Reunião do Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns.

30 de junho de 2015 por Paulo Lima

Foto Elis Lucien (2014)

Uma gestão participativa e lideranças engajadas são os combustíveis para organização comunitária,  avanços e conquistas na Reserva Extrativista Tapajós – Arapiuns. Para isso o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade / Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns e a Organização das Associações da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns – TAPAJOARA, convidam para a 2º Reunião Ordinária de 2015 do Conselho Deliberativo que será realizada no Centro de Formação Floresta Ativa – CEFA, na Comunidade de Carão, interior da RESEX Tapajós-Arapiuns, rio Tapajós, Município de Santarém, a partir das 8 h do dia 06/07/2015, (segunda feira) com termino previsto às 18h do dia Seguinte.

Para a realização da reunião estará sendo disponibilizando, transporte, alimentação para representantes de todas as entidades envolvidas nesse processo, assim como hospedagem, que será realizada no próprio local do evento, para tanto, cada conselheiro (a), deverá trazer seus pertences pessoais, materiais necessários (toalha de banho, cobertor e etc…). Solicitamos a todos (as) os participantes levarem rede para dormir.

O transporte será realizado da seguinte forma: Para as Comunidades do Rio Arapiuns, o B/M RESEX Tapajoara sairá de Mentai as 7 hs do dia 05/07 (domingo), com destino ao Carão, com as seguintes previsões de itinerários: 7:30hs Pascoal; 8:30hs São Pedro; 9 hs Nova Vista; 9:30hs São José I; 10hs Atrocal; 11:00hs Aningalzinho; 11:30hs Aminã; 12:00hs Zaire; 12:30hs Nova Sociedade; 13:00hs São Miguel; 14hs Anã; 15hs Vila Franca; 16hs Maripá.
Para as comunidades do Rio Tapajós, um B/M sairá de Escrivão as 7 hs do dia 05/07 (domingo), com destino ao Carão, com as seguintes previsões de itinerários: 8hs Pinhel; 8:30hs Cametá; 9:30hs Nova Vista; 10:00hs Nuquini; 11:30hs São Tomé; 12:30hs Jatequara; 13:30hs Muratuba; 15:30hs Vila do Amorim; 16hs Cabeceira do Amorim; 17hs Uquena; 19hs Capixauã; 20 hs Carão.

Para os conselheiros de Santarém, o B/M Saúde e Alegria sairá as 14 hs do dia 05/07 (domingo), com destino ao Carão, em frente a casa cristalina na orla da cidade.

Maiores esclarecimentos serão repassados pelo Programa Puxirum da Radio Rural de Santarém as 11h dos domingos, ou contatar com Mauricio através dos telefones (93) 35239578, ou a Tapajoara através do telefone (93) 991366797.

Abaixo os documentos oficiais de convite e a Programação da Reunião:

Programação da reunião CD 2015.07

Oficio convocacao da reuniao do CD 2015.07

 

Atividades de Meliponicultura mobilizam comunidades da Resex Tapajós

6 de março de 2015 por Adriane Gama

 http://redemocoronga.org.br/files/2015/03/meliponicultura_adrianegama.jpg

Meliponicultura, um nome que cada vez mais vem se destacando na região, refere-se à criação de abelhas nativas sem ferrão, a qual pode contribuir muito com a diversificação e uso sustentável da terra na Amazônia. Essas abelhas, as quais produzem saboroso mel com propriedades medicinais, podem garantir a sobrevivência de plantas nativas e cultivadas, graças ao seu papel ecológico fundamental como polinizadoras.

Com intuito de difundir essa prática na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns (Resex), nos dias 26 e 27 de fevereiro, foi realizado um Curso de Meliponicultura, na Vila do Amorim, facilitada pelo técnico em manejo de abelhas do Projeto Saúde & Alegria (PSA), Alexandre Goudinho, com o apoio de uma equipe destacada do projeto formada pelo técnico em agropecuária, Silvano Martins e pelas biólogas Ândrea Colares e Adriane Gama. Esta oficina contou também com a colaboração da escola e de uma família local como apoio na alimentação. Para as práticas com as melíponas, foi usada a estrutura do meliponário cedido pelo participante da Vila do Amorim, Nilson Paz.

Este curso, faz parte das atividades técnicas sobre Boas Práticas de Produção, Beneficiamento e Fornecimento de Serviços, da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), no qual capacita beneficiários do INCRA interessados no manejo de abelhas sem ferrão com o objetivo de enfatizar a potencialidade desta atividade para a agricultura familiar nas comunidades ribeirinhas. Dessa forma, a Meliponicultura pode ser mais uma alternativa econômica que agrega renda extra aos comunitários, em sintonia com o uso racional e sustentável de recursos naturais, envolvendo outras iniciativas, como educação ambiental e turismo comunitário.

Estavam presentes neste curso, representantes de seis comunidades da região do Lote 10 do ATER – PSA: Cabeceira do Amorim, Brinco da Moças, Enseada do Amorim, Mapirizinho, Uquena, Limãotuba e Vila do Amorim. Foram dois dias de vivência na cultura das abelhas sem ferrão. Depois de muita chuva, no início das aulas na escola, o sol apareceu e manteve-se na maioria do tempo, contribuindo com as aulas de campo.

Os participantes tiveram aula teórica que abordava conteúdos referentes a morfologia das Meliponidae (abelha sem ferrão), sua distribuição geográfica, períodos de floração, tipos de ninho e alimentos, predadores naturais e estrutura das colônias de meliponídeos. Na parte prática, os agricultores com devidas roupas de proteção, tiveram orientações sobre técnicas de captura, transferência e divisão de colônias, tanto in natura (tronco da árvore) quanto nas caixas, construção e posição de meliponários, como alimentar artificialmente determinadas espécies e por fim, coleta e armazenamento do mel das abelhas.

O resultado foi bastante satisfatório para todos os alunos neste segundo encontro (o primeiro aconteceu no final do ano passado no Centro Experimental Floresta Ativa do PSA na Resex). Todos estavam muito empenhados e cuidadosos a seguir todas as etapas do manejo destas abelhas, aliando suas experiências com as técnicas da meliponicultura. No final, os participantes receberam um material de aprendizagem, e por comunidade, foi doada uma caixa modelo montada para que cada um possa iniciar suas atividades em seus meliponários. Ainda houve um brinde coletivo com direito a degustação de mel.

De acordo com o técnico Alexandre, meliponicultor há 10 anos, esta realização foi positiva pela forte presença das comunidades, atendendo a meta do projeto de desenvolver atividades do ATER para os moradores que se inscreveram na oficina. “Com relação às aulas, conseguimos exercitar uma atividade considerada nova na Resex, que tem dado certo em algumas comunidades, apresentando um modelo, levando em consideração a prática do dia a dia do morador”, aponta o produtor.

O técnico ainda pontua que “o curso foi completo, trabalhando paralelamente com o social, ambiental, comercialização do produto e organização do grupo. O fator principal disso, foi desenvolver uma atividade recente, que se fala em preservação ambiental, melhoramento da renda familiar, com abordagem na organização social, como acontece dentro de uma colmeia. Inclusive, dentro dessa prática de manejo, a gente pode verificar durante todo o curso, como esse processo está sendo discutido no projeto de ATER”.

Por sua vez, os participantes estavam muito entusiasmados. Para Ronaldo Lopes, produtor da comunidade de Uquena, disse que “o curso serviu para aprimorar mais meus conhecimentos e que a partir de agora, é colocar em prática o que nós aprendemos para poder repassar com mais segurança, as técnicas e vivências com essas espécies, para os iniciantes”.

Já para a moradora de Brinco da Moça, Dona Mercedes Farias, suas expectativas foram alcançadas sendo que o mais interessante para ela foi conhecer a organização social das abelhas e como retirar o mel diretamente dos potes, seja ele do interior das árvores ou do meliponário. A produtora ainda disse que “esta atividade com as abelhas sem ferrão pode ser uma boa opção para o desenvolvimento econômico da minha comunidade sem causar danos ao meio ambiente”.

Fotos: Adriane Gama, Ândrea Colares e Silvano Martins

Modalidades Educativas em destaque na Copa Floresta Ativa

18 de agosto de 2014 por Adriane Gama
Masc_final_CFA

Mascotes classificados para a grande final da Copa Floresta Ativa.

Assim como a Copa do Mundo reuniu povos do mundo inteiro através da imagética bola, a Copa Floresta Ativa 2014, do Projeto Saúde & Alegria em parceria com a Tapajoara e ICMBIO, mobilizou as comunidades ribeirinhas da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, interior da floresta mais conhecida do planeta, com simplicidade, criatividade e muita ginga no pé. Durante o início desse ano, foram 4 eliminatórias sediadas em comunidades da Resex: em Anumã e Surucuá, no mês de abril e São Pedro e Vila de Boim, em maio.

Mas nem só de futebol se faz uma copa na floresta. Este evento tem como características marcantes, as atividades e campanhas educativas. Como nas edições anteriores, a Final da Copa terá dois dias intensos de ações educativas e esportivas, sendo que no primeiro dia, na sexta pela manhã, acontecerá um seminário reunindo a juventude e lideranças comunitárias e pela tarde, grupos de trabalhos entrarão em cena com produções sócio-educativas. Durante todo o sábado, as seleções de futebol classificadas disputarão a grande final. À noite, para fechar com grande estilo e muita alegria, Circo Mocorongo com sua trupe circense e premiações das modalidades educativas.

Neste mesmo dia, paralelamente aos jogos, um espaço sócio-cultural será montado, com o objetivo de atrair a atenção dos visitantes e esportistas, os quais estarão torcendo também pelas produções artísticas realizadas por suas comunidades. Esta sala de exposição apresentará as produções filnalistas das nove modalidades educativas: Mascote, Música, Paródia, Esquete Circense, Foto, Cartaz Educativo, Reportagem, Rádio (melhor reportagem, vinheta ou entrevista), Jornal Impresso e Vídeo.

Serão esperados 58 produções das modalidades educativas, cujos seus artistas finalistas receberam nas eliminatórias, passaporte com direito a transporte e alimentação para participar da grande final que acontecerá nos dias 22 e 23 de agosto, na Vila de Anã, Rio Arapiuns. Um comitê de jurados independentes avaliarão os trabalhos classificados, a partir de quatro critérios básicos: Mensagem Educativa, Criatividade, Qualidade e Comunicativo.

As premiações dos campeões das categorias educativas da Grande Final da Copa Floresta Ativa, segundo o seu edital, são as seguintes: Mascote – Jogo de camisas, Música e Paródia – Violão, Esquete circense – Kit com materiais de circo, Foto – Máquina fotográfica, Cartaz – Kit com materiais de pintura, Melhor reportagem impressa/jornal – Máquina fotográfica, Programa de rádio (vinheta, entrevista ou reportagem) – Gravador digital e Vídeo – Tablet.

Confira abaixo, os vencendores das eliminatórias que estarão na Grande Final da Copa Floresta Ativa. Parabéns a todas comunidades participantes!

Leia o resto desse post »

ICMBio e TAPAJOARA mobilizam reuniões comunitárias na Resex

24 de julho de 2014 por Adriane Gama

reuniao_comunidade

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio e a Organização das Associações da Reserva Extrativista Tapajós – Arapiuns – Tapajoara realizarão dois importantes eventos que ocorrerá de forma integrada na Resex, nos dias 28 e 29 de julho, respectivamente a II Reunião Ordinária de 2014 do Conselho Deliberativo Tapajós-Arapiuns e a Reunião do Conselho Comunitário da Tapajoara, na Comunidade de Vila Franca, a partir das 8h com término às 18h.

Serão convidados três representantes de todas as entidades envolvidas nesse processo de cada comunidade da Resex e custeadas parte das despesas dos participantes, como: transporte, hospedagem e parte da alimentação. A outra parcela será contrapartida das próprias comunidades. Para tanto cada conselheiro, deverá trazer seus materiais necessários e pertences pessoais (toalha de banho, cobertor e rede para dormir).

Haverá quatro barcos fretados com trajetos exclusivos para estes eventos, dois irão para o Tapajós e um para o Arapiuns, embarcando nos portos das comunidades, com exceção das comunidades acima de Mentai – Arapiuns que deverão ir até Mentai e solicitar reembolso de combustível. Para as instituições e comunitários que estiverem na cidade, um outro barco sairá de Santarém, em frente ao posto Santo Antônio. O retorno está previsto para segunda- feira, dia 28 de julho, após o término da reunião.

Os assuntos de interesse comunitário nestes encontros, entre outros, tratarão sobre: Situação Atual do Plano de Manejo da Resex Tapajós-Arapiuns, Projeto de Monitoramento Participativo, Projeto de Carbono Florestal, andamento dos trabalhos das Assistência Técnica Extrativista – ATER na Resex, Cadastramento de Moradores e Perfil do Beneficiário.

Confira agora o itinerário dos barcos:

1) B/M Jhuan Felipe: Rio Tapajós – Itinerário do Escrivão a Paricatuba (depois segue direto para a Vila Franca) – Esse barco sairá do Escrivão, às 7h do domingo, dia 27 de julho.

2) B/M Felipe Neto: Rio Tapajós – Itinerário de Surucuá até Vila Franca. Esse barco sairá de Sucuruá, às 7h do domingo, dia 27 de julho.

3) B/M RESEX Tapajoara: Rio Arapiuns – Itinerário de Mentai até Vila Franca. Esse barco sairá do Mentai, às 7h do domingo, dia 27 de julho.

4) B/M Janderson Felipe: Santarém/Vila Franca. Esse barco sairá de Santarém às 15h, do domingo, dia 27 de julho.

Para maiores esclarecimentos serão repassados pelo Programa Puxirum da Rádio Rural de Santarém, às 11h aos domingos, ou contatar com o Presidente do Conselho Deliberativo da RESEX Tapajós Arapiuns, Maurício SantaMaria através dos telefones (93) 3523-9578, ou a Tapajoara através do telefone (93) 9136-6797.

Musas (e você) constroem Fábrica de Ração

10 de junho de 2014 por Bob Barbosa

Clique na imagem abaixo e assista ao vídeo das Musas:

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=mU3BnQvdtPg[/youtube]As Mulheres Sonhadoras em Ação (MUSA) da Vila do Anã, Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, criam peixes em viveiros e produzem a ração, orgânica e artesanal. Agora, precisam construir uma fábrica mais adequada ao trabalho delas. Em http://goo.gl/3eCWzG você se informa sobre como colaborar!

comunidade_de_ana_012

XIII Teia Cabocla: Desafios do território, como enfrentá-los?

8 de dezembro de 2013 por Paulo Lima

desafiosteia.redimensionado Ultimo dia da Teia Cabocla define metas e estratégias para superar desafios

Por Carlos Joseph

No último dia (07/12/2013) da XII Teia Cabocla foram finalizados os trabalhos de discussão sobre o desenvolvimento territorial e desafios da juventude na Reserva Extrativista (Resex) Tapajós – Arapiuns. As atividades nos três dias foram desenvolvidas a partir da seguinte trajetória: relembrar as lutas sociais pela conquista do território, avaliar os atuais desafios e como o jovem lida com eles e por último estimular a sugestão de estratégias concretas para superar os desafios identificados durante o encontro.

Tais estratégias concretas tem relação direta com ativismo e para auxiliar na elaboração dos planos, os participantes da Teia Cabocla tiveram um bate papo com Marcelo Marquezine da Escola de Ativismo. A Escola de Ativismo é uma organização que dá suporte a diversos movimentos sociais em todo o Brasil e o ativismo é a prática da luta por um bem comum. Marquezine deixa claro porém, que essa luta não pode ser confundida com violência. “Temos que saber o limite do que fazer para não chegar à violência. Por mais justo que a causa possa parecer é preciso sempre evitar a violência”, explica Marcelo.

Um bom exemplo de ativismo foram as manifestações de julho deste ano no Brasil, onde um movimento, pela redução da passagem de ônibus em São Paulo, desencadeou diversos outros manifestos que mobilizaram, segundo o IBOPE, 12 milhões de pessoas em todo Brasil. Marcelo usou este exemplo para explicar que a prática do ativismo demanda um bom planejamento e é necessário evitar manifestações motivadas apenas por empolgação. “Vamos ser ativistas, mas não no ‘oba oba’. Tem que ter tática, estratégia. É preciso saber se é a hora certa daquela ação e nunca entrar de peito aberto, se necessário procure um advogado antes.”, enfatiza.

O ativista ressaltou ainda que em qualquer ação é necessário pensar em comunicação, chamar atenção para a causa. É importante que os objetivos e reivindicações sejam claros e definidos. Hoje em dia o ativismo está muito ligado à internet pela facilidade que a rede proporciona em desenvolver esta comunicação necessária, além de compartilhar informações e criar conexões.

Ações concretas propostas na Teia Cabocla

A partir das dicas de ativismo os participantes do evento se reuniram em cinco grupos de trabalho para traçar metas específicas de ação sobre os temas: participação juvenil, educação (ensino médio de qualidade), trabalho e renda e acesso à informação/direito à comunicação. Esta última etapa do evento se justifica pelo princípio de que não basta apenas levantar e reconhecer os problemas existentes, mas também é necessário partir para ação almejando alcançar as mudanças necessárias.

Temas discutidos na última atividade da Teia Cabocla:

gruposteia.redimensionadoOrganização e mobilização juvenil:

Este tema é relacionado ao fato de muito jovens não se interessarem pelos movimentos sociais, reuniões de sindicatos e outros grupos de mobilização. Durante o encontro de gerações da Teia Cabocla, que reuniu antigos e novas lideranças em uma mesa redonda, o jovem João Paulo citou esta problemática. “Falta engajamento de muita gente e recebemos muitas críticas por conta desses jovens que não se interessam na defesa do território. Temos muitas dificuldades de fazer as pessoas entenderem que é preciso lutar pelo bem comum”, ressalta a jovem liderança.

Nos grupos de trabalho os jovens identificaram que o problema ocorre, principalmente devido a falta de apoio dos pais, que não incentivam a participação dos filhos e também pelas reuniões não atraírem as atenções dos jovens. Como solução foi proposta que haja reuniões específicas para a juventude que envolva música, dança e outras atividades que atraiam os jovens. Os próprios jovens tomarão à frente para que as mudanças ocorram.

Trabalho e renda:

A dificuldade no acesso à educação de qualidade e a falta de capacitação técnica dificultam a busca por alternativa de geração de renda nas comunidades da Resex. Os participantes destacaram que é preciso estimular o espírito empreendedor do jovem para aproveitar o que pode ser feito com recursos disponíveis na comunidade para gerar renda, mas que é também preciso ter acesso a mais cursos de qualificação em empreendedorismo para inclusão produtiva. O grupo que trabalhou o tema propôs ainda a formação de uma cooperativa mista, dentro do Programa Floresta Ativa do PSA. Esta cooperativa proporcionaria mais renda através do trabalho coletivo e utilizaria de forma sustentável os recursos disponíveis na Resex.

Meio Ambiente:

O principal objetivo da Resex é garantir a conservação dos recursos tradicionalmente utilizados pela população extrativista da área, por isso a preservação do meio ambiente deve sempre ser discutida. A grande problemática relacionada ao tema é que certos fatos, que vão de encontro com o objetivo da Resex, estão passando despercebido pelos moradores das comunidades. Podem ser citados exemplo como a aproximação de madeireiras que invadem os limites da reserva e a construção de hidrelétricas no alto Tapajós.

O grupo que conduziu o tema questionou que este fatos, apesar da importância, não são contextualizados nos jornais e rádios das comunidades e sugeriu criar uma rede de comunicação do meio ambiente para que haja um fluxo de informações entre as comunidades.

Educação:

A dificuldade no acesso ao ensino médio faz com que muitos jovens deixem suas comunidades e migrem para Santarém com a intenção de concluir o ensino básico. Já nas comunidades onde existe acesso ao ensino médio este é ofertado na modalidade modular. De acordo com os jovens da Resex o ensino modular, apesar de ser uma alternativa para concluir o ensino básico, não é adequado.

É necessário que o jovem lute por uma educação de qualidade. O grupo que se aprofundou no tema propôs as seguintes ações para iniciar um movimento por uma educação melhor: Expor a realidade educacional para as comunidades, pautar o assunto em movimentos sociais, nas entidades representativas e organizações sindicais e criar um grupo de estudo e pesquisa sobre o tema. O objetivo desta última proposta é ter um embasamento científico que comprove o problema e identifique o real cenário da educação nas comunidades. Além disso devem lutar por um modelo de ensino médio voltado para os potenciais produtivos da Resex, mais focada, por exemplo,  na profissionalização do jovens para o manejo dos recursos naturais.

Para se avançar nas metas seriam utilizadas as redes sociais para expor a situação e criar espaços de discussão com o tema a “escola que queremos”.

Acesso à informação e direito à comunicação

O acesso à comunicação hoje é uma das formas mais eficientes de se fortalecer as lutas sociais em busca do bem comum. Como enfatizou Marcelo Marquesine da Escola de Ativismo, em qualquer ação é necessário pensar em comunicação.

Nos últimos anos houve avanços significativos neste sentido dentro da Resex com a instalação de telecentros e ampliação da cobertura telefônica. Porém, ainda há muito o que se conquistar. Nesta perspectiva se propôs intensificar a cobrança pela agilidade na instalação de novos telecentros. Uma forma de pressionar por esta agilidade é expor os problemas na imprensa local e denunciar através de vídeos e postagem nas redes sociais

Outra proposta é se organizar para que se conquiste a concessão de sinais de rádios comunitárias, transformando rádios postes em FM. Outro bandeira de luta é cobrar a ampliação do Programa Luz Para Todos para facilitar a utilização de aparelhos eletrônicos de comunicação. Chama a atenção o atraso da implementação do Programa Telecentros.BR que já entregou equipamentos e mobiliários para vários Telecentros Comunitários mas entraves burocráticos impedem a instalação desses espaços de acesso à informação, cultura, educação e comunicação. Como proposta os jovens indicaram a organização de uma campanha nas redes sociais e abaixo assinado para dar visibilidade ao problema.

Protagonismo juvenil

A grande lição deixada pela XII Teia da Comunicação é de que o futuro da Resex está nas mãos dos jovens. As decisões tomadas hoje, bem como as atitudes adotadas, influenciarão diretamente no desenvolvimento territorial da reserva.

O jovem tem a força, audácia e motivação para superar os desafios e mostrou, que ao contrário do que se pensa, está disposto participar ativamente da luta pelo bem comum.

 

Encontro de gerações na XIII Teia Cabocla

6 de dezembro de 2013 por Paulo Lima

Foto Ellen Acioli

Por Carlos Eduardo Joseph

Olhar para o futuro se espelhando no passado e cuidando do presente. Nesta perspectiva foi conduzido o Diálogo entre gerações nos territórios, uma das atividades da XIII Teia Cabocla. Através de uma mesa redonda foram colocados lado a lado lideranças comunitárias, da antiga e nova geração. No centro do debate estavam os desafios enfrentados na Reserva Extrativista (Resex) Tapajós – Arapiuns.

O que almeja um jovem que vive em uma das comunidades da Resex? Quais as suas perspectivas e como ele se integra na luta pela preservação do território? E como líderes que participaram ativamente da luta pela criação da Resex observam o papel dos jovens agora com a reserva consolidada? São questionamentos que levam a uma reflexão profunda sobre o papel social de todos no contexto de preservação cultural e ambiental.

Entre os participantes da mesa redonda estavam Livaldo Sarmento de 55 anos e Antônio Oliveira, mais conhecido como Seu Mucura, de 75 anos. Ambos são lideranças que participaram ativamente da luta pela criação da Resex. Os outros participantes eram os jovens Julio César e João Paulo de 19 anos e Ingride Natália de 17 anos, todos dando os primeiros passos nas lutas sociais. Com todos sentados à mesa era interessante o impacto visual provocado pela diferença de idade, porém, mais interessante ainda foi observar que apesar de pertencerem a gerações diferentes todos compartilham os mesmos ideais de conquistas através da união comunitária.

Na Resex Tapajós – Arapiuns moram cerca de 22 mil pessoas em 74 comunidades. A reserva foi criada em 1998, após muita luta contra a exploração madeireira intensiva, que ameaçava comunidades tradicionais com modo de vida baseado no extrativismo e agricultura de subsistência. “Chegou um momento que tivemos que unir todas as comunidades e lutar para garantir que essas terras continuassem sendo nossas e de nossos filhos e netos”, lembra Livaldo Sarmento.

geracoes

Após 15 anos a consolidação da Reserva Extrativista, como um ambiente ideal para a vida harmoniosa do homem com o meio ambiente, passa necessariamente pela ampliação de serviços essenciais como saúde e educação. Além disso é importante criar mecanismos de capacitação comunitária para melhor aproveitamento dos recursos naturais disponíveis. Tais benefícios só podem ser conquistados a partir da união das comunidades para cobrar melhorias do poder público. Neste caso o papel do jovem é fundamental.

Seu Antônio Oliveira afirma que vê com muito entusiasmo a participação do jovem nas lutas comunitárias. “No meu tempo conseguimos criar muitos grupos de apoios, associações, sindicatos e outras formas de organização comunitária, e eu percebo que o jovem de hoje é muito parecido com o daquele tempo”, declara Antônio. Ingride Natália esclarece que o engajamento de muitos jovens é fruto do exemplo tomado com antigas lideranças. “Eu cresci vendo a luta dos meus pais e outros comunitários e me tornei uma pessoa comprometida com o bem comum. E tudo isso me faz ter vontade de me engajar em sindicatos, associações e até no conselho deliberativo da Resex e outros projetos”, enfatiza a jovem.

A dupla de líderes mais antigas, Livaldo e Antônio, observam uma vida melhor nas comunidades após a criação da Resex. “Hoje nós já temos mais escolas, casas de alvenaria e outros projetos conquistados com organização e muita luta”, esclarece Livaldo. Todos enfatizam ainda que hoje há facilidades de mobilização e comunicação, uma vez que em muitas comunidades já funcionam celulares e Internet, além de haver mais embarcações que fazem o transporte comunitário. “Minha mãe conta que antes para participar de reuniões de sindicatos em Santarém uma viagem demorava até uma semana, por conta do barco ser pequeno. Hoje em dia a viagem é muito mais rápida”, lembra Ingride Natália.

Mesmo com o quadro otimista, apontado pelos comunitários, há motivos para preocupação. João Paulo afirma que da mesma forma que há um número considerado de jovens comprometidos com as lutas sociais, também é grande os que não se preocupam com as causas da reserva. “Falta engajamento de muita gente e recebemos muitas críticas por conta desses jovens que não se interessam na defesa do território. Temos muitas dificuldades de fazer as pessoas entenderem que é preciso lutar pelo bem comum”, ressalta a jovem liderança.

As preocupações evidenciam a importância da união para as conquistas sociais. “Meus pais dizem que é nossa missão valorizar a cultura local, lutar pelo território. Podemos fazer isso utilizando os recursos que nós temos”, enfatiza Júlio César. Livaldo lembra que os jovens com 15 anos hoje não viram a luta pela criação da Resex e que cabe aos adultos sempre dar apoio aos mais jovens e lembrar dos desafios, porém cabe aos mais novos tomar à frente das associações e bandeiras de luta. “O futuro da Resex está no que esta geração decidir”, enfatiza o comunitário.

Uma boa fórmula, para que a Resex cumpra seu papel de garantir a exploração autossustentável dos recursos naturais, é mesclar a experiência de quem já enfrentou muitos desafios na luta comunitária e a motivação, audácia e força dos jovens.

Teia Cabocla vai discutir desenvolvimento territorial e desafios da juventude

4 de dezembro de 2013 por Paulo Lima

teiacabocla.redimensionado

Vindos de mais de 30 comunidades ribeirinhas atendidas pelo Projeto Saúde e Alegria, cerca de 100 jovens irão se reunir nos dias 05, 06 e 07/12/2013 em Santarém, para discutir os desafios da juventude na perspectiva dos territórios onde vivem, na bacia dos Rios Tapajós e Arapiuns, como a Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, a Floresta Nacional do Tapajós e Assentamentos onde estão localizadas suas comunidades. É o XIII Encontro Teia Cabocla, evento tem apoio da Fundação Telefônica / Vivo, Fundação Konrad Adenauer e Fundo Vale.

Os Encontros da Teia Cabocla são eventos anuais realizados pelo Projeto Saúde e Alegria reunindo todos os grupos de jovens que participam de projetos desenvolvidos pela organização, principalmente a Rede Mocoronga de Comunicação Popular, promovendo a inclusão digital das comunidades e onde os adolescentes protagonizam a prática da comunicação comunitária disseminando campanhas educativas de saúde, direitos da criança, educação ambiental e valorização da cultura local.

Entendendo a juventude com um momento importante do desenvolvimento humano, o Projeto Saúde e Alegria sempre se preocupou em criar oportunidades para que possa desenvolver seus potenciais como pessoas, cidadãos e trabalhadores. Desta forma, surgiram outras iniciativas além da comunicação e da promoção da inclusão digital, como a criação de cursos de empreendedorismo visando qualificar a juventude em novas formas de inserção no mundo do trabalho, por meio da inovação, do uso das tecnologias e da economia criativa. Exemplo disso é o curso Jovens Empreendedores do Tapajós, com apoio da Fundação Telefônica / Vivo, que está em sua fase experimental quase finalizando.

Embora estas ações venham contribuindo para elevar as oportunidades de inclusão social da juventude ribeirinha, existem outros desafios que precisam ser compreendidos e levados em conta dentro de uma visão integral do que é estar sendo jovem na região do Tapajós e Arapiuns. Desafios ligados ao passado, ao presente e ao futuro dos territórios em que vivem. No caso da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, por exemplo, onde lutas históricas foram travadas pelas comunidades pela proteção de seu território tradicional, hoje a população tem amparo legal para nela viver e produzir, mas agora enfrentam o desafio de gerir o território e aproveitar seu potencial para desenvolver alternativas econômicas sustentáveis e melhorar as condições de vida de seus moradores. É nas novas gerações que esses desafios mais repercutem.  “O que será da Resex Tapajós/ Arapiuns no futuro se a maioria dos seus jovens saem para morar na cidade em busca de oportunidades? Se as opções de trabalho e renda são bastante restritos e o acesso ao ensino médio, por exemplo, é bastante precário? ”, questiona Paulo Lima, um dos coordenadores do evento.

“Acreditamos ser fundamental o engajamento da juventude nos debates sobre o futuro de seus territórios, não somente porque são eles que vão gerir essas regiões no futuro, mas também porque a energia criativa da juventude pode inspirar novas iniciativas que possam promover mudanças que superem os desafios hoje existentes”, complementa Fábio Pena, educador do Projeto Saúde e Alegria.

Diálogo de gerações

Entre os principais momentos da programação está o “diálogo de gerações”, em que lideranças antigas da Resex Tapajós/ Arapiuns, que participaram ativamente da luta pela sua criação, vão dialogar com os jovens e lideranças atuais, demonstrando suas percepções sobre o que foram as lutas do passado, em que estágio estão agora, e o que pensam sobre o futuro.

Um dos objetivos da atividade é reavivar na memória das novas gerações as lutas históricas do seu povo, como também promover seu engajamento nas lutas atuais numa perspectiva coletiva atual.

Ativismo para defender direitos da juventude ribeirinha

Outro momento importante da programação será quando os jovens vão realizar um diagnóstico da situação atual, através de trabalhos em grupos, apontando quais suas principais demandas e oportunidades existentes. Os debates vão girar em torno de temas como trabalho e renda; educação formal; identidade cultural e o papel do jovem da floresta para a Amazônia e o mundo; participação e ativismo do jovem na comunidade, no território e nos espaços de cidadania; acesso e direito à comunicação e difusão do conhecimento e da educação comunitária; território e meio ambiente.

Em plenária serão eleitas as principais questões a serem trabalhadas no próximo ano pelo coletivo de jovens da Teia Cabocla. As prioridades serão apontadas pelos próprios jovens, mas os coordenadores já adiantam alguns assuntos que poderão ganhar maior relevância. “Demandas como o acesso ao ensino médio de qualidade, o direito à comunicação, a necessidade de oportunidades de renda para a juventude e questões ambientais como os grandes empreendimentos no Tapajós devem aparecer com mais destaque”, argumenta Fábio Pena.

O encontro vai contar com a presença do coordenador da Escola de Ativismo, Marcelo Marquesini, que falará aos jovens sobre experiências de ativismo para defender causas comuns, ideias ou promover mobilizações na sociedade. “Nossa proposta é trazer elementos para que os jovens possam utilizar melhor os instrumentos que as comunidades já tem acesso, como os telecentros, os blogs, as rádios, as redes sociais para ter uma voz mais ativa sobre questões mais regionais e não apenas localizadas, afinal, os problemas da juventude numa comunidade são bastante comuns nas demais de uma mesma região”, afirma Paulo Lima.

Como resultado do encontro espera-se que os jovens elaborem planos de ação em forma de campanhas para que possam ter um papel mais ativo na defesa de seus próprios direitos.

 

XIII Teia Cabocla: Desenvolvimento Territorial e Desafios da Juventude

27 de novembro de 2013 por Adriane Gama

13 teia cabocla Beta 1.0

Salve colaboradores digitais, repórteres comunitários e lideranças juvenis das comunidades ribeirinhas! Está chegando a hora do grande encontro anual da Rede Mocoronga de Comunicação Popular, a XIII Teia Cabocla. Com o tema “Desenvolvimento Territorial e Desafios da Juventude”, o evento acontecerá nos dias 5, 6, 7 de dezembro, na Chácara Roberto Magalhães, na BR-163, km 7, no bairro Cambuquira.

A Teia Cabocla, neste ano, irá discutir sobre os principais desafios e oportunidades para a vida dos jovens nas regiões Resex Tapajós-Arapiuns, Flona Tapajós e Assentamentos. Assuntos como trabalho e renda, educação, acesso à informação, direitos infanto-juvenis, participação comunitária, meio ambiente e políticas públicas, serão debatidos por um público de aproximadamente 100 jovens comunicadores, representantes das Rádios, Telecentros, Jornais e Blogs das comunidades, do Programa Floresta Ativa e do Pólo 3G.

A programação desta Teia Cabocla terá múltiplas ações colaborativas como: dinâmicas, trabalhos em grupos, participação das lideranças da Tapajoara, debate sobre ativismo, oficinas criativas, Circo Mocorongo e o festival de vídeos Mocoroscar. A cobertura completa do evento será realizada pelos próprios repórteres comunitários através das diversas mídias da Rede Mocoronga, como TV, blog e rádio com transmissão FM.

Seguindo a metodologia do encontro, cada participante trará algum objeto, artesanato ou publicação que retrate o perfil da juventude da sua comunidade, compartilhando assim, o passado, o presente e os desejos para o futuro. Esses materiais serão usados na apresentação das comunidades durante o evento.

Fique ligado, você jovem comunitário que participará da XIII Teia Cabocla, nas dicas importantes deste encontro:

  • Lembre-se de trazer seus documentos pessoais (RG e CPF) e solicitar ao comandante, antes de sair da embarcação, os comprovantes das passagens de ida e volta para o reembolso de passagens.

  • No dia 05 (quinta) às 11 horas da manhã, haverá dois ônibus fretados para transportar os participantes. Para os jovens do Rio Tapajós o ônibus sairá da Praça São Raimundo Nonato e para os do Arapiuns, o ônibus sairá do Mercadão 2000. Na volta, dia 8 de dezembro, os ônibus retornarão com os participantes para os mesmos locais.

  • Para as comunidades que tem Telecentro ou integram o Pólo 3G, é importante trazer um notebook para registrar as atividades do encontro e replicá-las nas suas comunidades. (Faça a reunião o oficialize a vinda desse equipamento e responsabilize-se por ele)

  • Fique atento às informações do programa Rede Mocoronga, na Rádio Rural, neste sábado, das 10 às 11h e no domingo, das 4 às 5h da manhã.

  • Para maiores esclarecimentos ou dúvidas, entre em contato com: Elis Lucien (9158-7800), Adriane Gama (3067-8023) ou PSA (3067-8024)

Então, juventude ribeirinha! Aproveite esse tempo, faça uma reunião em sua comunidade e venha balançar essa Rede!!!

Suruacá recebe visita do PSA

25 de setembro de 2013 por Djalma Lima

Neste dia 17 de setembro Suruacá recebeu mais uma visita do PSA (Projeto Saúde Alegria).  Na bagagem trouxeram uma equipe de 3 profissionais de TV de São Paulo, para fazer um documentário das atividades feitas pelo PSA em nossa comunidade. O Dr. Eugenio não segurou as lágrimas e se emocionou ao ser recebido pela equipe de recepção de Dona Martinha e companhia.