Oficina Roça Sem Fogo incentiva conservação da floresta e fortalece renda dos produtores

17 de fevereiro de 2019 por Samela Bonfim

De 25 a 28 de fevereiro cerca de quarenta produtores rurais participarão da oficina de capacitação no Centro Experimental Floresta Ativa Tapajós na Comunidade Carão. A iniciativa pretende auxiliá-los na abertura de roçado sem uso de fogo e mostrar possibilidades de geração de renda

Técnicos do PSA em visita às propriedades de Mojuí dos Campos

O desenvolvimento sem dúvida tem sido a palavra chave para quem atua no setor produtivo. Entretanto, muitos produtores já entenderam que para manter o recurso para as gerações futuras, é preciso aprender novas técnicas e métodos de uso sustentável.

Nos últimos anos, o desmatamento só cresceu. Segundo dados divulgados em 2015 pelo Ministério do Meio Ambiente, a Amazônia teria perdido 5.831 quilômetros quadrados de floresta em apenas um ano. O aumento na época de 16% estava relacionado, em sua maioria às queimadas. Somente no Pará, foram mais de 36 mil focos.

Repensar práticas atuais é fator indispensável para planejar o futuro e começar a frear esses dados alarmantes. Para isso o Projeto Saúde e Alegria está disseminando técnicas de agricultura sem fogo em Santarém (Lago Grande, Mojuí dos Campos e Belterra.

A agricultura de base ecológica consiste no preparo das áreas sem queima com corte da vegetação de capoeira. A roça sem o uso do fogo é uma estratégia de responsabilidade do Educador Agroflorestal Valdemar Guimarães que destacou a importância da oficina que envolverá dinâmicas teóricas e práticas: “eles tem uma oportunidade com o curso agroflorestal, porque estamos levando informação, calculo de produção e geração de renda. Vamos também mostrar que espécies como o Cumarú e Andiroba valem a pena investir porque grandes empresas como a Natura tem interesse e é preciso aproveitar as oportunidades” – finaliza.

Durante os quatro dias, os participantes refletirão sobre a forma como estão produzindo, quais suas maiores dificuldades, desafios e como podem melhorar a produtividade sem afetar o meio ambiente. Após a etapa teórica, irão para o campo praticar a abertura de roçado sem fogo e sem práticas nocivas ao meio ambiente.

A oficina Roça Sem Fogo é uma realização do Projeto Saúde e Alegria com apoio do BNDES e Fundação Konrad Adenauer. Participarão produtores dos municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra.

Serviço

Município de Mojuí dos Campos. Foto: Henrique Martins

Quando? De 25 a 28 de fevereiro

Quem? Produtores dos municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra

Onde? Centro Experimental Floresta Ativa Tapajós na Comunidade Carão

Empreendedorismo na floresta: jovens de diferentes etnias participam do Festival do Beiradão de Oportunidades

15 de fevereiro de 2019 por Samela Bonfim

Ter renda continua e oferecer à comunidade de origem produtos e serviços necessários são alguns dos anseios dos novos integrantes do Beiradão. O festival oportuniza capacitações e oficinas para os moradores de comunidades distantes dos grandes centros urbanos.

A fase é de formação básica para os jovens das comunidades Vila Amorim, Suruacá, Ukena, Aldeia Pajurá, Surucuá, Vila São Pedro, Mentae,Alto Mentae, Prainha I, Prainha II, São Domingos, Urucureá, Nuquini, Jaguarari, Aldeia Braço Grande, Monte Sião, Aldeia São Pedro, Atrocal, Aldeia Aminã, São Francisco, Capixauã, Maripá, Campo Grande, Pedra Branca, Vila Gorete, Aldeia Solimões, Novo Progresso, Carão, Cachoeirinha, Vila de Boim, Atodi, Arapiranga, Aldeia Vista Alegre e Aldeia Zaire.

Durante quatro dias eles são despertados para o mundo dos negócios.Os mais de cem participantes foram desafiados no primeiro dia a ativar a criatividade para customização de roupas a partir dos instrumentos disponíveis na floresta. A dinâmica propõe a ‘ação fazendo’ como método promissor de solução de problemas. Da técnica surgiram adereços de origem indígena, como cocás, cintos de trançado de palha e roupas customizadas com fita de LED para um desfile.

Na segunda etapa do Beiradão, os jovens foram divididos conforme linha de interesse: Terra: Coleta de sementes, Água: alimentação/ gastronomia, Fogo: energia solar / serviços de eletricidade, Produção de mel, Via láctea: outras áreas e serviços e Humanidade: ecoturismo.

A partir dos temas, os jovens participaram de oficinas específicas com técnicos das respectivas áreas. No Turismo de base comunitária – os empreendedores que pretendem atuar na modalidade conheceram sobre atividades econômicas associadas a essa exploração do turismo.

Outra atividade que atraiu a atenção foi a produção de sementes: “A gente está se propondo a elaborar uma rede de coletores para o viés econômico. Queremos montar uma rede de sementes, para distribuir, vender” explicou o coordenador do CEFA – Steve Mcqueen.

De igual interesse, a meliponicultura ganhou destaque entre as possíveis atuações dos futuros empreendedores. Como produzir mel de maneira sustentável, contribuir para o equilíbrio do ecossistema e gerar renda são curiosidades dos jovens. Darliane Silva, moradora da Aldeia Pajuráno Rio Tapajós escolheu a equipe para entender sobre a atividade:“esse projeto é maravilhoso, porque a gente pega experiência para repassar para os outros jovens. ”

Com 19 anos a indígena pretende sair da comunidade em breve para cursar o ensino superior. Entretanto, quer voltar e abrir u m negócio na região de origem: “Eu penso de buscar novos conhecimentos para a minha aldeia. Mas não penso em sair de lá, porque é maravilhoso” – destaca.

Ailson Godinho da comunidade Anã na região do Arapiuns disse estar animado com a possibilidade de melhorar a produção de mel na região: “é muito bom porque a gente vai aprender sobre empreendedorismo e isso vem despertar interesse pra própria juventude. A gente maneja abelha e a cada curso que tem a gente busca levar para nossa comunidade para nossa produção melhorar cada vez mais” – comentou.

O técnico em Agropecuária do PSA – Alexandre Godinho contou que “a atividade já está acontecendo há algum tempo nas comunidades. Agora com o Beiradão mostramos para a juventude que é possível continuar na comunidade, aumentando a geração de renda através da comercialização do pólen, própolis, mel e a própria caixa. É uma atividade promissora na região” – finaliza.

Próximas etapas

A décima primeira turma do curso de formação de empreendedores de 15 a 29 anos apresenta inovação desde a primeira etapa realizada no Centro Experimental Floresta Ativa na comunidade Carão, Resex Tapajós Arapiuns. Nesse Festival que totaliza 30 horas de atividades os jovens se deparam com novos conhecimentos e realidades.

O coordenador de empreendedorismo Juvenil do PSA – Paulo Lima explicou sobre mudanças: “promover uma nova forma de gerir os projetos que surgirão no Beiradão. Cadeias produtivas que vão surgir como oportunidade para o futuro de empregabilidade, de geração de renda para os jovens que estão aqui. Então, a gente de uma forma divertida, lúdica, com muita participação busca fazer com que essa juventude atente para as oportunidades” – ressalta.

O Projeto Rede Juventude Floresta Ativa que conta com o apoio da Cáritas Suíça e Fundo Amazônia. Para o coordenador de Educomunicação do PSA Fábio Pena o evento contribui fortemente para a geração de renda aos nativos: “a gente vem desenvolvendo um projeto maior que chama-se Floresta Ativa em que a gente apoia de uma forma bem estrutural várias cadeias produtivas que tem potencial pra gerar renda para as comunidades, como produtos da biodiversidade… a ideia desse ano é que os jovens se apropriem dessas pautas com base nesses temas” – conclui.

Novos empreendedores intensificam negociações após Beiradão de Oportunidades

9 de janeiro de 2019 por Samela Bonfim

Cinco selecionados estão na fase de execução dos empreendimentos nas comunidades de origem. Em novo encontro, receberão assistência para dar continuidade aos projetos com o uso consciente do investimento do capital recebido como premiação

Ian Sousa Tavares da Aldeia Camará na região do Rio Arapiuns veio a Santarém para entregar mais uma remessa de encomenda. O jovem, um dos finalistas do Beiradão de Oportunidades destacou alegria em ver o negócio crescendo e gerando lucro: “Estamos já com encomendas e conseguimos já fazer algumas vendas. Pra mim está sendo um salto do projeto, porque já conseguimos bons resultados, gerar lucro. Nosso objetivo principal é gerar renda para nossa aldeia. E está sendo maravilhoso. Logo de início a gente não sabia como andar, como começar.” – explica.

Ele é um dos cinco selecionados no Festival de Empreendedorismo – Pitch. Produção de hortaliças, artesanato indígena, instrumento de colheita de mandioca, produção de ovos caipiras e escola de mandioca foram empreendimentos escolhidos dentre doze apresentados na última fase do Beiradão.

A nova etapa é de incubação quando os jovens recebem o suporte assistencial para o impulsionamento das vendas. A educadora do projeto juventude floresta ativa – Luana Silva destacou a preparação para a assessoria: “Vamos estar com eles e a disposição deles. É um grande encontro. Nós entramos como parceiros porque eles já deram o ponta pé no negócio e estão tendo a renda deles, firmar parceria e dar os retoques necessários”.

Para a equipe organizadora ver as atividades gerando frutos é satisfatório, explica o coordenador de Empreendedorismo Juvenil Projeto Saúde & Alegria, Paulo Lima: “Nós do Projeto Saúde & Alegria, com a ajuda de muitos parceiros, conduzimos esses seres inquietos e divertidos até aqui. Agora é hora de ver para onde eles vão e como seguirão seus futuros”.

Projetos premiados

Hortagro – Verduras saudáveis

Idealizado pela jovem Louriely Castro, a proposta do empreendimento que ganhou a primeira colocação no ranking é oferecer produtos naturais. A empresa HORTAGRO entrega verduras e hortaliças frescas, organicamente cultivadas sem uso de agrotóxico.

Arnaí – Artesanato natural indígena

O trio Alex Júnior Tavares, Ian Tavares e Eliandra Ferreira conquistou o segundo lugar no Picht com a intenção de comercializar artesanatos com traços indígenas para fins de decoração. O empreendimento produz, divulga e vende miniaturas de canoas, botes, remos entre outros produtos da etnia Arapiun resgatando e valorizando sua cultura, gerando renda para os artesãos da comunidade.

Mani – Escola da Mandioca

Decididos a inovar o cultivo da mandioca José Diego Miranda, Varley Cardoso e Varlison Cardoso criaram uma escola para mudar a realidade de muito trabalho, pouca produção e baixa valorização do mercado vivenciada pela maioria dos agricultores produtores da farinha de mandioca na Amazônia. A MANI propõe ensinar técnicas sustentáveis para o aumento na produção da maniva na etapa de plantio e colheita no roçado, com cursos, palestras e orientações ao produtor.

Caiporó – Galinhas e ovos

Devido a escassez de ovos caipira em muitas comunidades ribeirinhas Delton Miranda, José Solano Guimarães e Silvia Cardoso apostaram na aquisição de galinha poedeiras para venda de galinhas e ovos.

Volomaq – Colheira de mandioca

Daiana de Sousa e Ádria Tapajós criaram um negócio para facilitar a vida dos produtores de mandioca que sofrem com o esforço repetitivo na colheita da mandioca. A VELOMAQ é uma máquina para facilitar e agilizar a extração. Adaptável à altura do agricultor, possibilita  conforto, maior produtividade e melhora a renda.

Realização

O Beiradão de Oportunidades é um programa de formação de jovens para o empreendedorismo, que faz parte das estratégias do Saúde e Alegria com o Projeto Rede Juventude Floresta Ativa, que conta com o apoio da Cáritas Suíça. Tem por objetivo contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia.

 

Lucratividade na comunidade: jovens empreendedores apresentam modelo de negócios neste sábado (15)

13 de dezembro de 2018 por Samela Bonfim

Durante o encerramento das atividades do Beiradão de Oportunidades do Projeto Saúde e alegria vinte e quatro jovens apresentarão 12 projetos de empreendimentos nas regiões de origem. Se destacam negócios inovadores nas áreas da meliponicultura, artesanato e agricultura

Para os jovens moradores de comunidades ribeirinhas localizadas geograficamente distantes dos grandes centros urbanos, o momento é de alegria e ansiedade. Neste próximo sábado eles apresentarão à comunidade o fruto de meses de dedicação à elaboração do negócio.

O encontro encerra as capacitações em empreendedorismo com jovens ribeirinhos na Amazônia e propõe iniciativas criativas e empreendedoras a partir dos potenciais da própria região. “Eles construíram um modelo de negócio na comunidade deles, baseado na cultura, nos costumes do lugar. E agora eles vem mostrar o negócio completo aqui. Os cinco melhores avaliados vão receber um apoio financeiro e também de assessoria para dar continuidade aos seus negócios. É o que a gente chama de incubação. A partir de agora todos são empreendedores, donos dos seus negócios.” – explicou a Educadora do Projeto Juventude Floresta Ativa, Luana Silva.

Serão expostos projetos de meliponicultura, colheita de macaxeira, fabricação de roupas de crochê, pimenta do reino, artesanato. Na comunidade São Pedro região do Rio Arapiuns as jovens Daiana Pereira e Adria dos Santos, decidiram criar um instrumento que facilite a colheita dos moradores e gere renda. “Vamos fazer uma maquina, a Velomaq que vai ser instrumento para facilitar a vida do agricultor. Essa maquina vai extrair mais rápido a mandioca do que manualmente” – contou Daiana.

Em Maripá no Rio Tapajós o mais novo empreendimento é um restaurante montando por um trio: Jessica Cardoso, Tiago Assunção e Fernanda Lima. Eles resolveram inaugurar o Restaurante Peixe e Cia  a primeira experiência com a venda de comidas dos empreendedores: “Vendemos pra comunidade, carne e frango, assado de panela e verduras no cardápio. Para os turistas, pratos bem regionais, com os produtos de tempo como farofa de caju com Curuá” – relatou Jéssica.

Beiradão

É um processo de formação de jovens empreendedores que engloba conceitos de negócios sociais e tecnologias, auxiliando os jovens na geração de ideias inovadoras que surgem para solucionar problemas que estão inseridos em algum contexto social.

“Esta é a 10ª turma do curso, sendo que vários pequenos negócios já foram montados e estão em funcionamento nas comunidades, abrindo novas perspectivas de renda para o jovem do campo que não tem muitas oportunidades de emprego”, explica Paulo Lima, coordenador do programa de empreendedorismo do PSA.

O curso faz parte de uma estratégia maior do Saúde e Alegria, que visa contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia. “Isso inclui além de estratégias de mobilização social, a criação de oportunidades de trabalho e renda para que os jovens das comunidades possam ter a oportunidade de fazer escolhas, sair ou ficar da comunidade, mas com clareza para construir seus projetos de vida plenamente”, conclui Fábio Pena, da coordenação de educação do PSA.

O projeto organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) conta atualmente com o apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer.

Serviço

Quando? Sábado (15) de dezembro, às 08h00

Local? Auditório do IESPES, localizado na Rua Coaracy Nunes, 3315 – Caranazal

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Restaurante na comunidade e máquina de colher mandioca estão entre projetos desenvolvidos no Beiradão de Oportunidades

30 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Última fase do Beiradão 2018 aconteceu nos dias 29 e 30 de novembro. Capacitação em empreendedorismo com jovens ribeirinhos na Amazônia propõe iniciativas criativas e empreendedoras a partir dos potenciais da própria região. Neste ultimo ciclo os participantes construíram roteiro e planejaram a apresentação do modelo de negócios

Na comunidade São Pedro região do Rio Arapiuns grande parte dos moradores sobrevive da agricultura com atividade voltada ao plantio de mandioca. Devido ao intenso esforço da retirada da raiz, as jovens Daiana Pereira e Adria dos Santos, moradoras da comunidade decidiram criar um instrumento que facilite a colheita dos moradores e gere renda.

“Muitas pessoas sofriam com dores nas costas e percebemos que isso era por conta da maneira como retiraram a mandioca. Então vamos fazer uma maquina, a Velomaq que vai ser instrumento para facilitar a vida do agricultor. Essa maquina vai extrair mais rápido a mandioca do que manualmente e será adaptável a altura do agricultor, a produtividade será maior e sua renda aumentará” – contou Daiana animada sobre a implantação do projeto incentivado pelo Saúde e Alegria.

Em Maripá no Rio Tapajós um restaurante está movimentando a comunidade. A dedicação ao campo e respectiva falta de tempo para fazer o almoço foi observada pelo trio integrante do Beiradão de Oportunidades. Jessica Cardoso, Tiago Assunção e Fernanda Lima resolveram inaugurar o Restaurante Peixe e Cia. Em uma primeira experiência com a venda de comidas os empreendedores obtiveram um numero expressivo de clientes internos e externos, conta

Cardoso: “A gente atingiu o numero de 75 famílias que tem lá e vendeu para 36, fora os turistas que passam por lá. Vendemos pra comunidade, carne e frango, assado de panela e verduras no cardápio. Para os turistas, pratos bem regionais, com os produtos de tempo como farofa de caju com Curuá”.

O que é Beiradão?

Um processo de formação de jovens empreendedores que engloba conceitos de negócios sociais e tecnologias, auxiliando os jovens na geração de ideias inovadoras que surgem para solucionar problemas que estão inseridos em algum contexto social.

“Esta é a 10ª turma do curso, sendo que vários pequenos negócios já foram montados e estão em funcionamento nas comunidades, abrindo novas perspectivas de renda para o jovem do campo que não tem muitas oportunidades de emprego”, explica Paulo Lima, coordenador do programa de empreendedorismo do PSA.

O curso faz parte de uma estratégia maior do Saúde e Alegria, que visa contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia. “Isso inclui além de estratégias de mobilização social, a criação de oportunidades de trabalho e renda para que os jovens das comunidades possam ter a oportunidade de fazer escolhas, sair ou ficar da comunidade, mas com clareza para construir seus projetos de vida plenamente”, conclui Fábio Pena, da coordenação de educação do PSA.

O projeto organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) conta atualmente com o apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer.

Levantamento de sementes marca seminário em Aveiro na Floresta Nacional do Tapajós

29 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

De 26 a 28 de novembro moradores da comunidade participaram do evento que incentiva a produção sustentável de diferentes plantas como forma de manter o ecossistema e extrair dele a renda familiar

Tipos de sementes de plantas aromáticas, plantas frutíferas, ervas medicinais e arvores lenhosas (capazes de produzir madeira dos seus caules) foram indicados pelos participantes do seminário que idealizam aumentar as produções com fim ao reflorestamento e aumentar o lucro a partir da produção das espécies.

Andiroba, copaíba, castanha, pupunha e Cumaru foram as sementes mais indicadas para a produção de plantas com alto potencial de fabricação de óleos. Açaí, cacau, tucumã e caju foram apontadas como plantas frutíferas importantes para a comercialização na região. Muiracatiara, louro e tauari se destacaram pela capacidade de uso na produção de móveis. Já na categoria das ervas medicinais são algumas das apostas dos moradores: unha de gato, cidreira, canela e mangarataia.

Entusiasmados com a perspectiva de melhorar a cadeia produtiva, os moradores da comunidade São Francisco das Chagas – Rio Cupari no município de Aveiro/Pá, localizada na Floresta Nacional do Tapajós – FLONA desenharam a estrutura que imaginam para as plantações dentro da comunidade e de que maneira irão organizar a divisão do plantio por espécies.

Os frutos de plantas típicas da região Amazônica como Andiroba e o Cumaru são visados pelas indústrias de cosméticos, setor culinário e artesanal. Porém apesar da grande apreciação do comercio nacional e internacional, é preciso incentivar a plantação das arvores dessas espécies e fomentar a produtividade sustentável.

Os moradores da comunidade conheceram técnicas de coleta para a venda das sementes e tiveram acesso a estratégias de conservação dos recursos da natureza como método de capacitação continua em técnicas e sistemas produtivos mais modernos e eficientes, que ao mesmo tempo preservem a floresta e garantam renda aos extrativistas.

O responsável pela atividade e coordenador do CEFA – Steve Mcqueen enfatizou a proposta do seminário: “Representa o fortalecimento da cadeia de sementes na região do Tapajós onde as comunidades que já desenvolvem o trabalho de extrativismo vão ter a oportunidade de avançar nessa cadeia das sementes. A gente espera poder junto com os parceiros, desenvolver um trabalho de coleta, capacitação, beneficiamento e mercado para chegar ao ponto da comercialização de mudas e óleos” – explica.

O seminário incentiva a cadeia produtiva sustentável e promove geração de renda por meio do manejo de óleos e sementes, através do Projeto Saúde e Alegria com o apoio do Fundo Amazônia na região. Os projetos já são realizados nas comunidades que precisam consolidar cada vez mais estratégias para aumentar a renda familiar de maneira organizada e sustentável.

As reservas são compostas principalmente por agricultores e extrativistas que desenvolvem ações dentro de cadeias produtivas não-madeireiras, que possuem enorme potencial para ampliar processos econômicos de desenvolvimento local.

Última fase do Beiradão de Oportunidades 2018 será nos dias 29 e 30 de novembro

28 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Capacitação de empreendedorismo de jovens ribeirinhos na Amazônia propõe iniciativas criativas e empreendedoras a partir dos potenciais da própria região. Neste ultimo ciclo os participantes irão construir roteiro e planejar a apresentação do modelo de negócios

Os jovens empreendedores estão mais perto de ter o próprio negócio gerando renda e oferecendo algo útil à comunidade. Por meses eles investiram tempo à pesquisa e ao planejamento do empreendimento orientado por técnicos do Curso de Empreendedorismo Beiradão de Oportunidades promovido pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA) com apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer. 

Os participantes entre 18 e 21 anos buscaram novos conhecimentos para aplicar em ideias de negócios que possam ser bem sucedidos. São projetos como da Louriely Pereira da comunidade São Pedro da região do Rio Arapiuns que pretende solucionar o problema da falta de hortaliça nas comunidades através do Projeto Hortagro – Horta Agrícola/Mão de obra. “Eu tinha o começo mas não tinha como continuar nem os recursos. Hoje já tenho os recursos de materiais e de como mobilizar no meu psicológico para ver como analisar e ter lucro”.

Ou o do José Solano Guimarães da comunidade Mentae – Rio Arapiuns que inaugurará uma granja: “O nosso problema é a falta de ovos de galhinha caipira dentro da comunidade e nas redondezas. A demanda é grande, porém a gente não tem quantidade na comunidade. A gente precisa vir a Santarém e esperar um dois dias para chegar a mercadoria lá. Quem sofre são os comunitários”.

Nesta ultima fase realizada na sede do Projeto Saúde e Alegria, os jovens finalizarão o projeto com a preparação para o encerramento do curso de empreendedorismo a ser realizado no dia 15 de novembro.

O que é Beiradão?

Um processo de formação de jovens empreendedores que engloba conceitos de negócios sociais e tecnologias, auxiliando os jovens na geração de ideias inovadoras que surgem para solucionar problemas que estão inseridos em algum contexto social. Esta é a 10ª turma do curso, sendo que vários pequenos negócios já foram montados e estão em funcionamento nas comunidades, abrindo novas perspectivas de renda para o jovem do campo que não tem muitas oportunidades de emprego”, explica Paulo Lima, coordenador do programa de empreendedorismo do PSA.

O curso faz parte de uma estratégia maior do Saúde e Alegria, que visa contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia. “Isso inclui além de estratégias de mobilização social, a criação de oportunidades de trabalho e renda para que os jovens das comunidades possam ter a oportunidade de fazer escolhas, sair ou ficar da comunidade, mas com clareza para construir seus projetos de vida plenamente”, conclui Fábio Pena, da coordenação de educação do PSA.

O projeto organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) conta atualmente com o apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer.

Serviço

Quando? Quinta e sexta 29 e 30 de novembro, das 8h às 18h

Onde? Projeto Saúde e Alegria, Av. Mendonça Furtado, n° 3979, Bairro: Liberdade

| Ascom Saúde e Alegria

Jovens valorizam cultura tradicional de tecelagem de paneiros e tipitis

22 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Você conhece o paneiro? E o tipiti? Em oficina realizada na comunidade Urucureá, Rio Arapiuns nos dias 19 a 21 deste mês, jovens valorizaram estes dois artesanatos típicos das comunidades tradicionais da Amazônia, produzidos como utensílios usados no processo de fabricação da farinha da mandioca e também decorativos. Fazem parte do rico repertório cultural das comunidades da região, mas com o passar do tempo, vão ficando esquecidos e em algumas comunidades pouca gente sabe fazer.

Preocupados com isso, jovens da comunidade de Urucureá, planejaram um projeto que visa valorizar essa cultura, em parceria com a escola da comunidade. Assim foi criado o projeto juvenil Areia Branca de valorização cultural, que recebe apoio da Rede Juventude Floresta Ativa, por meio do edital de apoio à iniciativas juvenis Magnolio de Oliveira, um programa realizado pelo Projeto Saúde e Alegria com apoio da Cáritas.

A ação juvenil tem várias atividades, uma das principais foi a oficina de tecelagem de paneiros e tipitisna qual convidaram os mestres da comunidade que ainda dominam as técnicas do artesanato, para ensinar para as crianças e adolescentes na escola da comunidade.  Fábio Pena, coordenador do programa, lembra que a atividade combinou com o conceito propagado pelo educador Magnólio que dá nome ao edital de apoio aos jovens, “é o saber comunitário dando sabor à escola”.

Foram três dias de diálogos e aprendizagens práticas. Os mais velhos explicaram para os mais novos como é feito o artesanato, de onde se tira os materiais utilizados, e a importância deles para a comunidade. Em urucureá, boa parte dos moradores trabalha com a produção artesanal de cestos feitos da palha de tucumã, uma palmeira típica do seu território. A atividade é uma importante fonte de renda para a comunidade.

O tipiti é uma espécie de prensa ou espremedor de palha trançada usado para escorrer e secar raízes, normalmente mandioca. O objeto é utilizado principalmente por índios brasileiros e ribeirinhos da região amazônica. Já os Paneiros são cestos produzidos a partir dos trançados de palha, usados para guardar e transportar pão, farinha e tantos outros produtos regionais.

São feitos de produtos naturais, encontrados na própria natureza. Uma das discussões levantadas na oficina, foi a importância de proteger o meio ambiente e cuidar melhor do lixo na comunidade, onde foram elaboradas propostas para a destinação adequada do lixo.

O artesão Valdemar Ferreira falou sobre a produção feita durante a oficina: “o tipiti é um artesanato que foi criado pelos índios e que serviu para que os caboclos trabalhem com a farinha. É um artesanato muito importante e é feito da palha da bacabeira” – explica.

O jovem Raimundo Rodrigues Coordenador do projeto reforçou o intuito do coletivo: “objetivo é fazer com que as pessoas saibam tecer o paneiro e tipiti para que os jovens possam conhecer e ganhar dinheiro”..

PROTAGONISMO JUVENIL

Como parte da oficina, os jovens e as lideranças comunitárias também tiveram a oportunidade de debater no primeiro dia, temáticas voltadas à compreensão dos territórios e os conflitos socioambientais. Conduzida pelo jovem Walter Oliveira, membro do coletivo jovem tapajõnico, a proposta foi envolver os comunitários em debates para que tenham melhor entendimento que sua comunidade faz parte de um território maior, que sofre pressões e ameaças aos seus recursos naturais, e que todos devem se envolver na luta pela proteção ambiental e contra a violão de direitos das comunidades.

O educonunicador do projeto Saúde e Alegria e padrinho do Coletivo Areia Branca – Walter Oliveira destacou a necessidade da realização de projetos dessa natureza: “é importante estamos apoiando esses coletivos jovens que buscam desenvolver atividades propostas pelos mesmo fortalecendo com isso o protagonismo juvenil e quebrando o conceito de que o jovem não quer saber de nada, e a importância da confiança que esses jovens passam a tomar quando eles mesmos planejam suas atividades” – finaliza.

SOBRE O COLETIVO

O projeto coletivo Areia Branca foi provado durante o Festival Teia Cabocla 2018, como parte do Projeto Rede Juventude Floresta Ativa, realizado no Centro Experimental Floresta Ativa. Na Teia de Ideias concorreu com 30 projetos de diferentes comunidades. Desde 2003 a Teia possibilita espaço para que jovens apresentem suas propostas de projetos como resposta ao Edital Magnólio de Oliveira. As melhores ideias recebem apoio do PSA, para serem desenvolvidas. O nome do edital é uma homenagem ao querido Palhaço Magnólio que tanto animou a juventude das comunidades. Na comunidade Urucureá a iniciativa tem apoio da Escola e Tucumart, cooperativa de turismo e artesanato.

Beiradão de oportunidades promove capacitação de empreendedorismo na Amazônia com jovens ribeirinhos

25 de outubro de 2018 por Samela Bonfim

Curso realizado pelo Projeto Saúde e Alegria propõe a capacitação de jovens para iniciativas criativas e empreendedoras a partir dos potenciais da própria região.

Ter o próprio negócio que gere renda, seja útil à comunidade e traga benefícios para o coletivo são propostas dos jovens que estão participando do Curso de Empreendedorismo Beiradão de Oportunidades promovido pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA) com apoio da Fundação Cáritas Suíça. Os participantes têm entre 18 e 21 anos e estão em busca de novos conhecimentos para aplicar em ideias de negócios que pretendem desenvolver a partir das capacitações que vem recebendo desde agosto deste ano.

Eles vêm de diversas comunidades da região dos Rios Tapajós e Arapiuns: Anumã, Curipatá, Maripa, Pedra Branca, Capixauã, Aldeia Solimões, Suruacá, Anã, Urucureá, São Francisco, Mentae, Camará, São Pedro, Jaguarari e Acaratinga.  A turma é formada por 30 jovens, que foram selecionados depois de um festival realizado no começo do ano, em que tiveram os primeiros contatos com a idéia de empreendedorismo, economia criativa e os chamados negócios sociais, que além de terem uma visão econômica, buscam também resolver problemas da comunidade.

“O curso é dividido em vários módulos e vai até o final do ano com a apresentação de uma proposta de negócio, o PITCH, onde devem ter clareza do que querem e como pretendem desenvolver a proposta. Passam por todo um processo que vai desde a identificação de um problema, até a busca de soluções para se chegar nessa ideia. Também recebem orientação para criar o nome, a marca e as estratégias de mercado”, explica uma das educadoras do curso, Luana Silva.

Abrindo o próprio negócio

 

Louriely Pereira da comunidade São Pedro da região do Rio Arapiuns está animada com a execução do próprio projeto. A jovem que está prestes a concluir o ensino médio disse que já se planejava para sair da comunidade: “pra vir procurar outras oportunidades em Santarém. Mas agora como já tenho um meio de ganhar o meu dinheiro, eu posso ficar lá” – diz entusiasmada.

A proposta dela é solucionar o problema da falta de hortaliça nas comunidades através do Projeto Hortagro – Horta Agrícola/Mão de obra. “Eu tinha o começo mas não tinha como continuar nem os recursos. Hoje já tenho os recursos de materiais e de como mobilizar no meu psicológico para ver como analisar e ter lucro” – finaliza Pereira.

O jovem José Solano Guimarães da comunidade Mentae – Rio Arapiuns também está feliz com a possibilidade de abrir o próprio negócio na região. “O nosso problema é a falta de ovos de galhinha caipira dentro da comunidade e nas redondezas. A demanda é grande, porém a gente não tem quantidade na comunidade. A gente precisa vir a Santarém e esperar um dois dias para chegar a mercadoria lá. Quem sofre são os comunitários” – explica sobre a empresa promissora na área da Avicultura para produção de ovos.

Para que o negócio atinja os objetivos propostos no projeto ele já sabe quais os primeiros desafios: “As nossas galinhas botam um dia sim um dia não. O que a gente aprendeu aqui é que a gente precisa de galinhas poedeiras. Todos os dias elas tem que botar e não são as raças que a gente tem.” – conclui.

Estratégia

O Beiradão de Oportunidades é um processo de formação de jovens empreendedores que engloba conceitos de negócios sociais e tecnologias, auxiliando os jovens na geração de ideias inovadoras que surgem para solucionar problemas que estão inseridos em algum contexto social. Esta é a 10ª turma do curso que realizamos, sendo que vários pequenos negócios já foram montados e estão em funcionamento nas comunidades, abrindo novas perspectivas de renda para o jovem do campo que não tem muitas oportunidades de emprego”, explica Paulo Lima, coordenador do programa de empreendedorismo do PSA

O curso faz parte de uma estratégia maior do Saúde e Alegria, que visa contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia. “Isso inclui além de estratégias de mobilização social, a criação de oportunidades de trabalho e renda para que os jovens das comunidades possam ter a oportunidade de fazer escolhas, sair ou ficar da comunidade, mas com clareza para construir seus projetos de vida plenamente”, conclui Fábio Pena, da coordenação de educação do PSA.

O projeto organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) conta atualmente com o apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer.

Serviço

Quando? Quinta e sexta 25 e 26 de outubro, das 8h às 18h

Onde? Projeto Saúde e Alegria, Av. Mendonça Furtado, n° 3979, Bairro: Liberdade

| Ascom Saúde e Alegria

Extrativistas participam de seminário: ‘Iniciativas e desenvolvimento dos óleos na floresta’

24 de outubro de 2018 por Samela Bonfim

Promover iniciativas promissoras de extração do óleo na floresta, aproximar os povos tradicionais que sobrevivem da atividade sustentável de empresários e disseminar o conhecimento cientifico para os extrativistas são objetivos da oficina realizada na comunidade Carão, em Santarém

As atividades aconteceram no Centro Experimental Floresta Ativa (Cefa) instalado na comunidade Carão, Oeste do Pará. No espaço representantes de dezoito comunidades da Resex, Floresta Nacional do Tapajós e Lago Grande participaram da oficina que visa incentivar e melhorar a geração de renda e desenvolvimento sustentável dos moradores, com ênfase no aproveitamento econômico dos produtos extrativistas produzidos pelos comunitários.
A primeira edição do seminário destacou o potencial econômico dos óleos e sementes na região e de que maneira os extrativistas podem melhorar a produtividade sem esquecer o respeito ao meio ambiente.

Participantes trocaram experiência com os convidados que contribuíram para que a atividade atinja os objetivos propostos: Professor da Universidade Federal do Oeste do Pará – Dr. Lauro Barata, Arimar Feitosa da Cooperativa Mista da Flona Tapajós e Jose Neto da Natura.

O responsável pela atividade e coordenador do CEFA Steve Mcqueen enfatizou a proposta do primeiro seminário que será realizado anualmente: “Mostrar as iniciativas promissoras do óleo na floresta, aproximar empresas, difundir as pesquisas da universidade para o desenvolvimento sócio ambiental das comunidades que desenvolvem a pratica da extração de óleo na medicina, parte alimentar e cosmético. Com a nossa experiência percebemos que é necessário aproximar as empresas, institutos de pesquisa para construir meios de melhorar produção, beneficiamento e venda desses produtos” – finaliza.

 

Evento organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) com apoio da Fundação Konrad Adenauer (KAS) propõe capacitação continua aos moradores em técnicas e sistemas produtivos mais modernos e eficientes, que ao mesmo tempo preservem a floresta e garantam renda aos extrativistas.