Lendas Amazônicas, contadas pelo povo ribeirinho

27 de julho de 2009 por Raquel Fernandes

Lenda do Jacurututu-taú taú

Logo que os Portugueses chegaram na região do tapajós, precisamente na comunidade de Pinhel, no tapajós, eles se alojaram nessa localidade e montaram um comércio. Um dos objetivos deles era explorar seringa. Arrumaram vinte homens e mandaram para a mata, para tirar borracha.

Chegando  na mata, começaram a fazer a exploração do seringal. Com uma semana de muito trabalho, em uma certa tarde apareceu um senhor velhinho, com uma melancia na mão, chegou até o lugar onde eles estavam e entregou ao cozinheiro. O cozinheiro pegou a melancia e guardou.

Quando foi a tarde chegou os vinte trabalhadores que estavam trabalhando na mata, e ai ele disse:

Olha, ai tem uma melancia que um senhor trouxe aqui. Mais é bom vocês não comerem por que eu to cismando que essa melancia não é de gente boa não!

Porém, os trabalhadores, chegaram com fome, pegaram a melancia, cortaram e comeram. E quando foi a noite todos adormeceram, com excessão o cozinheiro.

Tarde da noite, lá vem o Jacurututu taú taú.

Ouvia-se um barulho, parecido com um temporal, vindo em direção deles, dizendo tau, tau, tau, tau.

O cozinheiro que não estava dormindo e que não comeu da melancia, fez uma fogueira. Os pássaros do taú, taú, vinham e jogavam água no fogo para apagar e o cozinheiro fazia tudo novamente.

Quando ele percebeu que os bichos estavam próximo dele, subiu em uma árvore. Enquanto ele estava em cima da árvore os bichos chegaram, e começaram a comer todas as pessoas que estavam dormindo.

Depois que haviam comidos todos, cantavam: Taú, taú, ainda falta um, era justamente o cozinheiro que estava na árvore.

Quando amanheceu o dia, ele desceu da árvore e só encontrou os restos mortais de seus companheiros.

E ai ele arrumou suas coisas e voltou para sua casa que ficava na comunidade de Pinhel.

Chegando em Pinhel, falou com o patrão dele e contou o que havia acontecido.

O patrão imediatamente, falou que iria arrumar cinquenta homens para irem até a mata, acabar com esses monstros.

E ai o pessoal subiram para mata, levando gasolina e querosene. Os monstros moravam em um buraco cavado na terra. Os homens caminharam durante três dias até chegar no lugar onde esses monstros estavam.

Chegando lá, no pé de uma serra, os homens, pegaram lenha e botaram o fogo no buraco onde eles estavam.

E ai os taú, taú, vinham saindo do buraco todos atordoados, e eles pegaram suas armas e cacetes e bateram os bichos matando e acabando de um por um.

E hoje não existe mas taú, taú em Pinhel, por que eles acabarm com todos.

História contada por, Antonio de Oliveira (Mucura), comunidade de Muratuba

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