Oficina debate inclusão digital na Amazônia
5 de novembro de 2008 por Paulo LimaDiário do Pará, 5 de novembro de 2008
BELÉM (PA) – A 7ª Oficina para Inclusão Digital (OID) foi aberta oficialmente, na manhã desta quarta-feira (5), com a plenária Inclusão Digital na Amazônia que mostrou as especificidades da região amazônica e os desafios à inclusão digital em seus múltiplos aspectos para mais de três mil pessoas.
Paulo Lima, do Projeto Saúde e Alegria, foi o mediador da plenária que contou com a participação de Renato Francês, presidente da Empresa de Processamento de Dados do Pará (Prodepa), Jader Gama, coordenador do Projeto Puraque e Antenor Moraes, do Instituto Socioambiental (ISA).
Antes da plenária, houve a apresentação do primeiro caso de sucesso inscrito na OID. Fábio Pena, coordenador da Rede Mocoronga de Comunicação, falou sobre o projeto e a rede de comunicação comunitária na Amazônia, a qual atende jovens de 34 comunidades às margens dos rios Amazonas, Tapajós e Arapiuns e municípios de Santarém e Belterra, no Pará, por meio de atividades de rádio, jornal, TV e telecentros culturais.
“Nosso objetivo com a Rede Mocoronga é possibilitar que os jovens ribeirinhos tenham acesso à inclusão digital sem perder sua identidade cultural”, enfatizou Fabio. Em seguida, Renato Francês deu início à plenária falando sobre o programa Navega Pará e a importância de se criar a Rede Pública Amazônica de Inclusão Digital.
“A telecomunicação é uma grande possibilidade para a integração da região e é a infra-estrutura básica para o desenvolvimento de qualquer área de conhecimento da região. Por isso, pretendemos mudar o cenário do Estado, mostrando que é possível levar internet em banda larga para todo o Pará”, enfatizou o presidente da Prodepa.
Atenor Moraes deu seguimento ao debate falando sobre as atividades desenvolvidas e os objetivos do Instituto Socioambiental (ISA), associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Fundado em 1994 o ISA incorporou o patrimônio material e imaterial de 15 anos de experiência do Programa Povos Indígenas no Brasil do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (PIB/CEDI) e o Núcleo de Direitos Indígenas (NDI) de Brasília. Ambas, organizações de atuação reconhecida nas questões dos direitos indígenas no Brasil.
Jader Gama, coordenador do Projeto Puraque, falou sobre as dificuldades de implantar projetos de inclusão digital na Amazônia e a esperança de que esse acesso chegue a todos os cidadãos. “É triste ver que os projetos para a nossa região são quase sempre voltados para o extrativismo da floresta. Essa plenária deixa bem claro que pensamos num modelo de desevolvimento econômico pautado no conhecimento, na inclusão digital. Pois é dessa forma que haverá melhoria na qualidade de vida das pessoas”, finalizou.
Programação – Logo depois, foi realizada a segunda plenária, Inclusão Digital e meio ambiente: os impactos do ‘lixo tecnólogico’, na qual foi debatido os impactos do chamado ‘lixo tecnológico’ e como o mesmo emerge como uma das principais questões ambientais do século XXI.
A plenária contou com a presença de Uca Silva, pesquisadora responsável pela Plataforma Relac/Sur Corporación; Ramzy Kahhat Adedrabbo, pesquisador em resíduos eletroeletrônicos pela Universidade do Arizo; Silvano Silvério da Costa, diretor do Departamento de Ambiente Urbano (Ministério do Meio Ambiente); e Carlson Aquistapasse, representante da Cidadania Digital.