A ferida aberta da Cargill

15 de julho de 2010 por Fábio Pena

Artigo do sociólogo Tibério Alloggio

Cumpriu-se ontem (14) mais um capitulo da novela Porto da Cargill que há mais de uma década está em exibição no município de Santarém e seus entornos.

Em discussão, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) sobre os impactos de suas atividades, que, por obrigação judicial, a multinacional americana foi obrigada apresentar à sociedade.

É importante frisar que a multinacional se instalou “ilegalmente” em Santarém, driblando as obrigações constitucionais (EIA-RIMA) com “licenciamentos fictícios”, oferecidos pela cumplicidade dos governos demo-tucanos que governaram Santarém e o Pará no inicio da década.

Foi somente depois de uma batalha jurídica iniciada em 2000, que a justiça – obrigou em definitivo – a Cargill, a apresentar o EIA-RIMA. Um Estudo que deveria ter sido prévio, antes de iniciar as atividades, mas que foi empurrado pela barriga graça à liminares obtidas na justiça, durante uma década.

Agora, o licenciamento da Cargill depende diretamente da aprovação ou não do Estudo, e nesse processo uma mega audiência pública, “orquestrada” pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado, tomou conta do Iate Clube, com direito as torcidas dos pró (mais organizada) e dos contra (menos organizada).

Ruralistas de toda a região, organizados pelo Sirsan e liderados pelo demo-deputado Lira Maia, tomaram conta do Iate Clube (durante a madrugada), deixando aos agricultores e ambientalistas apenas as laterais do clube, que já havia se tornado pequeno para tamanha participação.

O roteiro foi o de sempre: MPF e MPE questionando um EIA- RIMA falho e os ruralistas apoiando seus patrões e vaiando todos os questionamentos.

Mas quem vai decidir (de fato) será a Secretaria do Meio Ambiente do Estado, cuja “isenção” no processo é no mínimo questionável, pois são mais que conhecidas as mágicas do secretário Aníbal Picanço em licenciar qualquer coisa que possa gerar lucro.

A implantação do porto da Cargill talvez tinha sido o acontecimento que mais caracterizou Santarém durante toda essa década.

A sua instalação, no finalzinho dos anos 90, foi o pivô do processo que permitiu o avanço da fronteira agrícola na região, promovendo um ciclo de ocupação e exploração predatória na área de influencia da BR163, que gerou passivo ambiental, violência e conflitos no campo e grilagem de terras.

A resistência dos movimentos sociais e ambientais ao avanço predatório do agronegócio começou a ter resultados efetivos somente a partir de 2005, ano em que foi registrado o segundo maior índice de desmatamento dos últimos 20 anos.

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Falta de energia, falta de responsabilidade

28 de agosto de 2009 por Fabienne Simenel

A Energia Transtapajós que chega às comunidades de Genipapo à Piquiatuba não oferece condições de consumo, mas oferece lucro para a empresa. Todo mês chega o talão de luz e somos obrigados a pagar, se não a energia será cortada.

A população ribeirinha reclama com razão da empresa. Por quê falta energia quase todos os dias? Uma hora ela vai, e custa voltar. Os moradores ficam prejudicados. Na verdade, os mais prejudicados são os alunos que estudam na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio N. Sra. do Perpétuo Socorro na comunidade de Maguary. A escola mau inicia as aulas e às vezes passa de dois a três dias sem aula. São os alunos que perdem com isso.

Pedimos à empresa que tome providências em respeito à falta de energia. Estamos no direito de querer melhorias para o povo que consome a energia.

Editorial
Jornal O Seringueiro
São Domingos – FLONA Tapajós

Geração Digital

16 de fevereiro de 2009 por Fábio Pena

Na beira do rio, o presente. E a canoa do futuro está pronta para navegar

Quem anda em algumas comunidades do Rio Tapajós e Arapiuns pode encontrar cenas e cenários peculiares às diversas regiões da Amazônia. A floresta, o rio, a praia, as casas típicas, o jeito de ser e viver do povo ribeirinho. Por vezes, esse cenário, na visão de alguns, pode parecer a imagem do atraso. Para outros, como para a maioria dos moradores dessas comunidades, é o lugar onde ainda é possível viver em paz, apesar das dificuldades. Longe dos problemas da cidade e também de seus prováveis benefícios, o povo ribeirinho encontra seu jeito de viver a vida ao ritmo da natureza.

Mas seria possível uma vida melhor, onde o acesso a alguns bens gerados pela modernidade, garantissem um contato com o mundo lá fora e alguns de seus benefícios, sem ter que deixar a vida de tranqüilidade de uma comunidade?

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Por que a mídia privada não consegue ver o FSM?

30 de janeiro de 2009 por Paulo Lima

Foto Paulo Lima

Emir Sader*

Mais uma vez a mídia privada não consegue ver o FSM. Os leitores que dependerem dela ficarão sem saber o que acontece aqui em Belém. Por que? O que impede uma boa cobertura, se a riqueza de idéias, a diversidade de presenças, a força dos intercâmbios – como não se encontra em lugar algum do globo – estão todos aqui? Há jornalistas, algum espaço é dedicado pela imprensa ao evento, mas o fundamental passa despercebido.
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Comunicação ribeirinha

15 de janeiro de 2009 por Elis Lucien

Na Amazônia as informações chegam nas mas variadas formas. Nos barcos depois de dias de viagens até em mensagens instantâneas. E isso já é possível, o caboclo não precisa ficar horas a fio no meio do rio, esperando o barco passar e pegar a informação por meio de encomenda (um pacote contendo cartas, bilhetes, dinheiro e mercadorias da cidade) e às vezes é apenas um recado de boca gritado lá da beira do barco:

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Diga não à redução da maioridade penal

24 de novembro de 2008 por Fabienne Simenel

Atualmente, a maioridade penal no Brasil ocorre aos 18 anos. Segundo o Artigo 17 do Código Penal, reforçado pelo Artigo 228 da Constituiçào Federal de 1988 e pelo Artigo 104 do ECA (Lei No. 8.069/90).

Devido à ‘emoção’ ou ‘comoção’ por um ou outro caso específico de crime bárbaro ou hediondo com participação de adolescentes, a opinião pública se voltou para a redução da maioridade penal.

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Lembre-se de nós!

29 de outubro de 2008 por Fabienne Simenel

O dia mais esperado pelos candidatos a cargo de vereadores e prefeito chegou 5 de outubro. Agora já sabemos quem são os nove candidatos eleitos para a Câmara do município de Belterra; o Prefeito foi reeleito.

Durante o período de campanha, quase todos os dias faziam-se filas de candidatos em nossos portos. Quando um saía, outro entrava: sorria no rosto, tapinhas nas costas, apertos de mãos…

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A riqueza vai trazer pobreza

10 de setembro de 2008 por Fabienne Simenel

Vocês já ouviram falar que de onde se tira e não se põe acaba? Não! Leiam e reflitam sobre o que está acontecendo com as madeiras das nossas florestas…

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Criança adora brincar

8 de agosto de 2008 por Elis Lucien

Criança adora brincar!! Correr, dançar, pular e tudo que possamos imaginar. Nas comunidades ribeirinhas é uma festa só, imaginem um rio para nadar; uma rua sem carros para correr; árvores para subir e balançar a vontade!! Não têm tempo ruim, criança é tudo isso e mais um pouco.

E quando não têm com quem brincar!!!!Chama seus “amiguinhos”. Vejam o flagrante do dia 19 de julho na comunidade de Suruacá.