Experiências amazônicas são destaques no maior encontro de internet do Brasil
16 de setembro de 2013 por Adriane GamaO III Fórum da Internet no Brasil, realizado em Belém do Pará, nos dias 3, 4 e 5 de setembro, mobilizou representantes de diversos setores: governamental, empresarial, universitários e ativistas da cultura digital de vários lugares do país com o objetivo de propagar os “Princípios para a Governança e Uso da Internet”.
Este evento aconteceu pela primeira vez na região norte, sendo considerado um espaço dialógico e aberto para tratar sobre a internet e seus direitos quanto à neutralidade, acessibilidade, infra-estrutura, marco civil e outros assuntos de interesse coletivo, sempre pautando-se por uma internet livre, democrática e mais participativa.
Com participação custeada pelo auxílio-participativo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), uma comitiva santarena também se fez presente, compartilhando suas experiências de cultura digital em debates, trilhas geradoras, atividades auto gestionadas e desconferências temáticas, onde abordaram suas conquistas coletivas em comunidades e escolas, e os desafios enfrentados na Amazônia, da questão geográfica a situação limitada da banda larga.
A equipe da comunidade OpenTapajós apresentou o FASOL – Fórum Amazônico de Software Livre – e abriu um diálogo sobre práticas de software livre. Na ocasião, Caio Rego, coordenador do FASOL, lamentou que este importante fórum, até então realizado anualmente, não acontecerá em 2013, devido a falta de recursos.
As atividades sócio-digitais, incluindo oficinas de stop motion e mostras de animação, realizadas nos laboratórios de informática das escolas municipais, através do trabalho do NIE – Núcleo de Informática Educativa da SEMED em parceria com o Puraqué, foram citadas como casos de sucesso em Santarém.
Também foi lembrado, o trabalho ativo de 12 anos de cultura digital e cidadania do Coletivo Puraqué nas periferias da cidade e em outros municípios, bem como as ações dos infocentros e telecentros espalhados nas cidades, reverberando as ações locais colaborativas de cultura digital, fortalecendo assim, as políticas públicas.
As ações de comunicação, nas comunidades ribeirinhas, pela Rede Mocoronga do Projeto Saúde e Alegria tiveram destaque na trilha Educação, Cultura e Direitos Autorais na internet e nos debates sobre gênero e tecnologia, dialogadas pelos educomunicadores Adriane Gama e Gabriel Abreu. O Coordenador de Inclusão Digital do projeto, Paulo Lima, participou dos debates sobre o desenvolvimento da rede. O jovem Maikson Serrão, da Vila de Boim, trocou ideias sobre servidores comunitários para as comunidades ribeirinhas.
Consensos sobre a democratização e aprimoramento da Internet no Brasil, deram o tom final para os encaminhamentos deste fórum, com a certeza unânime de fortalecer a cultura digital no país, em especial na Amazônia.