram a água, fizeram análise e tiveram a experiência”.

A estratégia de promover a ciência é também um recurso importante para o desenvolvimento social e educativo dos estudantes, ressaltou o biólogo da Sapopema – Fábio Sarmento: “um marco na educação do interior porque a tecnologia ensina como utilizar para pesquisa”.

A tecnologia

A direção das escolas recebeu um Kit que Inclui ferramentas para coleta de amostras, preparação de slides e técnicas avançadas de microscopia ideal para educadores e projetos que procuram atender a grupos de exploradores.

Portátil, durável e com qualidade ótica semelhante aos microscópios convencionais (ampliação de resolução de 140X e 2mícrons), o Foldscope possibilita aos estudantes o acesso à ciência, e incentiva a exploração científica, nesse caso à populações tradicionais da Amazônia.

Além dos instrumentos, os jovens receberão um documento para auxiliar no uso do microscópio de origami: “A Sapopema está elaborando um material didático em forma de e-book para disponibilizar no nosso site e também imprimir para eles disseminarem com os colegas das escolas” – explicou Pena.

Projeto Ciência Cidadã Para Amazônia

O projeto é gerido pelo Wildlife Conservation Society (WCS) com recursos da Fundação MOOR que se propõe a apresentar solução para construir uma rede de organizações e pessoas que gerem informações sobre peixes e águas na escala da bacia, utilizando abordagem participativa e tecnologias inovadoras de baixo custo.

No Pará, as únicas comunidades integrantes da pesquisa são Aracampina e Solimões através da parceria entre Sapopema, Saúde e Alegria e WCS.

Além do microscópio, outra tecnologia utilizada para o levantamento das informações é o aplicativo Ictio que permite monitorar a captura de peixes e ajudar a compreender os padrões de migração das espécies.

Inauguração de sistema de água movido a energia solar marca nova fase em aldeia indigena na Floresta Nacional do Tapajós

20 de fevereiro de 2019 por Samela Bonfim

A espera durou mais de três décadas para os moradores da aldeia Takuara, na Flona. Nesta quarta (20), as quarenta e quatro famílias indígenas puderam comemorar a conclusão das obras de construção do sistema de abastecimento. Agora, os moradores indígenas tem acesso à rede com água potável.

Foto: Samela Bonfim

“Perdemos 12 índios em trinta dias” lamentou o presidente da Confederação dos Moradores da Floresta Nacional do Tapajós sobre a morte de indígenas devido a contaminação da água usada na aldeia, localizada na floresta amazônica. Por muitos anos, os povos tradicionais dessa região usavam o líquido retirado de uma cacimba (buraco aberto manualmente pelos moradores). Com alto índice de contaminação, alguns indígenas acabaram morrendo devido a ingestão do líquido.

Foto: Samela Bonfim

Os episódios serviram de incentivo para que eles buscassem novas formas de captação de água e apoio. Apesar da luta, não desistiram e acreditaram na possibilidade de um dia ter água encanada de qualidade. A esperança deu certo: “Ao longo de trinta anos, lutamos por uma água de qualidade pra essas populações, pra essas crianças que viviam pegando água na cacinba, carregando na cabeça, as mulheres lavando roupa na cacinba, as criança bebendo água nela. Hoje graças a Deus temos água com abundância, sem nenhum problema” – comemorou o cacique da aldeia Leonardo Pereira.

Através de parceria de várias entidades o sistema vai beneficiar as quarenta e quatro famílias indígenas. O Projeto Saúde e Alegria executor das obras contou com o financiamento da fundação Avina para implantar o sistema de alta tecnologia e de uma grande logística, explicou o responsável técnico do PSA, Carlos Dombroski:
“O sistema é composto por um poço de 80 metros de profundidade todo revestido com tubo geomecanico, construção de concreto armado de sete metros de altura, instalação de uma caixa de vinte mil litros, uma bomba de três cv movida a energia solar e implemento de energia solar que aciona a bomba de forma automática, cerca em volta do sistema”.

Drone: Daniel Martinez

Cerimônia de inauguração

O dia foi de muita festa na aldeia. Os indígenas fizeram questão de preparar o espaço, as comidas típicas e a recepção com direito a dança tradicional e rituais.

Foto: Samela Bonfim

Na composição da mesa, os envolvidos no projeto destacaram a felicidade em contribuir com a qualidade de vida através da água: “Eu fico muito feliz de ver que isso é reforçado como uma conquista de vocês. Isso é muito importante porque serve de exemplo pra outras comunidades que ainda não alcançaram isso” – disse a coordenadora da Avina, Telma Rocha.

Foto: Samela Bonfim

O coordenador do PSA, Caetano Scanavinno também reforçou o sentimento compartilhado: “Eu fico feliz de voltar aqui e ver que aquelas doenças relativas à água melhorou e isso aí é resultado de vocês que não desistiram do sonho. A gente assessora, mas vocês dão uma aula de que a gente tem que sempre persistir e buscar o nosso sonho”.

Foto: Samela Bonfim

Além de saúde o dia foi de alegria. O circo Mocorongo levou muita animação através dos palhaços que reuniram a participação de crianças, jovens e adultos na brincadeira.

Natal antecipado na floresta tem circo e árvore de tarrafa

8 de dezembro de 2018 por Samela Bonfim

Crianças, jovens e adultos participaram um natal mágico adaptado à realidade dos moradores das comunidades do entorno Centro Experimental Floresta Ativa

A proposta do natal do Projeto Saúde e Alegria foi levar o circo para a comunidade e disseminar o bem através da diversão. “Foi cheio de magia” – disse a educadora e comunicadora Elis Lucien. 

O tradicional vermelho e branco do período natalino ganhou novas cores e os símbolos, novos formatos. A árvore de natal foi feita com uma tarrafa de pesca (rede usada na pescaria pelos moradores das comunidades tradicionais). Ela ganhou enfeites coloridos, fotos e pedidos. “Eu posso desejar coisas boas em qualquer momento, então as crianças desejaram o que querem para vida, para as pessoas, para o pai, mãe e amarraram os desejos na árvore de tarrafa. Dentro dela tinha o menino Jesus na manjedoura de palha” – contou Lucien.

A magia do circo, do colorido, do divertido, do mundo encantado da criança fez do natal um momento único para as crianças das comunidades Arapiranga, Pedra Branca, Anumã, Carão e Aldeia Solimões localizadas na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns.

No evento, além das brincadeiras, promoção à saúde e distribuição de brinquedos a todos os participantes, a coordenação desenvolveu um painel gigante onde os moradores marcaram as mãos pintadas de tinta a simbologia de ligar um natal ao outro, com a realização dos pedidos feitos ao Papai Noel na arvore de natal. A intenção é mandar boas vibrações para que no próximo período natalino, tenham seus desejos atendidos.

O natal para crianças da Amazônia é uma iniciativa que reúne as ações de todos os colaboradores do projeto Saúde e Alegria e parceiros que contribuem com doações de brinquedos, alimentos e transporte. Durante todo o ano atividades são desenvolvidas no Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA) para melhorar as condições de vida das populações tradicionais.

 

 

 

Ciclo de formação aborda importância da comunicação para o ativismo juvenil

26 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Jornada reuniu jovens líderes comunitários durante três dias na Escola da Floresta – em Alter do Chão. O terceiro Ciclo da Formação destacou cuidado com as ações e importância de uma comunicação adequada nas redes sociais à favor da luta pelos direitos das populações tradicionais

Em tempos tecnológicos, com imediatismo de informações e intensa participação do jovem nas redes sociais, como usar a tecnologia a favor do ativismo juvenil? E como torná-los aliados no processo de dar visibilidade às minorias e lutar por direitos pré-estabelecidos e não cumpridos? Com objetivo de buscar respostas para esses questionamentos, os jovens de diversas comunidades que participam da jornada de formação que incentiva a capacitação dos jovens articuladores e defensores dos próprios direitos e territórios no período de 23 a 25 de novembro em Santarém, Oeste do Pará. 

“Pensar em ações que a gente pode fazer na nossa comunidade também é uma forma de ativismo. A questão do lixo, meio ambiente, cultura […] Estamos repensando muitas coisas e como usar o celular, a comunicação na própria comunidade que são coisas que eles vão fazer daqui pra frente” – explica o integrante da coordenação do Ciclo de Formação, Walter Oliveira.

Os participantes da jornada são indígenas e moradores de comunidades tradicionais que enfrentam desafios para manter a cultura local com acesso aos direitos garantidos por lei. Raimundo Rodrigues morador de Urucureá – região do Rio Arapiuns contou que as lições aprendidas durante os ciclos anteriores são replicadas na comunidade para promover o bem coletivo: “Eu cheguei aqui sem saber o que ia acontecer. Na minha comunidade eu já repassei o que eu aprendi. O que eu tô aprendendo nesse ciclo agora é que a gente deve reagir com ativismo pacifico…” – destaca sobre a importância de cobrar a pesquisa prévia e informada aos comunitários que serão impactados por grandes obras com instalação planejada nessas áreas de preservação ambiental.

Da mesma maneira que ele busca representar a comunidade e aprimorar formas de promover o ativismo pacifico, a jovem Vanessa Silva de Tucumã reforça a necessidade de lutar pelos próprios direitos: “A gente tem aprendido como fazer ativismo e ferramentas para utilizar até chegar em uma ação real. Discutimos vários temas importantes a serem trabalhados na comunidade, como gênero, problema de mineração, agronegócio, e essas discussões acrescentaram muito no meu conhecimento”.

Neste terceiro ciclo, os jovens aprenderam técnicas básicas de fotografia, filmagem, elaboração de texto como parte integrante do processo comunicacional imprescindível para o avanço do ativismo na região. No ciclo anterior feito no período de 19 a 21 de outubro os participantes mapearam os tipos de comunicação existentes dentro da comunidade e o que precisavam fazer para melhorá-la.

O facilitador de comunicação – Allan Gomes explicou sobre a fundamentação da comunicação no processo de ativismo: “a gente tem uma constituição que está completando 30 anos esse ano, e prevê uma série de direitos e deveres do próprio estado que não são cumpridos e a população não sabe. A maior parte do nosso trabalho é uma conscientização a cerca dos processos de comunicação. Hoje em dia a gente vive em uma sociedade imersa em redes sociais, celulares. Então são processos técnicos que eles já dominam. O que a gente precisa é que isso se reflita do uso dessas ferramentas para essa conscientização dos seus direitos”.

A formação é uma parceria do Projeto Saúde e Alegria com a organização de liderança jovem Engajamundo, sem fins lucrativos que promove formações, mobilização e ações de ativismo, com foco ao empoderamento da juventude para reivindicar melhorias em diversas esferas de poder. Este foi o terceiro ciclo da Jornada de formação para o ativismo juvenil de um total de cinco que estão ocorrendo nas comunidades.

 

Jovens valorizam cultura tradicional de tecelagem de paneiros e tipitis

22 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Você conhece o paneiro? E o tipiti? Em oficina realizada na comunidade Urucureá, Rio Arapiuns nos dias 19 a 21 deste mês, jovens valorizaram estes dois artesanatos típicos das comunidades tradicionais da Amazônia, produzidos como utensílios usados no processo de fabricação da farinha da mandioca e também decorativos. Fazem parte do rico repertório cultural das comunidades da região, mas com o passar do tempo, vão ficando esquecidos e em algumas comunidades pouca gente sabe fazer.

Preocupados com isso, jovens da comunidade de Urucureá, planejaram um projeto que visa valorizar essa cultura, em parceria com a escola da comunidade. Assim foi criado o projeto juvenil Areia Branca de valorização cultural, que recebe apoio da Rede Juventude Floresta Ativa, por meio do edital de apoio à iniciativas juvenis Magnolio de Oliveira, um programa realizado pelo Projeto Saúde e Alegria com apoio da Cáritas.

A ação juvenil tem várias atividades, uma das principais foi a oficina de tecelagem de paneiros e tipitisna qual convidaram os mestres da comunidade que ainda dominam as técnicas do artesanato, para ensinar para as crianças e adolescentes na escola da comunidade.  Fábio Pena, coordenador do programa, lembra que a atividade combinou com o conceito propagado pelo educador Magnólio que dá nome ao edital de apoio aos jovens, “é o saber comunitário dando sabor à escola”.

Foram três dias de diálogos e aprendizagens práticas. Os mais velhos explicaram para os mais novos como é feito o artesanato, de onde se tira os materiais utilizados, e a importância deles para a comunidade. Em urucureá, boa parte dos moradores trabalha com a produção artesanal de cestos feitos da palha de tucumã, uma palmeira típica do seu território. A atividade é uma importante fonte de renda para a comunidade.

O tipiti é uma espécie de prensa ou espremedor de palha trançada usado para escorrer e secar raízes, normalmente mandioca. O objeto é utilizado principalmente por índios brasileiros e ribeirinhos da região amazônica. Já os Paneiros são cestos produzidos a partir dos trançados de palha, usados para guardar e transportar pão, farinha e tantos outros produtos regionais.

São feitos de produtos naturais, encontrados na própria natureza. Uma das discussões levantadas na oficina, foi a importância de proteger o meio ambiente e cuidar melhor do lixo na comunidade, onde foram elaboradas propostas para a destinação adequada do lixo.

O artesão Valdemar Ferreira falou sobre a produção feita durante a oficina: “o tipiti é um artesanato que foi criado pelos índios e que serviu para que os caboclos trabalhem com a farinha. É um artesanato muito importante e é feito da palha da bacabeira” – explica.

O jovem Raimundo Rodrigues Coordenador do projeto reforçou o intuito do coletivo: “objetivo é fazer com que as pessoas saibam tecer o paneiro e tipiti para que os jovens possam conhecer e ganhar dinheiro”..

PROTAGONISMO JUVENIL

Como parte da oficina, os jovens e as lideranças comunitárias também tiveram a oportunidade de debater no primeiro dia, temáticas voltadas à compreensão dos territórios e os conflitos socioambientais. Conduzida pelo jovem Walter Oliveira, membro do coletivo jovem tapajõnico, a proposta foi envolver os comunitários em debates para que tenham melhor entendimento que sua comunidade faz parte de um território maior, que sofre pressões e ameaças aos seus recursos naturais, e que todos devem se envolver na luta pela proteção ambiental e contra a violão de direitos das comunidades.

O educonunicador do projeto Saúde e Alegria e padrinho do Coletivo Areia Branca – Walter Oliveira destacou a necessidade da realização de projetos dessa natureza: “é importante estamos apoiando esses coletivos jovens que buscam desenvolver atividades propostas pelos mesmo fortalecendo com isso o protagonismo juvenil e quebrando o conceito de que o jovem não quer saber de nada, e a importância da confiança que esses jovens passam a tomar quando eles mesmos planejam suas atividades” – finaliza.

SOBRE O COLETIVO

O projeto coletivo Areia Branca foi provado durante o Festival Teia Cabocla 2018, como parte do Projeto Rede Juventude Floresta Ativa, realizado no Centro Experimental Floresta Ativa. Na Teia de Ideias concorreu com 30 projetos de diferentes comunidades. Desde 2003 a Teia possibilita espaço para que jovens apresentem suas propostas de projetos como resposta ao Edital Magnólio de Oliveira. As melhores ideias recebem apoio do PSA, para serem desenvolvidas. O nome do edital é uma homenagem ao querido Palhaço Magnólio que tanto animou a juventude das comunidades. Na comunidade Urucureá a iniciativa tem apoio da Escola e Tucumart, cooperativa de turismo e artesanato.

“Enfraquecemos quando não cuidamos da nossa comunidade” – defende moradora da Floresta em defesa do Ecoturismo

21 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

“Enfraquecemos quando não cuidamos da nossa comunidade” – defende moradora da Floresta em defesa do Ecoturismo

Em ‘Seminário Floresta Ativa Tapajós’ realizado no dia 19 na comunidade Carão participantes definiram as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças dentro das comunidades

O que fazer para melhorar a vida de quem mora na Amazônia e extrai da natureza bens para a subsistência? C       om objetivo de responder ao questionamento de forma participativa, o Projeto Saúde e Alegria realizou um encontro no CEFA para promover balanço das atividades e discutir perspectiva para o próximo ano.

A Produção de mel, mudas florestais, óleos, sementes e ecoturismo são apostas da Flona e Resex para 2019. Os aproximadamente 200 representantes dos pólos que integraram as rodadas de discussões foram divididos em seis grupos para tratar das principais demandas ligadas a Água, Energia e Tecnologia, Cadeia Produtiva, Juventude e Empreendedorismo, Mulheres, Turismo e Artesanato, Saúde, Organização e Gestão. O principal intuito é encontrar maneiras de incentivar a organização comunitária com foco sustentável e produtivo de forma a suprir a renda familiar.

A maior parte das comunidades vive sem o mínimo de conforto com água limpa e energia. Maria Margareth Seade moradora da Comunidade São Pedro – Região do Arapiuns já contemplada com sistema de água por meio do projeto Saúde e Alegria contou como outras comunidades lidam com a falta do liquido: “A nossa vizinha que é a comunidade Nova Vista tem um plantio imenso de pimenta do reino, mas a dificuldade é a água. Algumas comunidades tem, mas outras ainda não. Daí a importância da parceria com os projetos no caso da Saúde e Alegria que tem se esforçado para suprir isso aí”.

Cadeia Produtiva

As famílias que sobrevivem da Meliponicultura tem encontrado inúmeros desafios p

ara promover o negócio devido ao alto índice de queimadas que impedem a atividade diz o produtor José de Aquino morador da Vila Franca: “Tendo a queimada, não tem reflorestamento e as abelhas não tem produção. Este ano caiu muito a produção do mel porque teve muita queimada e não teve florada. Nós investimos na produção de mudas, plantas medicinais que ajudaram na produção de mel” – finaliza.

Juventude e Empreendedorismo

O futuro das comunidades se concentra nas organizações comunitárias promovidas pelos jovens que planejam atividades que melhorem a vida nessas regiões. Solano Guimarães morador da comunidade Mentae no Rio Arapiuns enfatizou a falta de instrumentos básicos que impedem o empreendedorismo: “É um desafio grande com comunicação, investimento, infra-estrutura e acessibilidade tudo isso dificulta muito. A gente vai elaborar propostas estratégias concretas para trabalhar dentro das comunidades”.

Mulheres, Turismo e Artesanato

Pensando na geração de renda por meio da produção da mulher no artesanato e incentivo ao turismo de base comunitário os integrantes de um grupo de trabalho discutiram sobre o potencial da região. Maria Odila Godinho moradora da Comunidade Anã Turiarte e coordenadora da Cooperativa de Turismo e Artesanato na Floresta destacou a possibilidade de aumentar o faturamento das populações tradicionais: “nossa cultura, nossa própria natureza, as praias. Isso é uma grande fortaleza que nós temos. Mas enfraquecemos quando a gente não cuida da nossa comunidade com a limpeza, com o lixo. Isso é uma fraqueza. Precisamos conhecer o processo amplo: trabalho, serviços humanos, trabalhar com a natureza pra expor essa beleza para o turismo”.

Saúde

Outra necessidade apontada pelos comunitários se refere a falta de políticas publicas na área da saúde. O Agente Comunitário de Saúde Djalma Moreira morador do Suruacá no Rio Tapajós contou como padece com a falta de estrutura nos atendimentos: “Eu como Agente de Saúde sofro muito porque sou chamado de mentiroso. É uma tristeza grande. Antes do Saúde e Alegria entrar em 1987 morria muita criança com diarréia, vomito coqueluche, sarampo, pneumonia. Hoje é difícil ver as crianças morrerem”.

Organização e Gestão

Promover o fortalecimento das culturas, da renda e possibilitar o acesso ao básico é um desafio diz o Presidente da Associação das Organizações Tapajoaras Dinael Cardoso: “Fazer gestão de um território como a Tapajós Arapiuns que são 690 mil hectares, onde habitam 75 comunidades, 13 mil moradores é diferente de fazer uma gestão de uma associação local. A gente tem que pensar no conjunto”.

Expansão e novos projetos

Dando continuidade aos projetos desenvolvidos e implementar novos para melhorar a vida das populações dessas regiões, foram feitas avaliações e anúncios no encontro: “Novos apoios para sistemas de água, tratamento de água, energia solar nas casas, como melhorar o pé de meia – a economia mantendo a floresta em pé, valorizando a cultura e uma das discussões aqui é a montagem de uma rede de coletores de sementes, reposição e restauração florestal, a questão do mel.” – divulgou.

Dentre os projetos estão: incentivo as Cadeias produtivas e expansão com foco na Flona, Saneamento e Água, Energias Renováveis, projetos com Crianças, Adolescentes e Jovens, foco à promoção da Saúde, Formação, Capacitação e Tecnologias Demonstrativas, Produção e processamento, Estocagem, escoamento e comercialização, criação de casa de artesanato, construção de novas Pousadas, Eletrificação Rural 2019/20, Ampliação Carão.

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Belterra comemora 22 anos de existência

16 de novembro de 2018 por Samela Bonfim
Atuação da entidade em prol da defesa dos direitos dos associados foi celebrada em assembléia neste dia 15 de novembro, quando o Sindicato completa mais um ano de atividade
 
Entidades parceiras participaram da assembléia realizada no barracão do STTR em Belterra. Representando o Projeto Saúde e Alegria, o Coordenador do Programa de Saneamento Comunitário do PSA Carlos Dombroski compôs a mesa dos ex-presidentes do sindicato. Dombroski foi o primeiro presidente quando o Sindicato foi criado em 1996. 

 
Dombroski destacou que hoje é a instituição é a maior organização do município: “90% dos trabalhadores do município atuam na agricultura. Na assembléia fizemos o resgate de como foi esse período de luta para as comunidades e para as delegacias sindicais das três regiões; região da Bota – Belterra, BR 163 e Região da Flona do Tapajós. O sindicato hoje é a ferramenta principal para que os trabalhadores rurais busquem seus benefícios, apoio para melhorar a agricultura, e defender seus direitos na defesa da terra, abertura dos ramais e saúde” – conclui. 
 
Parabenizamos o STTR Belterra!
 
#Organização #Comunidades #Belterra #Agricultura #Familiar

Pesquisa identificará perfil dos jovens ribeirinhos

14 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Atividade em campo está sendo realizada nesta quarta (14) através da aplicação de questionário na comunidade Pedra Branca. Objetivo é ampliar o conhecimento sobre os principais problemas e perspectivas do jovem ribeirinho. O estudo pretende lançar um olhar científico sobre a realidade com foco à contribuição de políticas públicas.

Como é ser jovem e adolescente em comunidades ribeirinhas? Esse é um dos questionamentos da pesquisa que indicará respostas sob a ótica dos próprios moradores que contemplam a faixa etária juvenil. Além desse questionário, a família dos entrevistados também responderá a questões sociais.

A pesquisa busca aprimorar o trabalho do Projeto Saúde e Alegria perante as comunidades, destaca o coordenador de comunicação do PSA, Fábio Pena: “estamos necessitando desenvolver uma pesquisa participativa para levantar dados mais atualizados da realidade e contexto de como é a vida de adolescentes e jovens nas comunidades”.

A pesquisa busca: produzir, sistematizar e analisar os dados qualitativos e quantitativos que permitam traçar um perfil do jovem morador da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, denotando as condições sociais e perspectivas de vida desses indivíduos entre 15 e 24 anos de idade. Como metodologia da pesquisa teremos basicamente três instrumentos: i) aplicação de um questionário com as famílias coletando dados socioeconômicos; ii) aplicação de um questionário para o adolescente e o jovem; iii) dinâmicas e oficinas participativas para avaliar a percepção dos jovens sobre alguns temas. A pesquisa será útil para todos que atuam nas comunidades e tenham interesse em garantir políticas públicas mais adequadas para os adolescentes e jovens.

Sobre o Projeto

O Projeto Saúde e Alegria atuando nas comunidades da Resex Tapajós-Arapiuns e Flona Tapajós tem entre seus programas, ações que visam contribuir com a melhoria das condições de vida e o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens. O PSA atua mobilizando as comunidades em torno dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes, formando grupos e coletivos de jovens ativos, que tenham forte presença nos processos de desenvolvimento de seus territórios, para que possuam melhores oportunidades de formação para a construção de seus projetos de vida e sua inclusão social e econômica. São parte dessas ações, os Festivais Teia Cabocla, os editais para apoio a pequenos projetos juvenis, e os cursos para a formação em empreendedorismo.

| Por Ascom Saúde e Alegria