Camila Pitanga vem a Santarém para lançar filme gravado na região

17 de abril de 2012 por Fábio Pena

No dia 20 de abril, sexta-feira, quando o filme “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” tem estréia nacional, sua protagonista, Camila Pitanga, estará na cidade de Santarém onde grande parte do filme foi gravado, para apresentar a obra à população local. Juntamente com a atriz, seu parceiro na trama, o ator Gustavo Machado e os diretores Beto Brant e Renato Ciasca estarão na cidade. A exibição acontecerá no auditório do Hotel Amazônia Boulevard, em duas sessões às 20:00h e às 22:00h.

O “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” é baseado no livro homônimo de Marçal Aquino. Estrelado por Camila Pitanga, Gustavo Machado e Zecarlos Machado, “Eu Receberia…” já possui um invejável currículo de prêmios, como o de Melhor Atriz no Festival do Rio 2011, Melhor Ator (para Zecarlos Machado) no Amazonas Film Festival 2011, Melhor Longa de Ficção na Mostra Internacional de São Paulo e Melhor Filme no Festival Cine Iberoamericano de Huelva 2011.

Trata-se de um triângulo amoroso que envolve Cauby (Gustavo Machado), um fotógrafo cético em relação ao amor, que decidiu largar seu trabalho em uma revista semanal em São Paulo para conhecer o interior do Brasil. Devotado à beleza, ele encontra no lindo cenário amazônico a bela e instável Lavínia (Camila Pitanga), mulher do pastor Ernani (Zecarlos Machado), homem que acredita ser possível consertar as contradições humanas. Mas no meio da floresta ainda existem lugares onde a honra se lava com sangue e Cauby não imaginava que acabaria envolvido num triângulo amoroso imprevisível, fazendo com que ele perdesse o controle da própria vida.

A estrela de filmes como Caramuru – A Invenção do Brasil, de Guel Arraes, e Saneamento Básico, de Jorge Furtado, além de diversas minisséries e novelas, Camila Pitanga, conquistou, como ela mesma define, “território novo” ao aceitar o convite para atuar em “Eu Receberia…”. Para dar conta da personagem, Camila conta que entrou em contato com seus limites, como ser humano e como atriz. “Foi um processo de transformação muito grande. E isso também requer muita confiança nos diretores. Foi fundamental eu me sentir como me senti, acolhida”.

Camila se lembra de um clima excepcional na produção: “Foi quando a gente foi filmar em São Pedro, uma comunidade no rio Arapiuns, em Santarém. Alí a equipe já estava completamente consolidada como núcleo artístico, familiar, amizade, saudade que a gente sente até hoje um do outro. Tivemos esse momento idílico quando a equipe toda ficou num barco, foi um processo de trabalho extraordinário. Um comprometimento artístico como poucas vezes eu vivi”. Camila também nunca havia estado no Pará. “Era tudo novo, fantasticamente novo, envolvente. Vivi aquela terra, aquelas pessoas de maneira muito forte”.

A espera de cinco anos entre a compra dos direitos do livro, e a captação e preparação para as filmagens, também implicou em algumas atualizações da trama, especialmente do contexto político, levando os diretores a substituir a questão do garimpo, candente no livro, pelo desmatamento, no filme. Ciasca explica a troca: “É uma questão que está acontecendo neste momento. O garimpo saiu do quadro porque ele foi evento há dez anos atrás. A gente trouxe a história para o presente. E o que a gente filma ali está acontecendo neste exato momento”.

A partir de um contato com a ONG Saúde e Alegria, que atua nas comunidades ribeirinhas de Santarém, os diretores descobriram o Movimento em Defesa da Vida e da Cultura do Rio Arapiuns, em que se inserem os “índios resistentes” – como se autodenominam índios que não habitam reservas mas lutam pelo reconhecimento de seus direitos como povos indígenas, reivindicando demarcação de seus territórios e o fim do manejo ilegal de madeira na região. Do Movimento também tomam parte não índios, todos unidos na luta pela proteção e manutenção do lugar em que vivem.

Beto conta: “Nós vimos ali um conflito que estava realmente acontecendo e envolvendo pessoas que defendiam a terra. Não estavam de passagem, como os garimpeiros. Eram nativos, que tinham ancestrais ali, gerações e gerações defendendo a terra, com um desejo de ocupação, não de exploração. Naquele momento, a gente viu que o conflito era atual e que seria muito legal tomar o partido dessas pessoas que têm essa ligação com a terra e estão defendendo o direito ancestral de morar naquele lugar”.

E assim a trama foi contextualizada pelos diretores, que colocaram lideranças reais, como Dinael Cardoso e Odair Borari, este da Aldeia Novo Lugar no Maró, atuando no filme, reproduzindo a manifestação em que comunitários do Arapiuns bloquearam a passagem de balsas que carregavam madeira ilegal. Do Projeto Saúde e Alegria, Beto e Renato trouxeram para o elenco a grande estrela do Circo Mocorongo, Magnólio de Oliveira, que faz o papel de Chico Chagas. Além desta contextualização, o filme está recheado com as belas paisagens da região do Tapajós e Arapiuns.

Com o apoio da Prefeitura Municipal de Santarém, com o apoio logístico e aluguel dos equipamentos, e do Projeto Saúde & Alegria, o filme será exibido com a presença de Camila Pitanga, Gustavo Machado, Beto Brant e Renato Ciasca.

SERVIÇO:

DATA DA EXIBIÇÃO: DIA 20 DE ABRIL/2012

EXIBIÇÃO GRATUITA – PARA MAIORES DE 16 ANOS

1a Sessão: 20:00h – Somente para convidados

2a sessão 22:00h – Para público em geral, primeiras 500 pessoas que chegarem para retirar convite na portaria.

LOCAL: Auditório do Hotel Amazônia Boulevard

Av. Mendonça Furtado, nº 2946 – Fátima

COLETIVA COM A IMPRENSA: DIA 20 DE ABRIL ÀS 10:00H

LOCAL: Sede do Projeto Saúde e Alegria/ Av. Mendonça Furtado, 3979

Contatos: Magnólio de Oliveira: 96536666 Fábio Pena: 91529662

Mais informações: www.eureceberia.com.br

www.redemooronga.org.br

@redemocoronga

Última atividade do componente III do Projeto BR 163 sustentável é realizada em Santarém

30 de março de 2012 por Fábio Pena

“Esse processo de diálogo dos movimentos sociais vem para mostrar ao governo que a Rede GTA está organizada e fortalecida. Certamente isso despertará a preocupação por parte do governo em solucionar as questões gritantes aqui da Amazônia como, por exemplo, as questões fundiárias, educação no campo, comunicação comunitária e o fortalecimento das instituições da qual fazemos parte”, declarou uma das participantes.

Mais de 150 lideranças de movimentos sociais e da sociedade civil se reuniram na capital do Projeto BR 163: Floresta, Desenvolvimento e Participação, Santarém-PA, para participar do 2º Encontro de Santarém: socializando os caminhos, nossas reflexões e aprendizados. Coordenado pelo Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), o evento marca o encerramento das atividades do Componente III: Fortalecimento da Sociedade Civil e Movimentos Sociais do Projeto BR 163: Floresta, Desenvolvimento e Participação.

O intuito principal era compartilhar as demandas levantadas pelos polos regionais, durante o Encontro de Santarém: Avaliação e Tomada de Rumo, relatar a audiência com a Secretaria de Articulação e Casa Civil da Presidência da República, seus resultados e encaminhamentos, planejar o próximo passo junto ao Governo Federal e compartilhar as lições aprendidas no âmbito do Projeto BR-163.

PhotobucketVários foram os acontecimentos durante os três anos que o GTA esteve à frente da execução das atividades desse componente. No último ano, a instituição realizou o Encontro de Santarém: Avaliação e Tomada de Rumos, em que foi elaborado um documento contendo números que comprovam o baixo avanço das metas previstas no Plano Sustentável da BR 163. Posteriormente, esse relatório foi apresentado à Casa Civil/Presidência como o Sr. Paulo Roberto Martins Maldos, secretário nacional de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República, e outros representantes do governo que estiveram presentes.

“O momento agora é para apresentar os resultados e encaminhamentos levantados durante essa audiência e definir estratégias para acompanhamento da implementação das metas definidas como prioritárias” – afirma Rubens Gomes, presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

“Esse processo de diálogo dos movimentos sociais vem para mostrar ao governo que a Rede GTA está organizada e fortalecida. Certamente isso despertará a preocupação por parte do governo em solucionar as questões gritantes aqui da Amazônia como, por exemplo, as questões fundiárias, educação no campo, comunicação comunitária e o fortalecimento das instituições da qual fazemos parte” – afirma Márcia Castro da Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP).

Além disso, foi feito um debate acerca das lições aprendidas com o componente III. As lideranças presentes avaliaram como positivos os resultados. “O GTA está de parabéns pela execução das atividades. Nós sentimos que de fato nossa região está mais fortalecida” – afirmou Maria Pereira da Silva Kaiser, da Associação de Mulheres do Município de Aveiro – polo Itaituba.

Photobucket“O projeto foi uma aposta certa da cooperação, pois a BR-163 é uma área onde o uso sustentável das florestas, nos últimos anos, mais avançou. Além disso, o projeto conseguiu um mecanismo equilibrado de participação governamental e da sociedade civil. Isso deixa a sociedade habilitada para discutir políticas públicas do governo e com suas principais esferas”, afirmou Luiz Carlos Joels, especialista em florestas e meio ambiente e colaborador voluntário do GTA.

Já na opinião de Pedro Bruzzi, coordenador nacional do Projeto BR-163 do Ministério do Meio Ambiente, os três componentes conseguiram trabalhar juntos. Ele cita como alguns dos grandes resultados do projeto a articulação com os demais programas e políticas públicas em curso na região e o apoio às concessões florestais “O projeto BR-163 conseguiu colocar 80% dos seus recursos, entre valores gastos e comprometidos, em ações” – finalizou Pedro Bruzzi.

Rubens Gomes encerra o evento parabenizando o trabalho dos polos e reforçando a importância de dar continuidade às ações promovidas na região.

O Projeto é financiado pela União Europeia, tem apoio técnico e gestão financeira da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO e executado pelo Ministério do Meio Ambiente, sendo o Grupo de Trabalho Amazônico responsável pela coordenação do componente III.

Assessoria de Comunicação – Rede GTA

Novo navio do Greenpeace aporta em Santarém

28 de março de 2012 por Fábio Pena

Foto: Bruno Kelly

À bordo do novo Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-Íris), Greenpeace recebe lideranças comunitárias do GTA para avaliar a implementação do Plano BR 163 Sustentável e lançar campanha pelo desmatamento zero. 

A rodovia BR 163, que liga Cuiabá a Santarém (PA), já está quase toda pavimentada. Mas o plano montado para evitar as consequências negativas da obra, especialmente o aumento do desmatamento em seu entorno, mal saiu do papel. Essa é a pauta de uma discussão feita hoje a bordo do navio Rainbow Warrior, do Greenpeace, em Santarém, junto com o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). O objetivo foi unir organizações e lideranças comunitárias para debater os pontos que ainda não foram postos em prática do Plano BR-163 Sustentável e discutir ações para pressionar o governo pelo seu efetivo cumprimento.

Obras de infraestrutura são grandes indutores de desmatamento e violência na Amazônia. Para fugir desse cenário, há oito anos, quando anunciou a retomada do asfaltamento da estrada, o governo reuniu 17 ministérios e fez inúmeras consultas às organizações locais para montar esse plano, que tinha como objetivo evitar que o asfaltamento e a esperada migração de populações para a região resultassem na derrubada de grandes parcelas de floresta e conflitos fundiários.

No entanto, em janeiro, o GTA divulgou um estudo no qual mostra que apenas 43% das ações previstas no plano foram executadas, 18% estão em execução e 39% não foram sequer iniciadas. Enquanto isso, 79% dos trabalhos de asfaltamento da estrada já foram finalizados pelo governo, que previu a sua conclusão em dezembro de 2013.

Esse é um exemplo de como a agenda socioambiental é continuamente deixada em segundo plano, mesmo quando o próprio governo é seu mentor. “O governo desrespeita e atropela suas próprias regras. Além de não cumprir com seu compromisso, ainda reverte medidas que já tinham sido conquistadas no passado. É um passo para frente e dois para trás”, afirma Tatiana de Carvalho, da Campanha Amazônia do Greenpeace.

As unidades de conservação criadas no entorno da rodovia, parte do projeto da BR-163, ainda não foram implementadas – apenas quatro das 12 criadas têm plano de manejo. Apesar disso, o governo faz o contrário do que prometeu: em vez de tirá-las do papel, reduz os limites de algumas e ainda pode reduzir a proteção no seu entorno por meio do novo Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional.

“As unidades de conservação são fundamentais para a manutenção da biodiversidade e para a subsistência de extrativistas e agricultores familiares que vivem no entorno da estrada”, diz Carvalho.

No evento de hoje, lideranças sociais e comunitárias manifestaram sua preocupação com a lentidão na implementação do Plano. “Para o governo o que vale são contratos firmados para a execução dos serviços e das políticas, mas para nós o que interessa são os resultados, e é isso que não estamos vendo”, afirmou João Raimundo, do CEFTBAM (Centro de formação dos trabalhadores do baixo amazonas) e representante do GTA no evento. Ele comentava o relatório que informa, entre outros dados, que somente 17% do ordenamento fundiário previsto no plano BR 163 sustentável foi executado. Outros 13% estão em execução e 75% falta executar.

Para a representante da FETAGRI, Maria Rosa, teve a participação do movimento social na construção do Plano. “Se fosse executado como foi planejado, mesmo que devagar, estaria bom. Mas o que está acontecendo é que os interesses dos grandes estão sendo atendidos, enquanto os dos pequenos está ficando para trás. Nós não temos nada contra a construção da estrada, porque é uma demanda nossa também, mas e as vicinais, os assentamentos, a consolidação das reservas extrativistas, lá onde estão nossos extrativistas e trabalhadores rurais, porque não está sendo feito?”, questionou.

As lideranças pediram apoio do Greenpeace para que suas demandas possam ser divulgadas para o Brasil e o mundo. Na Assembléia Geral do Grupo de Trabalho Amazônico – GTA, rede de organizações e movimentos sociais da amazônia, que começa amanhã, as lideranças vão aprofundar a discussão.

Campanha pelo desmatamento zero

Na passagem por Santarém, à bordo do navio Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-Íris), em sua primeira viagem pelo Brasil, o Greenpeace lançou a Campanha pelo Desmatamento Zero. O objetivo é coletar 1,4 milhão de assinaturas e levar ao Congresso uma proposta de lei de iniciativa popular, nos moldes da Ficha Limpa, para colocar a taxa de desmatamento no Brasil no único nível em que pode ser considerada aceitável: o zero.

“O Brasil devasta muita floresta há muito tempo, sempre em nome do desenvolvimento. Esse modelo, que não fazia sentido no passado, faz menos ainda no presente”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. “As florestas são parte da identidade do brasileiro. E garantir a sua sobrevivência é garantir nosso bem-estar futuro. Zerar o desmatamento é a forma mais barata e rápida de o Brasil contribuir para a mitigação do aquecimento global.”

Acesse e saiba como participar da campanha http://www.greenpeace.org/brasil/pt/

Acordo judicial mantém serviços de saúde à bordo do barco Abaré I

16 de março de 2012 por Fábio Pena

Em audiência realizada hoje, 16/03, a juíza Betânia Pessoa Batista da 8ª Vara Cível de Santarém reuniu os representantes da Fundação Terres des Hommes Holanda e da Prefeitura de Santarém, na qual firmaram acordo que prevê a manutenção dos serviços de atendimento em saúde para ribeirinhos do Tapajós à bordo do barco Abaré I.

O acordo foi o desfecho da ação movida pela procuradoria jurídica do município após anúncio da Fundação Terre des Hommes da intenção de retirada do Barco de sua propriedade do serviço que presta a 15 mil ribeirinhos. A prefeitura havia conseguido liminar em 16/02 determinando a permanência do barco, enquanto os atores envolvidos buscavam negociações diretas com o presidente do Conselho da fundação na Holanda.

O atendimento em saúde à bordo do Abaré I acontece com regularidade desde 2006, por meio da parceria do Projeto Saúde & Alegria, Secretarias Municipais de Saúde – SEMSA, com apoio da Fundação Terres des Hommes Holanda. O premiado projeto, de referência nacional e internacional, se tornou política pública em dezembro de 2010, com a portaria 2.191 do Ministério da Saúde instituindo o Abaré I como a primeira Unidade de Saúde da Família Fluvial (USFF) do Brasil, passando a SEMSA a assumir a gestão dos atendimentos. Porém, num momento de consolidação da experiência, em 02/02 a fundação TDH havia resolvido pela retirada do barco, sem que a Prefeitura tivesse um barco substituto, o que prejudicaria a manutenção do serviço essencial à população do Tapajós.

Em respeito à conquista do modelo de saúde fluvial ter se transformado uma política pública, e à grande contribuição do TDH apoiando esta experiência ao longo dos anos, todos os parceiros almejavam uma solução negociada. Foi o que prevaleceu, num primeiro momento com bom senso do Presidente do Conselho de Gestão e Fiscalização do TDH, Sr. Albert Jaap Van Santbrink, que em conversa com o Coordenador do PSA, Caetano Scannavino, sinalizou restabelecer as tratativas com a Prefeitura de Santarém e demais parceiros visando uma solução.

E num segundo momento, na audiência de hoje em que as partes selaram o acordo, suspendendo a liminar de 16/02 em troca de um Termo de Compromisso que prevê a continuidade do funcionando do Barco Abaré I como Unidade de Saúde Fluvial por mais um período de seis meses a contar do dia 25 de março de 2012, mantendo os atendimentos de saúde nas comunidades da região do Tapajós, como vinha sendo realizado até o momento. Uma reunião está agendada para o dia 05 abril, com o Presidente do TDH, em que será discutida a possibilidade da prorrogação da permanência da embarcação na região após o período do acordo.

Assista ao vídeo sobre o acordo

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=19sV5IY2w4I[/youtube]

Leia aqui a Ata da Audiência

Entenda o caso:

Acordo fechado com TDH: Abaré continua no Tapajós

Amparado em decisão judicial Barco Abaré I vai atender comunidades do Tapajós

Saúde dos ribeirinhos pode ser prejudicada com a saída do Abaré de Santarém

 

Saúde & Alegria na TV

5 de março de 2012 por Fábio Pena

O programa Você é Um Sucesso desta segunda terá como protagonista Caetano Scannavino (foto), coordenador do PSA (Projeto Saúde & Alegria), com base em Santarém.

Na entrevista, Caetano fala da sua vinda à Amazônia (ele é paulista) e os 25 anos que o PSA completa neste 2012. Ele revela, por exemplo, que a ONG é hoje o “maior projeto social de Santarém”, conta com a participação de 25 pessoas e cerca de 100 agentes multiplicadores espalhados pelas 150 comunidades atendidas pelo projeto.

Paulo Sena é o âncora do Você é Um Sucesso, que vai ao ar às 21h30, na TV Amazônia (RedeTV! Canal 7 em Santarém).

Fonte: Blog do Jeso

Acordo fechado com TDH: Abaré continua no Tapajós

24 de fevereiro de 2012 por Fábio Pena

SOBRE A CONVERSA DO DIA 23/02 COM O PRESIDENTE DA TERRE DES HOMMES HOLANDA

Como sabido, em respeito às Instituições envolvidas em pleno processo de negociações internas, o PSA aguardou o esgotamento das tratativas entre a Prefeitura de Santarém e a Terre des Hommes – TDH – para tornar publica sua insatisfação com a decisão pela retirada imediata do Barco Abaré de nossa região, ocasionando a interrupção dos serviços assistenciais junto a 15 mil ribeirinhos do Tapajós – os maiores prejudicados.

Em 10 de fevereiro ultimo, enviamos Carta ao “Board of Trustee” (Conselho de Gestão e Fiscalização) da TDH relatando o histórico dos fatos e o nosso descontentamento com a forma com que procederam, solicitando que revejam a decisão de modo a restabelecer as negociações com a Prefeitura de Santarém e demais Instituições envolvidas.

Em seguida, recebemos uma mensagem de retorno diretamente do Presidente do Conselho da TDH – Sr. Albert Jaap Van Santbrink – que demonstrou preocupação e parecia pouco informado das consequências da saída do Abaré. Pediu mais tempo para avaliar o caso, assim como uma reunião por telefone para nos ouvir antes de tomar uma decisão relativa às nossas solicitações da Carta de 10/fev.

Esta conversa ocorreu na manhã de ontem, onde tivemos a oportunidade de esclarecer nossas inquietudes diretamente à autoridade máxima da Terre des Hommes, reconhecer a determinante contribuição desta Organização holandesa à nossa região, e também manifestar nosso respeito à sua decisão de saída progressiva de nosso país, uma vez que entendem que o Brasil hoje está mais forte, em melhores condições para responder aos desafios sociais dos seus cidadãos.

No entanto, reafirmamos que, apesar de já aguardarmos o fim da cooperação bilateral com o PSA, fomos surpreendidos com a decisão pela retirada do Abaré do Tapajós a partir de 2012, sobretudo após a maior participação dos Governos (que assumiram a coordenação das operações desde o inicio do ano passado) e a entrada de recursos públicos, principal condicionante apresentada por meio de Termo de Acordo em meados de 2010 para a continuidade, exigência esta alcançada antes do prazo e acima das expectativas com a Portaria 2.191/MS de Saúde da Família Fluvial.

Lembramos o Sr. Albert que a Terre des Hommes inclusive reconhece estes avanços em página do seu site (Relatório 2010, Resultados/Brasil, lançado ano passado), onde sinaliza para o cumprimento do compromisso assumido desde o inicio da cooperação, de transferência da embarcação à nossa região.

Tradução da página que faz menção ao ABARÉ:

O Abaré continua com o apoio do Governo

“Enquanto que o Shapla é retirado de serviço, o seu homólogo brasileiro, o Abaré, continua com seu trabalho. Mas com uma diferença importante: em 2010 os primeiros  passos foram tomados para transferir o projeto para o governo brasileiro. Desde 2010, o governo brasileiro já está financiando parcialmente o barco  e a intenção é que essa participação aumente nos próximos anos. 

A razão pela qual o Terre des Hommes se retira progressivamente do Brasil é o forte crescimento econômico nos últimos anos. A ajuda das organizações de desenvolvimento não é mais tão necessária.

Que o governo brasileiro assume o Abaré , é uma boa notícia. Na verdade, ilustra o sucesso de um projeto de saúde profissional e necessário,  de cuidados de saúde em uma população isolada. Numa fase anterior, nosso parceiro de projeto, o PSA, conseguiu o apoio do governo local para que médicos e profissionais de saúde viessem trabalhar no barco hospital Abaré. Com o apoio dos Governos local e nacional há com certeza um futuro certo para o Abaré e o Terre des Hommes poderá no futuro próximo transferir o barco com o coração tranquilo.”

Defendemos que, pela grande conquista do modelo de saúde ter virado política publica, o Abaré deve se constituir como um bem publico, a serviço dos cidadãos ribeirinhos no cumprimento constitucional dos seus direitos à saúde. O PSA, assim como outros, poderão ser parceiros técnicos para execução de ações complementares que incrementem o papel social da embarcação, diversifiquem seus serviços e ajudem na sua sustentação.

Relatamos ainda a comoção gerada na região e no país pela noticia da saída da embarcação, a manifestação popular pela sua permanência que culminou na Campanha #Fica Abaré!,  amplamente apoiada e debatida nos blogs e redes sociais, um exemplo de exercício efetivo de cidadania.

Diante de toda nossa exposição, o próprio Presidente do Conselho se mostrou bastante sensível à situação, admitiu dificuldades de comunicação e decidiu imediatamente atender às solicitações de nossa Carta de 10/fev, a começar pelo restabelecimento desde já das tratativas com a Prefeitura de Santarém e demais Municípios parceiros, objetivando:

Notificar de imediato a Corte brasileira da intenção de permanecer com a embarcação na região a serviço das comunidades do Tapajós, tendo em vista a ação movida pela Prefeitura de Santarém – obrigada a  apelar judicialmente em defesa de seus cidadãos – que assegura por 6 meses  o Abaré para retomada dos atendimentos e manutenção da Portaria 2.191 vigente.

Aprofundar as negociações durante este período para um encaminhamento definitivo a partir de um Plano de Transição factível e acordado entre as partes, estando abertos à transferência do Abaré aos Órgãos executores da politica publica ou sua permanência até que um barco substituto entre em operação,  mantendo como primeira prioridade a saúde dos ribeirinhos do Tapajós.

Aproveitamos para reafirmar nossos agradecimentos à Terre des Hommes, que tanto apoiou nossa região. Pelo  bom antecedente desta cooperação, sempre acreditamos em uma solução negociada.

Desejamos sucesso no diálogo daqui para frente entre nossos Governos e Terre des Hommes, colocando-nos a disposição como sempre o fizemos em prol de um final feliz deste bem sucedido ciclo e reabertura de outro igualmente exitoso.

Gratos pela atenção, despedimo-nos desejando à todos muita SAÚDE & ALEGRIA!

Santarém, 24 de fevereiro de 2012

Caetano Scannavino Filho
Coordenador – Projeto Saúde e Alegria

Amparado em decisão judicial Barco Abaré I vai atender comunidades do Tapajós

22 de fevereiro de 2012 por Fábio Pena

Está tudo preparado para a saída hoje (22/02), do Porto de Santarém, do Barco Hospital Abaré I, que vai atender comunidades do rio Tapajós. A equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Santarém – SEMSA,  trabalhou durante o dia de hoje preparando mantimentos, remédios e equipamentos para 12 dias à bordo.

Segundo o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Emannuel Silva, que teve encontro hoje com Caetano Scannavino, coordenador do Projeto Saúde & Alegria, a viagem vai cumprir um calendário programado com antecedência desde o ano passado, prevendo um mínimo de oito rodadas em 2012 para comunidades de Santarém. Nesta viagem, entre 22/02 a 03/03, a equipe à bordo do Abaré I  vai atender  38 comunidades da Reserva Extrativista Tapajós/ Arapiuns, da comunidade de Vila Franca até Samaúma.

Estas jornadas de atendimento à bordo do Abaré I, acontecem com regularidade desde 2006, por meio da parceria do Projeto Saúde & Alegria, Secretarias Municipais de Saúde, com apoio da Fundação Terres des Hommes, da Holanda, proprietária do barco. Em dezembro de 2010 se tornou política pública, com a portaria 2.191 do Ministério da Saúde instituindo o Abaré I como a primeira Unidade de Saúde da Família Fluvial do Brasil, passando a SEMSA a assumir a gestão dos atendimentos. Porém, num momento de consolidação da experiência, a fundação Terre des Hommes resolveu pela retirada abrupta do barco da região.

O fato tem gerado mobilização das comunidades atendidas, e dos parceiros envolvidos na busca de uma solução para a questão, que poderá ser a negociação pela permanência do Abaré I no Tapajós, ou um tempo para que o governo municipal se equipe com outra embarcação adequada para o serviço. Em decisão no último dia 16/02, que ainda cabe recurso, a justiça determinou a permanência do Barco por seis meses, em ação cautelar ajuizada pela Procuradoria Jurídica do Município de Santarém, após ser informada pela Terre des Hommes sobre decisão.

Enquanto o barco navega o Tapajós amparado por uma decisão juducial, cumprindo a função social para o qual foi projetado, os envolvidos ainda buscam uma solução negociada. O coordenador do PSA, Caetano Scannavino, acredita nisso e vem tentando sensibilizar a diretoria da fundação diretamente na holanda.

Entenda mais sobre a questão do Barco hospital Abaré I:

Justiça determina permanência do Barco Abaré em Santarém

Saúde dos ribeirinhos pode ser prejudicada com a saída do Abaré de Santarém

Nota pública do Projeto Saúde & Alegria sobre a possível saída do Abaré I

Suruacá Recebe Equipe do Telecentros.BR

9 de fevereiro de 2012 por Gabriel Abreu

Hoje dia 07 de Fevereiro de 2012 a comunidade de Suruacá margem esquerda do rio Tapajós está recebendo uma equipe do programa nacional para a  inclusão digital Telecentros.Br juntamente com o Protejo Saúde e Alegria para a gravação de uma documentário que será vinculado em rede nacional, em bibliotecas e em diversos Telecentros do Brasil.

 

Santarém inaugura a mostra Sementes da Mudança

31 de janeiro de 2012 por Fábio Pena

E o Projeto Saúde & Alegria será destacado na premiada exposição que terá abertura na próxima quinta, dia 2.

Respeito e cuidado com a comunidade da vida; integridade ecológica; justiça social e econômica; democracia, não-violência e paz. Estes são os quatro princípios gerais defendidos na Carta da Terra e serviram como base para a organização da mostra Sementes da Mudança: a Carta da Terra e o Potencial Humano que será inaugurada na próxima terça, dia 2 de fevereiro em Santarém-PA. Idealizada pela Soka Gakkai Internacional (SGI) e pela Earth Charter International, a primeira montagem ocorreu em 2002 na Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo, na África do Sul.

Os 30 painéis que compõem a mostra apresentam: a situação mundial do meio ambiente; os conceitos de sustentabilidade; a Carta da Terra; a educação ambiental transformadora; propostas elaboradas pelo dr. Daisaku Ikeda para as questões ambientais; apresentação de iniciativas locais, como as de Wangari Maathai que visa coibir o desmatamento em seu país, o Quênia; as de Rajendra Singh que construiu um johad (pequeno açude) para armazenar a água da chuva, no Rajastão, Índia, assolado pela seca; e as de Elizabeth Ramirez que ajudou a abrir centros educacionais nas comunidades rurais da Costa Rica, para a proteção ambiental e promoção do desenvolvimento da mulher.

A Exposição conta ainda com uma ala brasileira: “Ambiências Urbanas: Sujeitos e Ambientes Em Constante Transformação”. A versão de Santarém, contará com a participação do Projeto Saúde & Alegria como exemplo de promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades amazônicas.

Durante a exposição, será exibido o documentário “Uma Revolução Silenciosa”, projeto realizado a partir da parceria da Soka Gakkai Internacional (SGI), UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), UNDP (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e Conselho da Terra.

Serviço
Local: Paraíso Shopping Center – Avenida Mendonça Furtado, 3551 (entre as Ruas Agripino de Matos e Luiz Barbosa)
Período: 2 a 12 de fevereiro
Horário: seg. a sab. Das 10h às 22h / dom. 16h às 22h

Movimentos Sociais da Amazônia vão ao Planalto reivindicar cumprimento de metas do Plano da BR-163 Sustentável

23 de janeiro de 2012 por Fábio Pena

Lideranças apresentam Avaliação do Plano BR-163 Sustentável a Johannes Eck, da Casa Civil, Paulo Roberto Martins Maldos, da Secretário Nacional de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República e Avelino Ganzer, Assessor da Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência da República

Fonte: www.gta.org.br

Representantes dos movimentos sociais de 58 municípios da área de abrangência da BR-163 (Cuiabá-Santarém) se reuniram na última quinta-feira (19), em Brasília, com representantes da Secretária-geral e da Casa Civil da Presidência da República, reivindicando o cumprimento das metas do Plano BR-163 Sustentável.

Na avalição das lideranças dos movimentos sociais o governo não cumpriu os acordos prometidos, publicados no Plano BR-163 Sustentável, em 2006. Questões como licenciamento ambiental, regularização fundiária, inclusão social e geração de renda local ficaram somente no papel.

“Além da baixa execução do plano, percebemos que a atual gestão não manteve o diálogo com os movimentos sociais da Amazônia”, afirmou Rubens Gomes, presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), organização que congrega 602 entidades dos movimentos sociais da Amazônia Legal.

“Estamos aqui para restabelecer esse diálogo com o governo, principalmente agora em que a Amazônia se torna o principal foco de investimentos”, declarou.

Durante a reunião as lideranças apresentaram uma avaliação completa da execução das metas do plano da BR-163. O documento mostra que as ações estruturantes evoluíram, mas os compromissos sociais foram esquecidos.

O Secretário Nacional de Articulação Social da Secretária-geral da Presidência da República, Paulo Roberto Martins Maldos, admitiu que não conhecia o Plano da BR-163 Sustentável e que percebeu a ausência de diálogo com os movimentos sociais da região. “Mas iremos organizar uma reunião entre os representantes do Governo Federal responsáveis pelas ações pautadas no Plano BR-163 Sustentável para retomar o diálogo as comunidades da região”, afirmou Maldos.

No final da audiência ficou acertado um novo encontro, marcado para a primeira semana de março, para repactuar as metas e prazos com a participação de Ministros de Estado das áreas sociais.

Rubens Gomes considerou positivo o resultado da reunião e concordou, assim com os demais presentes, que a próxima audiência também seja em Brasília, “assim garantimos a presença dos ministros, que de fato tomam as decisões”, finalizou.

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