Conhecimentos Livres de Metareciclagem na Casa Puraqué

20 de fevereiro de 2014 por Adriane Gama

ofic_metarecO Coletivo Puraqué realiza neste próximo sábado, dia 22 de fevereiro, uma Oficina de Conhecimentos Livres de Metareciclagem com o apoio da Secretaria Nacional da Juventude, pelo ambiente virtual interativo – O participatório – Observatório Participativo da Juventude, voltado para a produção de conhecimento e experiências colaborativas da juventude brasileira.

A maloca do Puraqué (espaço cultural comunitário) será o palco desse encontro de cultura digital que contará com a participação de alunos e colaboradores da terceira turma dos Cursos de Informática do Puraqué, estudantes da Escola Municipal Santa Luzia, no bairro do Amparo e moradores da Grande Área do Santarenzinho e do Maracanã.

O objetivo do evento é promover uma intervenção de apropriação cidadã da tecnologia, através das atividades da Metareciclagem, uma metodologia que estimula o fazer em equipe, através da construção colaborativa do conhecimento, usando como material didático, computadores obsoletos para dismistificar a sua “caixa preta”. A ideia é sensibilizar a comunidade sobre a importância da consciência ambiental e trocar experiências em busca de soluções criativas para uma transformação social em sua realidade. Leia o resto desse post »

Assistência Técnica e Extensão Rural chega na Resex Tapajós-Arapiuns

12 de fevereiro de 2014 por Fábio Pena

viveiroO Projeto Saúde e Alegria iniciou em janeiro de 2014 um desafiador projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER para comunidades da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós – Arapiuns, por meio de um contrato com o Ministério do Desenvolvimento Agrário através do INCRA para oferecer assistência adequada às comunidades no melhor aproveitamento do potencial produtivo da Resex. O serviço busca fortalecer a produção, a gestão e a comercialização de produtos da agricultura familiar e do extrativismo, com o uso racional dos recursos naturais, visando a melhoria da renda e a inclusão social da população.  É a primeira vez que o Governo Federal destina recursos de assistência técnica específico para a realidade dos agroextrativistas.

O primeiro mês de 2014 trouxe esta boa notícia para as comunidades da Resex Tapajós-Arapiuns.  Organizações que vão atuam no Programa de ATER percorreram as 74 comunidades que compõe o território anunciando o início do projeto. O Saúde e Alegria, uma das organizações contratadas pelo INCRA para realizar este serviço, realizou 09 Oficinas apresentando o Plano de trabalho que será executado. Na oportunidade, os comunitários puderam entender o que é ATER e conhecer a equipe que vai atuar em suas comunidades, como engenheiros agrônomos e florestais, técnicos agrícolas e profissionais da ciências humanas. Foi um momento considerado por muitas lideranças como histórico para a Resex, e por isso, também festivo, como um passo importante para demonstrar a viabilidade econômica, social e ambiental deste território diante da necessidade do desenvolvimento sustentável e a melhoria de vida dos moradores.

Por Carlos Joseph

Despertar para novas oportunidades na Resex Tapajós Arapiunspovofestivo

Fornecer assistência técnica é um dos caminhos para incentivar atividades produtivas. Em todo o Brasil diversos programas foram criados com este objetivo, porém a realidade de comunidades extrativistas nunca havia sido contemplada. A falta de assistência especifica para esta atividade resultou no esquecimento ou subutilização de produtos que explorados racionalmente, pode melhorar a condição socioeconômica de populações tradicionais, principalmente em Reservas Extrativistas.

Foi a partir da análise desta situação que o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), como resultado do Encontro “Chamado dos Povos da Floresta”, realizado em 2011, apresentou ao Governo Federal como uma de suas maiores prioridades, uma assistência técnica adequada para a realidade dos extrativistas. A partir daí o Governo Federal, através de uma ação interministerial coordenado pelo Programa Brasil sem Miséria, lançou o Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) Extrativista. O programa beneficiará 26 mil famílias que vivem em Unidades de Conservação, entre elas a Resex Tapajós Arapiuns no Oeste do Pará.

A ATER Extrativista concentra investimentos dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Ministério do Meio Ambiente. As ações são coordenadas pelo INCRA e serão executadas em dois anos e meio por entidades selecionadas através de chamada pública. “O INCRA tem a responsabilidade de prestar assistência técnica aos beneficiários da reforma agrária, mas não tem condições de fazer com a equipe que tem, por isso, contrata organizações e empresas que possam executar esse serviço”, explica Rubens Françoise. As entidades executoras na organização social, visando fortalecer o associativismo e o cooperativismo, no acompanhamento técnico para implantação de atividades produtivas, e nas estratégias de comercialização dos produtos. Uma cadeia de ações, que visa o incremento da renda e segurança alimentar e a inclusão social de famílias agroextrativistas. Trata-se também de uma das estratégias para diminuir a dependência dos programas de transferência de renda.

As entidades prestadoras foram selecionadas de acordo com lotes. Na Resex Tapajós Arapiuns são cinco lotes, sendo que em dois deles (abrangendo 26 comunidades e 1254 famílias, de Vila Franca a Surucuá) os trabalhos são conduzidos pelo Projeto Saúde Alegria. Os demais serão executados pelo CEAPAC, IPAM e ECOIDEIAS. Na Resex o programa tem apoio do Instituto Chico Mendes – ICMBIO e da Organização das Associações da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns – TAPAJOARA.

A TAPAJOARA representa legalmente os moradores e é responsável por promover a gestão participativa da reserva. Segundo Leônidas Farias, presidente da organização, a ATER Extrativista  representa uma resposta a um anseio antigo dos comunitários. “Todas as famílias buscam obter renda de alguma forma e nós sempre lutamos para melhorar a condição econômica das comunidades. Porém, uma das principais dificuldades enfrentadas era a falta de assistência técnica nas propriedades. Este programa vem preencher esta lacuna e a expectativa é que as coisas realmente melhorem para todos”, declara Leonidas.

A expectativa do presidente da TAPAJOARA também é compartilhada por outros moradores da Resex. Seu Laurimar Lopes, 51 anos, morador da Comunidade Carão, é um dos que serão beneficiados com a assistência e não consegue esconder a empolgação. A família dele planta mandioca, mas conhece o potencial existente nas atividades extrativistas. “Por muito tempo a gente esperava essa assistência técnica. Eu acredito que agora vai ter uma melhora, pois estamos nos mobilizando pra ter melhores condições de vida no nosso manejo”, declara Laurimar. Leia o resto desse post »

Escola Dom Pedro I, Participa de Exposição de Artesanatos Natalinos em Santarém.

14 de dezembro de 2013 por Rosemara Tapajós

Nesta tarde de terça 10/12 aconteceu na escola Dom Pedro I, a grande exposição e concurso de artesanatos natalinos confeccionados pelos alunos do Pré ao 9º ano do Ensino Fundamental. A proposta que veio da SEMED, foi bem disputada na escola e essa disputa levou aos seguintes colocados as turmas : Pré I e Pré II , 1º Lugar; 2º Lugar : Programa Mais Educação;3º Lugar: 4º Ano.Todos os artesanatos foram confeccionados com materiais naturais e alguns materiais foram reciclados, o 1º lugar,  a árvore natal, confeccionado com palha de tucumã; 2º lugar presépio, confeccionado com junco e barro usado para fazer os animais, Maria , José e o Menino Jesus e o 3º Lugar, árvore de natal , confeccionado com papelão, detalhes de garrafa pet, tento e palha de tucumã.Esses artesanatos classificados serão  expostos nesta sexta  13/12 , em uma outra grande exposição e concurso que acontecerá em Santarém  na SEMED.

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Encontro da Teia Cabocla encerra com a alegria do Circo Mocorongo

9 de dezembro de 2013 por Fábio Pena

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Após dois dias de intensos debates entre os 60 jovens que participaram o XIII Encontro da Teia Cabocla de Lideranças Juvenis, promovido pelo Projeto Saúde e Alegria, o evento teve seu encerramento com festa e muita alegria.

A qualidade e a seriedade dos debates sobre os desafios enfrentados hoje pelos jovens da floresta foi destacado como um dos principais pontos positivos deste encontro. Mas, como diz o educador Magnólio de Oliveira, um dos idealizadores da Teia Cabocla, “a alegria não tira nossa seriedade”.

E a alegria esteve presente em todos os momentos do evento, mas foi na noite de sábado, 07/12, que ela mais se destacou, com a apresentação do Circo Mocorongo de Saúde e Alegria. Os jovens foram desafiados a prepararem apresentações criativas traduzindo de forma bem-humorada os temas que foram discutidos.

Um jovem que precisa continuar os estudos, mas enfrenta o dilema de ficar ou ir para a cidade porque em sua comunidade não tem o ensino médio. Outro jovem que pensa em ficar na comunidade, mas não tem alterativas de se sustentar e ter uma renda melhor do que seus pais tiveram. Foram algumas das esquetes apresentadas de forma bastante divertidas, entremeadas pela participação dos palhaços da equipe do Saúde e Alegria.

Quando a última música do circo tocou, era hora de despedida, e aquela sensação de ter vivido um mês em três dias, veio à tona. Era hora de arrumar a bagagem para voltar às comunidades. E a bagagem é muito além do material, mas de responsabilidade comum de lutar para transformar os planos construídos em realidade. Bagagem de ter aumentado a qualidade social, a qualidade cultural e cidadã, de que o futuro somos nós que construímos agora. E a constatação objetiva de que apostar na energia criativa da juventude é a chave para a mudança da realidade.

XIII Teia Cabocla: Desafios do território, como enfrentá-los?

8 de dezembro de 2013 por Paulo Lima

desafiosteia.redimensionado Ultimo dia da Teia Cabocla define metas e estratégias para superar desafios

Por Carlos Joseph

No último dia (07/12/2013) da XII Teia Cabocla foram finalizados os trabalhos de discussão sobre o desenvolvimento territorial e desafios da juventude na Reserva Extrativista (Resex) Tapajós – Arapiuns. As atividades nos três dias foram desenvolvidas a partir da seguinte trajetória: relembrar as lutas sociais pela conquista do território, avaliar os atuais desafios e como o jovem lida com eles e por último estimular a sugestão de estratégias concretas para superar os desafios identificados durante o encontro.

Tais estratégias concretas tem relação direta com ativismo e para auxiliar na elaboração dos planos, os participantes da Teia Cabocla tiveram um bate papo com Marcelo Marquezine da Escola de Ativismo. A Escola de Ativismo é uma organização que dá suporte a diversos movimentos sociais em todo o Brasil e o ativismo é a prática da luta por um bem comum. Marquezine deixa claro porém, que essa luta não pode ser confundida com violência. “Temos que saber o limite do que fazer para não chegar à violência. Por mais justo que a causa possa parecer é preciso sempre evitar a violência”, explica Marcelo.

Um bom exemplo de ativismo foram as manifestações de julho deste ano no Brasil, onde um movimento, pela redução da passagem de ônibus em São Paulo, desencadeou diversos outros manifestos que mobilizaram, segundo o IBOPE, 12 milhões de pessoas em todo Brasil. Marcelo usou este exemplo para explicar que a prática do ativismo demanda um bom planejamento e é necessário evitar manifestações motivadas apenas por empolgação. “Vamos ser ativistas, mas não no ‘oba oba’. Tem que ter tática, estratégia. É preciso saber se é a hora certa daquela ação e nunca entrar de peito aberto, se necessário procure um advogado antes.”, enfatiza.

O ativista ressaltou ainda que em qualquer ação é necessário pensar em comunicação, chamar atenção para a causa. É importante que os objetivos e reivindicações sejam claros e definidos. Hoje em dia o ativismo está muito ligado à internet pela facilidade que a rede proporciona em desenvolver esta comunicação necessária, além de compartilhar informações e criar conexões.

Ações concretas propostas na Teia Cabocla

A partir das dicas de ativismo os participantes do evento se reuniram em cinco grupos de trabalho para traçar metas específicas de ação sobre os temas: participação juvenil, educação (ensino médio de qualidade), trabalho e renda e acesso à informação/direito à comunicação. Esta última etapa do evento se justifica pelo princípio de que não basta apenas levantar e reconhecer os problemas existentes, mas também é necessário partir para ação almejando alcançar as mudanças necessárias.

Temas discutidos na última atividade da Teia Cabocla:

gruposteia.redimensionadoOrganização e mobilização juvenil:

Este tema é relacionado ao fato de muito jovens não se interessarem pelos movimentos sociais, reuniões de sindicatos e outros grupos de mobilização. Durante o encontro de gerações da Teia Cabocla, que reuniu antigos e novas lideranças em uma mesa redonda, o jovem João Paulo citou esta problemática. “Falta engajamento de muita gente e recebemos muitas críticas por conta desses jovens que não se interessam na defesa do território. Temos muitas dificuldades de fazer as pessoas entenderem que é preciso lutar pelo bem comum”, ressalta a jovem liderança.

Nos grupos de trabalho os jovens identificaram que o problema ocorre, principalmente devido a falta de apoio dos pais, que não incentivam a participação dos filhos e também pelas reuniões não atraírem as atenções dos jovens. Como solução foi proposta que haja reuniões específicas para a juventude que envolva música, dança e outras atividades que atraiam os jovens. Os próprios jovens tomarão à frente para que as mudanças ocorram.

Trabalho e renda:

A dificuldade no acesso à educação de qualidade e a falta de capacitação técnica dificultam a busca por alternativa de geração de renda nas comunidades da Resex. Os participantes destacaram que é preciso estimular o espírito empreendedor do jovem para aproveitar o que pode ser feito com recursos disponíveis na comunidade para gerar renda, mas que é também preciso ter acesso a mais cursos de qualificação em empreendedorismo para inclusão produtiva. O grupo que trabalhou o tema propôs ainda a formação de uma cooperativa mista, dentro do Programa Floresta Ativa do PSA. Esta cooperativa proporcionaria mais renda através do trabalho coletivo e utilizaria de forma sustentável os recursos disponíveis na Resex.

Meio Ambiente:

O principal objetivo da Resex é garantir a conservação dos recursos tradicionalmente utilizados pela população extrativista da área, por isso a preservação do meio ambiente deve sempre ser discutida. A grande problemática relacionada ao tema é que certos fatos, que vão de encontro com o objetivo da Resex, estão passando despercebido pelos moradores das comunidades. Podem ser citados exemplo como a aproximação de madeireiras que invadem os limites da reserva e a construção de hidrelétricas no alto Tapajós.

O grupo que conduziu o tema questionou que este fatos, apesar da importância, não são contextualizados nos jornais e rádios das comunidades e sugeriu criar uma rede de comunicação do meio ambiente para que haja um fluxo de informações entre as comunidades.

Educação:

A dificuldade no acesso ao ensino médio faz com que muitos jovens deixem suas comunidades e migrem para Santarém com a intenção de concluir o ensino básico. Já nas comunidades onde existe acesso ao ensino médio este é ofertado na modalidade modular. De acordo com os jovens da Resex o ensino modular, apesar de ser uma alternativa para concluir o ensino básico, não é adequado.

É necessário que o jovem lute por uma educação de qualidade. O grupo que se aprofundou no tema propôs as seguintes ações para iniciar um movimento por uma educação melhor: Expor a realidade educacional para as comunidades, pautar o assunto em movimentos sociais, nas entidades representativas e organizações sindicais e criar um grupo de estudo e pesquisa sobre o tema. O objetivo desta última proposta é ter um embasamento científico que comprove o problema e identifique o real cenário da educação nas comunidades. Além disso devem lutar por um modelo de ensino médio voltado para os potenciais produtivos da Resex, mais focada, por exemplo,  na profissionalização do jovens para o manejo dos recursos naturais.

Para se avançar nas metas seriam utilizadas as redes sociais para expor a situação e criar espaços de discussão com o tema a “escola que queremos”.

Acesso à informação e direito à comunicação

O acesso à comunicação hoje é uma das formas mais eficientes de se fortalecer as lutas sociais em busca do bem comum. Como enfatizou Marcelo Marquesine da Escola de Ativismo, em qualquer ação é necessário pensar em comunicação.

Nos últimos anos houve avanços significativos neste sentido dentro da Resex com a instalação de telecentros e ampliação da cobertura telefônica. Porém, ainda há muito o que se conquistar. Nesta perspectiva se propôs intensificar a cobrança pela agilidade na instalação de novos telecentros. Uma forma de pressionar por esta agilidade é expor os problemas na imprensa local e denunciar através de vídeos e postagem nas redes sociais

Outra proposta é se organizar para que se conquiste a concessão de sinais de rádios comunitárias, transformando rádios postes em FM. Outro bandeira de luta é cobrar a ampliação do Programa Luz Para Todos para facilitar a utilização de aparelhos eletrônicos de comunicação. Chama a atenção o atraso da implementação do Programa Telecentros.BR que já entregou equipamentos e mobiliários para vários Telecentros Comunitários mas entraves burocráticos impedem a instalação desses espaços de acesso à informação, cultura, educação e comunicação. Como proposta os jovens indicaram a organização de uma campanha nas redes sociais e abaixo assinado para dar visibilidade ao problema.

Protagonismo juvenil

A grande lição deixada pela XII Teia da Comunicação é de que o futuro da Resex está nas mãos dos jovens. As decisões tomadas hoje, bem como as atitudes adotadas, influenciarão diretamente no desenvolvimento territorial da reserva.

O jovem tem a força, audácia e motivação para superar os desafios e mostrou, que ao contrário do que se pensa, está disposto participar ativamente da luta pelo bem comum.

 

XIII Teia Cabocla: Desafios e oportunidades para os jovens

7 de dezembro de 2013 por Paulo Lima

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Por Carlos Eduardo Joseph

Até 1998, quando a Resex foi criada, a principal bandeira de luta das comunidades era a conquista do território. E hoje? Em meio à tantas problemáticas quais bandeiras de luta devem ser encaradas como prioridades? São inúmeros os desafios enfrentados no dia a dia da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós – Arapiuns. Tais desafios, na maioria das vezes, tomam proporções maiores entre os jovens, principalmente pelas projeções e expectativa de futuro. Os 52 jovens que participam da XIII Teia Cabocla puderam dar sua opinião sobre o assunto em uma das atividades do encontro.

Através de quatro grupos de trabalho foi promovido um debate intenso sobre os desafios e oportunidades dentro da Resex. Diversas temáticas foram citadas, entre elas a melhoria no acesso à saúde, destinação adequada do lixo domiciliar produzido nas comunidades, melhoria no acesso à comunicação entre outras. Porém as que mais receberam ênfase foram os desafios para implantação do ensino médio regular e a falta de mecanismo que proporcionem a geração de emprego e renda. Interessante observar que os dois desafios mais citados são complementares uma vez que o desenvolvimento econômico, verdadeiro e sustentável, passa necessariamente pela melhoria da educação formal.

A dificuldade no acesso ao ensino médio faz com que muitos jovens deixem suas comunidades e migrem para Santarém com a intenção de concluir o ensino básico. Este fluxo migratório desencadeia diversos problemas característico do êxodo rural como inchaço urbano e pessoas vivendo em condições sociais precárias em bairros periféricos. Em outras comunidades da Resex existe acesso ao ensino médio porém na modalidade modular.

O ensino modular faz parte de um programa da Secretaria Estadual de Educação e é uma alternativa de Ensino Médio Regular em comunidades do interior que não possuem escolas estaduais. A metodologia é diferenciada do ensino regular e as disciplinas são oferecidas por módulos. De acordo com os jovens da Resex o ensino modular, apesar de ser uma alternativa para concluir o ensino básico, não é adequado.

Entre as diversas situações relatadas está a demora para os professores chegarem às comunidades, seja por falta de sala de aula ou de alojamento. Algumas vezes a demora de um módulo para o outro desestimula os estudantes e muitos acabam desistindo da escola. Outro fato é a baixa qualidade do ensino. Ivana Oliveira de Cachoeira do Aruã conta que o ensino médio inadequado acaba tirando o sonho de entrar em uma universidade. “Entrar em uma faculdade estudando português por 15 dias não dá”, desabafa a jovem.

Sobre a dificuldade em geração de emprego e renda muitos foram os fatores e também as alternativas apontadas. A mais evidente retorna à problemática anterior da dificuldade no acesso à educação de qualidade. Os jovens da Resex esperam melhorias na educação através de acesso a cursos superiores e também de capacitação técnica. Entre as alternativas apontadas está a implantação de polos universitários e de escolas técnicas, para que não seja necessário abandonar a comunidade em busca de qualificação. “Hoje quem não tem capacitação está perdido”, enfatiza Natalina Oliveira da Comunidade Boim.

Também foi defendido que haja capacitação para estimular o espírito empreendedor nos jovens, partindo da exploração sustentáveis dos recursos da Resex. Uma das experiências de empreendedorismo, compartilhadas nos grupos de trabalho, foi a do jovem José Chaves da Comunidade Surucuá. José conta que investiu, através de financiamento bancário para microempreendedores, na construção de uma casa de farinha e hoje tem uma fonte de renda própria. “Há muitas alternativas para geração de renda dentro da Resex, basta a gente saber o que fazer”, ressalta José.

Apesar de serem muitos os desafios todos acreditam que é possível superá-los com a união e espírito comunitário. “Temos muitos desafios e eles só podem ser superados pelos jovens”, enfatiza Ivana de Cachoeira do Aruã. Novas conquistas passam necessariamente pelo protagonismo juvenil nas ações que buscam o bem comum e na conquista do espaço pelos jovens nas associações e grupos comunitários.

Encontro de gerações na XIII Teia Cabocla

6 de dezembro de 2013 por Paulo Lima

Foto Ellen Acioli

Por Carlos Eduardo Joseph

Olhar para o futuro se espelhando no passado e cuidando do presente. Nesta perspectiva foi conduzido o Diálogo entre gerações nos territórios, uma das atividades da XIII Teia Cabocla. Através de uma mesa redonda foram colocados lado a lado lideranças comunitárias, da antiga e nova geração. No centro do debate estavam os desafios enfrentados na Reserva Extrativista (Resex) Tapajós – Arapiuns.

O que almeja um jovem que vive em uma das comunidades da Resex? Quais as suas perspectivas e como ele se integra na luta pela preservação do território? E como líderes que participaram ativamente da luta pela criação da Resex observam o papel dos jovens agora com a reserva consolidada? São questionamentos que levam a uma reflexão profunda sobre o papel social de todos no contexto de preservação cultural e ambiental.

Entre os participantes da mesa redonda estavam Livaldo Sarmento de 55 anos e Antônio Oliveira, mais conhecido como Seu Mucura, de 75 anos. Ambos são lideranças que participaram ativamente da luta pela criação da Resex. Os outros participantes eram os jovens Julio César e João Paulo de 19 anos e Ingride Natália de 17 anos, todos dando os primeiros passos nas lutas sociais. Com todos sentados à mesa era interessante o impacto visual provocado pela diferença de idade, porém, mais interessante ainda foi observar que apesar de pertencerem a gerações diferentes todos compartilham os mesmos ideais de conquistas através da união comunitária.

Na Resex Tapajós – Arapiuns moram cerca de 22 mil pessoas em 74 comunidades. A reserva foi criada em 1998, após muita luta contra a exploração madeireira intensiva, que ameaçava comunidades tradicionais com modo de vida baseado no extrativismo e agricultura de subsistência. “Chegou um momento que tivemos que unir todas as comunidades e lutar para garantir que essas terras continuassem sendo nossas e de nossos filhos e netos”, lembra Livaldo Sarmento.

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Após 15 anos a consolidação da Reserva Extrativista, como um ambiente ideal para a vida harmoniosa do homem com o meio ambiente, passa necessariamente pela ampliação de serviços essenciais como saúde e educação. Além disso é importante criar mecanismos de capacitação comunitária para melhor aproveitamento dos recursos naturais disponíveis. Tais benefícios só podem ser conquistados a partir da união das comunidades para cobrar melhorias do poder público. Neste caso o papel do jovem é fundamental.

Seu Antônio Oliveira afirma que vê com muito entusiasmo a participação do jovem nas lutas comunitárias. “No meu tempo conseguimos criar muitos grupos de apoios, associações, sindicatos e outras formas de organização comunitária, e eu percebo que o jovem de hoje é muito parecido com o daquele tempo”, declara Antônio. Ingride Natália esclarece que o engajamento de muitos jovens é fruto do exemplo tomado com antigas lideranças. “Eu cresci vendo a luta dos meus pais e outros comunitários e me tornei uma pessoa comprometida com o bem comum. E tudo isso me faz ter vontade de me engajar em sindicatos, associações e até no conselho deliberativo da Resex e outros projetos”, enfatiza a jovem.

A dupla de líderes mais antigas, Livaldo e Antônio, observam uma vida melhor nas comunidades após a criação da Resex. “Hoje nós já temos mais escolas, casas de alvenaria e outros projetos conquistados com organização e muita luta”, esclarece Livaldo. Todos enfatizam ainda que hoje há facilidades de mobilização e comunicação, uma vez que em muitas comunidades já funcionam celulares e Internet, além de haver mais embarcações que fazem o transporte comunitário. “Minha mãe conta que antes para participar de reuniões de sindicatos em Santarém uma viagem demorava até uma semana, por conta do barco ser pequeno. Hoje em dia a viagem é muito mais rápida”, lembra Ingride Natália.

Mesmo com o quadro otimista, apontado pelos comunitários, há motivos para preocupação. João Paulo afirma que da mesma forma que há um número considerado de jovens comprometidos com as lutas sociais, também é grande os que não se preocupam com as causas da reserva. “Falta engajamento de muita gente e recebemos muitas críticas por conta desses jovens que não se interessam na defesa do território. Temos muitas dificuldades de fazer as pessoas entenderem que é preciso lutar pelo bem comum”, ressalta a jovem liderança.

As preocupações evidenciam a importância da união para as conquistas sociais. “Meus pais dizem que é nossa missão valorizar a cultura local, lutar pelo território. Podemos fazer isso utilizando os recursos que nós temos”, enfatiza Júlio César. Livaldo lembra que os jovens com 15 anos hoje não viram a luta pela criação da Resex e que cabe aos adultos sempre dar apoio aos mais jovens e lembrar dos desafios, porém cabe aos mais novos tomar à frente das associações e bandeiras de luta. “O futuro da Resex está no que esta geração decidir”, enfatiza o comunitário.

Uma boa fórmula, para que a Resex cumpra seu papel de garantir a exploração autossustentável dos recursos naturais, é mesclar a experiência de quem já enfrentou muitos desafios na luta comunitária e a motivação, audácia e força dos jovens.

Bazar Design da Mata oferece artesanato da Amazônia e Mata Atlântica

27 de novembro de 2013 por Fábio Pena

desing da mapaA terceira edição do Bazar Design da Mata evento que inicia hoje em São Paulo, apresenta produtos sustentáveis produzidos por comunidades tradicionais do país: os quilombolas, indígenas, ribeirinhos e caiçaras. As peças são produzidas com palha da palmeira tucumã, fibra da cana arumã, fibra de bananeira e outros materiais extraídos da natureza que imprimem as cores, texturas e cultura dos grupos genuinamente brasileiros. Produtos de grupos apoiados pelo  Projeto Saúde e Alegria nas comunidades do rio Arapiuns estarão lá representados.

Todas as peças são artesanais e exclusivas, dentre elas haverá móveis feitos por índios tukanos do Amazonas, jogos americanos produzidos com palha de bananeira trançada por quilombolas do Vale do rio Ribeira de Iguape, sousplats de palha da palmeira tucumã feitos por artesãos que vivem às margens do Rio Arapiuns, no Pará, cestos de fibra da cana arumã trançados por índios baniwa, além de brinquedos e roupas. Os produtos vão custar de R$ 10 a R$ 500.

O valor arrecadado é revertido para os cem artesãos que enviam suas peças, e também será usado para formar um caixa que vai financiar o evento do próximo ano.

Nos dias do bazar, o público também poderá participar de degustações, palestras, oficinas sobre as comunidades produtoras, assistir a vídeos de ecoturismo, e formar parte de bate-papos com os artesãos e vivências culturais.

O evento é promovido pelo Núcleo Oikos, uma associação sem fins lucrativos, criada por iniciativa de um grupo de jovens de São Paulo que visa promover o desenvolvimento da arte e cultura regional que valorizam a comunidade e o meio ambiente.

O que

Bazar Desing da Mata

Quando: Qua 27/11 das 17:00 às 21:00

diariamente de 28 (Qui) a 30/11 (Sáb) das 12:00 às 21:00

Onde: Loja Tidello

Av. Pedroso de Moraes, 1684
Vila Madalena – Oeste
São Paulo
Fonte: Catraca Livre

XIII Teia Cabocla: Desenvolvimento Territorial e Desafios da Juventude

27 de novembro de 2013 por Adriane Gama

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Salve colaboradores digitais, repórteres comunitários e lideranças juvenis das comunidades ribeirinhas! Está chegando a hora do grande encontro anual da Rede Mocoronga de Comunicação Popular, a XIII Teia Cabocla. Com o tema “Desenvolvimento Territorial e Desafios da Juventude”, o evento acontecerá nos dias 5, 6, 7 de dezembro, na Chácara Roberto Magalhães, na BR-163, km 7, no bairro Cambuquira.

A Teia Cabocla, neste ano, irá discutir sobre os principais desafios e oportunidades para a vida dos jovens nas regiões Resex Tapajós-Arapiuns, Flona Tapajós e Assentamentos. Assuntos como trabalho e renda, educação, acesso à informação, direitos infanto-juvenis, participação comunitária, meio ambiente e políticas públicas, serão debatidos por um público de aproximadamente 100 jovens comunicadores, representantes das Rádios, Telecentros, Jornais e Blogs das comunidades, do Programa Floresta Ativa e do Pólo 3G.

A programação desta Teia Cabocla terá múltiplas ações colaborativas como: dinâmicas, trabalhos em grupos, participação das lideranças da Tapajoara, debate sobre ativismo, oficinas criativas, Circo Mocorongo e o festival de vídeos Mocoroscar. A cobertura completa do evento será realizada pelos próprios repórteres comunitários através das diversas mídias da Rede Mocoronga, como TV, blog e rádio com transmissão FM.

Seguindo a metodologia do encontro, cada participante trará algum objeto, artesanato ou publicação que retrate o perfil da juventude da sua comunidade, compartilhando assim, o passado, o presente e os desejos para o futuro. Esses materiais serão usados na apresentação das comunidades durante o evento.

Fique ligado, você jovem comunitário que participará da XIII Teia Cabocla, nas dicas importantes deste encontro:

  • Lembre-se de trazer seus documentos pessoais (RG e CPF) e solicitar ao comandante, antes de sair da embarcação, os comprovantes das passagens de ida e volta para o reembolso de passagens.

  • No dia 05 (quinta) às 11 horas da manhã, haverá dois ônibus fretados para transportar os participantes. Para os jovens do Rio Tapajós o ônibus sairá da Praça São Raimundo Nonato e para os do Arapiuns, o ônibus sairá do Mercadão 2000. Na volta, dia 8 de dezembro, os ônibus retornarão com os participantes para os mesmos locais.

  • Para as comunidades que tem Telecentro ou integram o Pólo 3G, é importante trazer um notebook para registrar as atividades do encontro e replicá-las nas suas comunidades. (Faça a reunião o oficialize a vinda desse equipamento e responsabilize-se por ele)

  • Fique atento às informações do programa Rede Mocoronga, na Rádio Rural, neste sábado, das 10 às 11h e no domingo, das 4 às 5h da manhã.

  • Para maiores esclarecimentos ou dúvidas, entre em contato com: Elis Lucien (9158-7800), Adriane Gama (3067-8023) ou PSA (3067-8024)

Então, juventude ribeirinha! Aproveite esse tempo, faça uma reunião em sua comunidade e venha balançar essa Rede!!!

Tucumarte confecciona peças para loja em Manaus

25 de novembro de 2013 por Rosemara Tapajós

As artesãs do grupo TucumArte, nessa semana concluíram e enviaram mais uma encomenda para serem expostas na galeria amazônica de Manaus, nessa encomenda foram confeccionados belíssimos Sousplat  Amazônico e Descansos de Panela.  O grupo adquiriu essa tradição de seus antepassados, uma cultura que foi sendo repassada de geração a geração e que hoje ainda continua, as peças são confeccionadas da guia do Tucumãzeiro, uma planta nativa da Amazônia. As peças são todas feitas e coloridas com pigmentos da própria natureza, um diferencial no trabalho que elas realizam na comunidade.

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