Empreendedorismo na floresta: jovens de diferentes etnias participam do Festival do Beiradão de Oportunidades

15 de fevereiro de 2019 por Samela Bonfim

Ter renda continua e oferecer à comunidade de origem produtos e serviços necessários são alguns dos anseios dos novos integrantes do Beiradão. O festival oportuniza capacitações e oficinas para os moradores de comunidades distantes dos grandes centros urbanos.

A fase é de formação básica para os jovens das comunidades Vila Amorim, Suruacá, Ukena, Aldeia Pajurá, Surucuá, Vila São Pedro, Mentae,Alto Mentae, Prainha I, Prainha II, São Domingos, Urucureá, Nuquini, Jaguarari, Aldeia Braço Grande, Monte Sião, Aldeia São Pedro, Atrocal, Aldeia Aminã, São Francisco, Capixauã, Maripá, Campo Grande, Pedra Branca, Vila Gorete, Aldeia Solimões, Novo Progresso, Carão, Cachoeirinha, Vila de Boim, Atodi, Arapiranga, Aldeia Vista Alegre e Aldeia Zaire.

Durante quatro dias eles são despertados para o mundo dos negócios.Os mais de cem participantes foram desafiados no primeiro dia a ativar a criatividade para customização de roupas a partir dos instrumentos disponíveis na floresta. A dinâmica propõe a ‘ação fazendo’ como método promissor de solução de problemas. Da técnica surgiram adereços de origem indígena, como cocás, cintos de trançado de palha e roupas customizadas com fita de LED para um desfile.

Na segunda etapa do Beiradão, os jovens foram divididos conforme linha de interesse: Terra: Coleta de sementes, Água: alimentação/ gastronomia, Fogo: energia solar / serviços de eletricidade, Produção de mel, Via láctea: outras áreas e serviços e Humanidade: ecoturismo.

A partir dos temas, os jovens participaram de oficinas específicas com técnicos das respectivas áreas. No Turismo de base comunitária – os empreendedores que pretendem atuar na modalidade conheceram sobre atividades econômicas associadas a essa exploração do turismo.

Outra atividade que atraiu a atenção foi a produção de sementes: “A gente está se propondo a elaborar uma rede de coletores para o viés econômico. Queremos montar uma rede de sementes, para distribuir, vender” explicou o coordenador do CEFA – Steve Mcqueen.

De igual interesse, a meliponicultura ganhou destaque entre as possíveis atuações dos futuros empreendedores. Como produzir mel de maneira sustentável, contribuir para o equilíbrio do ecossistema e gerar renda são curiosidades dos jovens. Darliane Silva, moradora da Aldeia Pajuráno Rio Tapajós escolheu a equipe para entender sobre a atividade:“esse projeto é maravilhoso, porque a gente pega experiência para repassar para os outros jovens. ”

Com 19 anos a indígena pretende sair da comunidade em breve para cursar o ensino superior. Entretanto, quer voltar e abrir u m negócio na região de origem: “Eu penso de buscar novos conhecimentos para a minha aldeia. Mas não penso em sair de lá, porque é maravilhoso” – destaca.

Ailson Godinho da comunidade Anã na região do Arapiuns disse estar animado com a possibilidade de melhorar a produção de mel na região: “é muito bom porque a gente vai aprender sobre empreendedorismo e isso vem despertar interesse pra própria juventude. A gente maneja abelha e a cada curso que tem a gente busca levar para nossa comunidade para nossa produção melhorar cada vez mais” – comentou.

O técnico em Agropecuária do PSA – Alexandre Godinho contou que “a atividade já está acontecendo há algum tempo nas comunidades. Agora com o Beiradão mostramos para a juventude que é possível continuar na comunidade, aumentando a geração de renda através da comercialização do pólen, própolis, mel e a própria caixa. É uma atividade promissora na região” – finaliza.

Próximas etapas

A décima primeira turma do curso de formação de empreendedores de 15 a 29 anos apresenta inovação desde a primeira etapa realizada no Centro Experimental Floresta Ativa na comunidade Carão, Resex Tapajós Arapiuns. Nesse Festival que totaliza 30 horas de atividades os jovens se deparam com novos conhecimentos e realidades.

O coordenador de empreendedorismo Juvenil do PSA – Paulo Lima explicou sobre mudanças: “promover uma nova forma de gerir os projetos que surgirão no Beiradão. Cadeias produtivas que vão surgir como oportunidade para o futuro de empregabilidade, de geração de renda para os jovens que estão aqui. Então, a gente de uma forma divertida, lúdica, com muita participação busca fazer com que essa juventude atente para as oportunidades” – ressalta.

O Projeto Rede Juventude Floresta Ativa que conta com o apoio da Cáritas Suíça e Fundo Amazônia. Para o coordenador de Educomunicação do PSA Fábio Pena o evento contribui fortemente para a geração de renda aos nativos: “a gente vem desenvolvendo um projeto maior que chama-se Floresta Ativa em que a gente apoia de uma forma bem estrutural várias cadeias produtivas que tem potencial pra gerar renda para as comunidades, como produtos da biodiversidade… a ideia desse ano é que os jovens se apropriem dessas pautas com base nesses temas” – conclui.

Cinco projetos do Beiradão de oportunidades são premiados em encerramento do programa

15 de dezembro de 2018 por Samela Bonfim

Produção de hortaliças, artesanato indígena, instrumento de colheita de mandioca, produção de ovos caipiras e escola de mandioca são empreendimentos selecionados dentre doze apresentados na última fase do Beiradão.

Jovens de comunidades ribeirinhas e indígenas fizeram a transição de fase nesta manhã de sábado. Ao apresentar o projeto eles oficializam a abertura de um empreendimento na própria comunidade e dão mais um passo rumo ao negócio inovador. “Essa juventude é muito criativa, e naquele momento da vida em que a gente está com muitas dúvidas sobre o futuro, é o momento apropriado para pensar os problemas que temos na nossa região na relação entre campo e mercado, e, pensar soluções de uma forma muito livre e criativa. Esses que serão os novos líderes das relações entre a produção do campo, da Resex e Flona” – ressalta o coordenador do programa de empreendedorismo do PSA – Paulo Lima.

O evento que marca o fim de uma capacitação intensa é também um momento de incentivar a continuidade pela busca de conhecimento. “conclusão de seis meses de muito esforço e muito trabalho. Alguns deles enfrentaram onze horas para chegar aqui de barco para apreender sobre criação de startups, logo, marca, modelo de negócio. A criação dos projetos é um incentivo da permanência deles na comunidade com geração de renda familiar” – explicou a- educadora do projeto juventude floresta ativa – Luana Silva.

Projetos selecionados

A 10ª turma do curso resultou na criação de 12 projetos de empreendimentos nas regiões de origem, onde se destacaram negócios inovadores nas áreas da meliponicultura, artesanato e agricultura. Os cinco melhores avaliados receberão apoio financeiro e assessoria para dar continuidade aos seus negócios. Foram selecionados: 

1º lugar: Hortagro – Verduras saudáveis.

2º lugar: Arnai – Artesanato Natural Indígena

3º lugar: Mani – Escola da mandioca

4º lugar: Caipiró – Galinhas e ovos

5º lugar: Velomaq- Colheita de mandioca

Para Ian Tavares empreendedor da Aldeia Camará a oportunidade marcou uma importante fase na consolidação da

valorização da cultura e de um espaço de geração de renda: “a gente projetou uma empresa de fabricação e venda de produtos artesanais indígenas. A intenção é disseminar a cultura dos povos tradicionais e gerar renda” – comentou o jovem que vai reunir toda a produção dos artesãos indígenas locais e vender na internet.

Daiana Pereira de São Pedro na região do Rio Arapiuns desenvolveu um instrumento de colheita de mandioca: “Ela é feita de madeira e assim vai ajudar o agricultor a extrair a mandioca sem ter problema na coluna. Eu sou uma colhedora e eu sofro com esse problema e não só eu como todos sofrem e eu fiz isso para minha comunidade e quem sabe expandir isso para o mundo” – encerra.

 

Pesca predatória e mineração são temas discutidos no terceiro Ciclo coletivo do Engaja Mundo

13 de dezembro de 2018 por Samela Bonfim

A partir deste terceiro encontro, os jovens estarão preparados para os próximos cinco ciclos que marcam as ações dos ativistas por uma sociedade mais justa e igualitária

Mais uma jornada inicia nesta sexta feira (14) para as lideranças comunitárias jovens que discutirão por três dias na Escola da Floresta – em Alter do Chão – a importância de uma comunicação adequada na luta pelos próprios direitos.

Nesta etapa 29 jovens Indígenas moradores de aldeias localizadas no Açaizal , Itaquara, São Francisco e Maró vão repensar as ações que serão implementadas para buscar melhorias da pesca predatória , resíduos sólidos, madeireiras e mineração.

O público participante é diretamente impactado por problemas ocasionados por grandes obras, extração de minério e madeira, além do agronegócio. Para o integrante da coordenação do Ciclo de Formação, Walter Oliveira o momento é de reorganizar as ações que buscam apresentar soluções: “e decidir como as  lideranças da comunidade buscarão melhorias sobre essas questões” – explica.

A formação é uma parceria do Projeto Saúde e Alegria com a organização de liderança jovem Engajamundo, sem fins lucrativos que promove formações, mobilização e ações de ativismo, com foco ao empoderamento da juventude para reivindicar melhorias em diversas esferas de poder.

Serviço

Quando? Dias 14, 15 e 16 de dezembro – de sexta a domingo

Onde? Escola da Floresta, rodovia Everaldo Martins – Alter do Chão em Santarém

Ciclo de formação aborda importância da comunicação para o ativismo juvenil

26 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Jornada reuniu jovens líderes comunitários durante três dias na Escola da Floresta – em Alter do Chão. O terceiro Ciclo da Formação destacou cuidado com as ações e importância de uma comunicação adequada nas redes sociais à favor da luta pelos direitos das populações tradicionais

Em tempos tecnológicos, com imediatismo de informações e intensa participação do jovem nas redes sociais, como usar a tecnologia a favor do ativismo juvenil? E como torná-los aliados no processo de dar visibilidade às minorias e lutar por direitos pré-estabelecidos e não cumpridos? Com objetivo de buscar respostas para esses questionamentos, os jovens de diversas comunidades que participam da jornada de formação que incentiva a capacitação dos jovens articuladores e defensores dos próprios direitos e territórios no período de 23 a 25 de novembro em Santarém, Oeste do Pará. 

“Pensar em ações que a gente pode fazer na nossa comunidade também é uma forma de ativismo. A questão do lixo, meio ambiente, cultura […] Estamos repensando muitas coisas e como usar o celular, a comunicação na própria comunidade que são coisas que eles vão fazer daqui pra frente” – explica o integrante da coordenação do Ciclo de Formação, Walter Oliveira.

Os participantes da jornada são indígenas e moradores de comunidades tradicionais que enfrentam desafios para manter a cultura local com acesso aos direitos garantidos por lei. Raimundo Rodrigues morador de Urucureá – região do Rio Arapiuns contou que as lições aprendidas durante os ciclos anteriores são replicadas na comunidade para promover o bem coletivo: “Eu cheguei aqui sem saber o que ia acontecer. Na minha comunidade eu já repassei o que eu aprendi. O que eu tô aprendendo nesse ciclo agora é que a gente deve reagir com ativismo pacifico…” – destaca sobre a importância de cobrar a pesquisa prévia e informada aos comunitários que serão impactados por grandes obras com instalação planejada nessas áreas de preservação ambiental.

Da mesma maneira que ele busca representar a comunidade e aprimorar formas de promover o ativismo pacifico, a jovem Vanessa Silva de Tucumã reforça a necessidade de lutar pelos próprios direitos: “A gente tem aprendido como fazer ativismo e ferramentas para utilizar até chegar em uma ação real. Discutimos vários temas importantes a serem trabalhados na comunidade, como gênero, problema de mineração, agronegócio, e essas discussões acrescentaram muito no meu conhecimento”.

Neste terceiro ciclo, os jovens aprenderam técnicas básicas de fotografia, filmagem, elaboração de texto como parte integrante do processo comunicacional imprescindível para o avanço do ativismo na região. No ciclo anterior feito no período de 19 a 21 de outubro os participantes mapearam os tipos de comunicação existentes dentro da comunidade e o que precisavam fazer para melhorá-la.

O facilitador de comunicação – Allan Gomes explicou sobre a fundamentação da comunicação no processo de ativismo: “a gente tem uma constituição que está completando 30 anos esse ano, e prevê uma série de direitos e deveres do próprio estado que não são cumpridos e a população não sabe. A maior parte do nosso trabalho é uma conscientização a cerca dos processos de comunicação. Hoje em dia a gente vive em uma sociedade imersa em redes sociais, celulares. Então são processos técnicos que eles já dominam. O que a gente precisa é que isso se reflita do uso dessas ferramentas para essa conscientização dos seus direitos”.

A formação é uma parceria do Projeto Saúde e Alegria com a organização de liderança jovem Engajamundo, sem fins lucrativos que promove formações, mobilização e ações de ativismo, com foco ao empoderamento da juventude para reivindicar melhorias em diversas esferas de poder. Este foi o terceiro ciclo da Jornada de formação para o ativismo juvenil de um total de cinco que estão ocorrendo nas comunidades.

 

Beiradão de oportunidades promove capacitação de empreendedorismo na Amazônia com jovens ribeirinhos

25 de outubro de 2018 por Samela Bonfim

Curso realizado pelo Projeto Saúde e Alegria propõe a capacitação de jovens para iniciativas criativas e empreendedoras a partir dos potenciais da própria região.

Ter o próprio negócio que gere renda, seja útil à comunidade e traga benefícios para o coletivo são propostas dos jovens que estão participando do Curso de Empreendedorismo Beiradão de Oportunidades promovido pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA) com apoio da Fundação Cáritas Suíça. Os participantes têm entre 18 e 21 anos e estão em busca de novos conhecimentos para aplicar em ideias de negócios que pretendem desenvolver a partir das capacitações que vem recebendo desde agosto deste ano.

Eles vêm de diversas comunidades da região dos Rios Tapajós e Arapiuns: Anumã, Curipatá, Maripa, Pedra Branca, Capixauã, Aldeia Solimões, Suruacá, Anã, Urucureá, São Francisco, Mentae, Camará, São Pedro, Jaguarari e Acaratinga.  A turma é formada por 30 jovens, que foram selecionados depois de um festival realizado no começo do ano, em que tiveram os primeiros contatos com a idéia de empreendedorismo, economia criativa e os chamados negócios sociais, que além de terem uma visão econômica, buscam também resolver problemas da comunidade.

“O curso é dividido em vários módulos e vai até o final do ano com a apresentação de uma proposta de negócio, o PITCH, onde devem ter clareza do que querem e como pretendem desenvolver a proposta. Passam por todo um processo que vai desde a identificação de um problema, até a busca de soluções para se chegar nessa ideia. Também recebem orientação para criar o nome, a marca e as estratégias de mercado”, explica uma das educadoras do curso, Luana Silva.

Abrindo o próprio negócio

 

Louriely Pereira da comunidade São Pedro da região do Rio Arapiuns está animada com a execução do próprio projeto. A jovem que está prestes a concluir o ensino médio disse que já se planejava para sair da comunidade: “pra vir procurar outras oportunidades em Santarém. Mas agora como já tenho um meio de ganhar o meu dinheiro, eu posso ficar lá” – diz entusiasmada.

A proposta dela é solucionar o problema da falta de hortaliça nas comunidades através do Projeto Hortagro – Horta Agrícola/Mão de obra. “Eu tinha o começo mas não tinha como continuar nem os recursos. Hoje já tenho os recursos de materiais e de como mobilizar no meu psicológico para ver como analisar e ter lucro” – finaliza Pereira.

O jovem José Solano Guimarães da comunidade Mentae – Rio Arapiuns também está feliz com a possibilidade de abrir o próprio negócio na região. “O nosso problema é a falta de ovos de galhinha caipira dentro da comunidade e nas redondezas. A demanda é grande, porém a gente não tem quantidade na comunidade. A gente precisa vir a Santarém e esperar um dois dias para chegar a mercadoria lá. Quem sofre são os comunitários” – explica sobre a empresa promissora na área da Avicultura para produção de ovos.

Para que o negócio atinja os objetivos propostos no projeto ele já sabe quais os primeiros desafios: “As nossas galinhas botam um dia sim um dia não. O que a gente aprendeu aqui é que a gente precisa de galinhas poedeiras. Todos os dias elas tem que botar e não são as raças que a gente tem.” – conclui.

Estratégia

O Beiradão de Oportunidades é um processo de formação de jovens empreendedores que engloba conceitos de negócios sociais e tecnologias, auxiliando os jovens na geração de ideias inovadoras que surgem para solucionar problemas que estão inseridos em algum contexto social. Esta é a 10ª turma do curso que realizamos, sendo que vários pequenos negócios já foram montados e estão em funcionamento nas comunidades, abrindo novas perspectivas de renda para o jovem do campo que não tem muitas oportunidades de emprego”, explica Paulo Lima, coordenador do programa de empreendedorismo do PSA

O curso faz parte de uma estratégia maior do Saúde e Alegria, que visa contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia. “Isso inclui além de estratégias de mobilização social, a criação de oportunidades de trabalho e renda para que os jovens das comunidades possam ter a oportunidade de fazer escolhas, sair ou ficar da comunidade, mas com clareza para construir seus projetos de vida plenamente”, conclui Fábio Pena, da coordenação de educação do PSA.

O projeto organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) conta atualmente com o apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer.

Serviço

Quando? Quinta e sexta 25 e 26 de outubro, das 8h às 18h

Onde? Projeto Saúde e Alegria, Av. Mendonça Furtado, n° 3979, Bairro: Liberdade

| Ascom Saúde e Alegria

Jornada de formação para o ativismo juvenil reúne mais de 60 participantes na Floresta Ativa

22 de outubro de 2018 por Samela Bonfim

Por três dias jovens integraram rodada de discussões sobre problemas e ações necessárias na defesa de direito das populações tradicionais da região. No segundo ciclo, moradores da Resex Tapajós Arapiuns, Flona, Planalto e PAE Lago Grande se encontraram na Floresta Ativa Comunidade Carão – Resex Tapajós-Arapiuns

Lixo, território, agronegócio e pesca predatória estão entre os temas discutidos no encontro que visa formar jovens articuladores e defensores dos próprios direitos e territórios. Os participantes da jornada de ativismo juvenil são indígenas moradores de comunidades tradicionais que enfrentam desafios para manter a cultura local com acesso aos direitos garantidos por lei.

No encontro os jovens participaram de diversas atividades voltadas a formação crítica para identificar possíveis problemas que atingem as comunidades a qual fazem parte e sugestões de ações que possam reverter a situação atual. Divididos em grupos de temas específicos, foram estimulados a usar a metodologia do Mob Lab que aponta problemas, causas e efeito com foco ao mundo ideal nas esferas individual, coletivo e político.

Os indígenas consideram a comunicação como ferramenta essencial para avanço do ativismo na região, e por isso mapearam os tipos de comunicação existentes dentro da comunidade e o que precisam fazer para melhorá-la. Para o facilitador do encontro Walter Oliveira: “Com essas ferramentas a galera da Amazônia pode ser ouvida. É importante para as populações tradicionais planejar o futuro por meio dessas ações” – explica.

 

Oliveira destacou os tipos de manifestação ativista que desaprova a “baderneira e violenta. Usamos estratégias para atingir o alvo”. Por meio de teatro, banner humano, flash mob o facilitar mostrou aos participantes como a criatividade pode ser aliada na transformação da realidade por meio da ação prática.

A formação é uma parceria do Projeto Saúde e Alegria com a organização de liderança jovem Engajamundo, sem fins lucrativos que promove formações, mobilização e ações de ativismo, com foco ao empoderamento da juventude para reivindicar melhorias em diversas esferas de poder. Este foi o segundo ciclo da Jornada de formação para o ativismo juvenil de um total de cinco que devem ocorrer nas comunidades.

Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia nas comunidades de Aracampina e Aldeia Solimões

24 de julho de 2018 por Elis Lucien

O Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia irá implementar um local piloto para testar a abordagem de ciência cidadã, utilizando o aplicativo Ictio envolvendo escolas de comunidades tradicionais, integradas em um programa de educação ambiental ou de ciência, em que professores e alunos monitorem a diversidade de peixes catalogados nessa etapa pelos pescadores e pescadoras selecionadas.

O projeto será realizado de Maio a Dezembro nas Bacias do Tapajós e Amazonas em parceria com alunos, professores, pescadores e pescadoras das comunidades de: Aracampina que fica localizada no Projeto de Assentamento Ituqui (PAE-Ituqui), às margens do rio Amazonas, com seus 260 habitantes, com 16 lagos e 3 igarapés e a Aldeia Solimões localizada na margem esquerda do Rio Tapajós afluente do rio Amazonas, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns que é uma das maiores Unidades de Conservação no Brasil.

A Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (SAPOPEMA), Projeto Saúde e Alegria (PSA) e outras Instituições convidadas durante seis meses irão incentivar o engajamento de jovens e moradores no monitoramento dos recursos pesqueiros da região e ajudar a formar uma nova geração de lideranças comunitárias comprometidas com a conservação dos recursos pesqueiros.

No último 20, o lançamento ocorreu em Aracampina na sala da Escola São Sebastião com a presença de lideranças, diretor, professores, alunos que falaram da importância desse projeto na área ambiental para aquela região, pois já havia algum tempo um projeto desse porte na área de várzea. Na aldeia Solimões o Cacique Lenoir deu as boas vindas a equipe no Barracão Comunitário falando da parceria com o Projeto Saúde e Alegria que já atua na região a 30 anos, trazendo projetos para desenvolvimento comunitário partindo da realidade local oportunizando as futuras gerações dentro de cada comunidade que atua.

 

 

Grupo de estudantes australianos visitam o CEFA

29 de junho de 2018 por Ana Costa

Um grupo de dezenove (19) estudantes da Universidade Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT) na Austrália esteve visitando o Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA).

Foto: Daniel Gutierrez

O grupo coordenado pelas professoras Melissa Neave, australiana, e Mirela Gavidia, brasileira, veio para Amazônia vivenciar o dia-a-dia das famílias agroextrativistas, principalmente, comunidades tradicionais em desenvolvimento. A escolha de vir para o Oeste do Pará se deu por conta da cultura paraense e pela relação de proximidade com o Meio Ambiente.

No CEFA, eles puderam conhecer mais sobre as unidades demonstrativas, o funcionamento do Biodigestor, as unidade de energia fotovoltaica, a meliponicultura, a criação de galinhas caipiras. Visitaram também a Aldeia de Vista Alegre do Capixauã, onde puderam experienciar a passagem do Barco Hospital Abaré. Na comunidade Carão, estiveram na residência do Sr. Dilson, acompanhando a produção de farinha. Além dessas atividades, os estudantes australianos conheceram o Carimbó, as fogueiras tradicionais do mês junino e tomaram banho de igarapé. Para Mirela “é muito importante para os alunos conhecerem a realidade daqui, até para poder participar das iniciativas e trazer um pouco mais de justiça social e sustentabilidade.”

A Expedição MELBOURNE ficou na Amazônia por duas semanas e permaneceu no CEFA por três dias, acompanhados pelo técnico em agropecuária do Projeto Saúde e Alegria Alexandre Godinho.

Reportagem: Walter Oliveira

Jovens debatem conflitos territoriais no Oeste do Pará

13 de junho de 2018 por Ana Costa

O Coletivo Jovem Rede Mocoronga (CJRM), é um grupo jovem multiplicador de informações que visa discutir as problemáticas associadas a temáticas sociais, como Clima e Território, uma iniciativa de vários coletivos jovens nacionais preocupados com o território ao qual estão inseridos. O CJRM conta com o apoio da ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA), e realizou no ultimo dia 11, na sede do PSA, o I Debate Amazônias: Territórios e Conflitos Socioambientais do Oeste do Pará trazendo como subtema “Território: você conhece o seu?”.

O debate contou com a participação de jovens oriundos de comunidades tradicionais, em sua maioria acadêmicos, entre eles, Luana Kumaruara, 32, da Aldeia Solimões na Reserva Extrativista (RESEX) Tapajós-Arapiuns, que abordou a questão dos conflitos existentes para a garantia de seus direitos territoriais, ao que diz respeito à demarcação de terras indígenas. “Quando se fala de demarcação de terra é algo que sufoca a população indígena porque estão limitando o nosso território”, afirmou.

O jovem Benezildo Costa, 25, de São Pedro – RESEX Tapajós-Arapiuns, falou sobre as madeireiras, enfatizando a luta de muitos anos contra a extração ilegal dentro de sua região. Ele faz um apelo: “os jovens da Amazônia tem que ter uma causa para lutar (…), os projetos de empreendimentos afetam diretamente nossa gente, nossas culturas, nossos saberes e a biodiversidade”.

Outra convidada para o debate foi a jovem Delcilene Rocha, 21, vindo da comunidade de Santos da Boa Fé, no Planalto Santareno, contando sua experiência e luta contra a expansão da Soja e dos Agrotóxicos. Delcilene desabafa “infelizmente a gente acordou tarde demais na minha região, a quantidade de mata é mínima e é usada como máscara, só tem floresta na beira da estrada”.

A ideia do debate foi trazer à tona as violações dos direitos territoriais na Amazônia, ocasionados por grandes empreendimentos que ameaçam a biodiversidade dessa região. Para Walter Oliveira, 21, um dos jovens coordenadores do CJRM “a divulgação da informação através dos jovens locais, é um meio de abranger a população como um todo”.

Território: você conhece o seu?

Foto: Bob Barbosa

Funcionamento do Telecentro Comunitário de Nuquini.

4 de junho de 2018 por Rowdinely Oliveira

 O Telecentro Comunitário de Inclusão Digital da Comunidade, espaço que hoje a comunidade dispõe para acesso a inclusão digital, funciona semanalmente todas as segunda, quarta e sexta feira de 19:30 à 22:30 horas e no domingo de 13:30 à 16:30. Atualmente funciona com a energia de gerador a óleo diesil, e para mater toda a estrutura do predio e as outras despesas os usuarios contribuem com uma taxa semanalmente. No inicio do ano, a coordenação junto a comunidade realizaram um trabalho de pintura, restaurando assim o predio do Telecentro. Hoje atendemos usuarios de outras comunidades como Nova Vista, Tucumatuba e Boim.