Pérolas da audiência pública da Cargill

15 de julho de 2010 por Fábio Pena

Uma das principais propagandas feitas para convencer dos benefícios que o Porto da Cargill traria para a região de Santarém, era a promessa de geração de milhares de empregos. Mas na audiência pública, dez anos depois, ao responder uma pergunta sobre quantos empregos a empresa gerava para a população de Santarém, o diretor da empresa resolveu abriu o jogo, alegando que foi uma falha na comunicação.

“Sobre essa questão da geração de empregos com a implantação do porto, teve um problema de comunicação, pois o número divulgado foi muito superior ao que na verdade o terminal gera, que hoje é numa faixa de uma centena de empregos. Desses, a maioria são santarenos, inclusive já tem um funcionário no escritório central da Cargill em São Paulo que foi empregado aqui e progrediu dentro da empresa. Se for implantada uma unidade industrial aqui, serão gerados cerca de 200 empregos diretos. A principal vantagem pra economia local, são as vantagens indiretas criadas pela circulação da renda por todos os produtores além dos empregados”.

Imagine se a população de Santarém tiver que ver chegar empresas como a  Cargill provocando e incentivando tantos impactos sociais e ambientais, sem se comprometer ao menos em recompensá-los, fazendo tudo isso em troca de uma centena de empregos? Se o principal são os benefícios indiretos pela circulação do dinheiro nos bolsos dos produtores de soja, então já podemos ver que a situação é crítica mesmo, porque são raros os produtores de soja que são efetivamente da região, pois a maioria veio de outras regiões do país. Mas não devemos ficar preocupados, porque já temos um santareno trabalhando no escritório em São Paulo! É uma grande vantagem!

O porto que começou pelo fim

14 de julho de 2010 por Fábio Pena

Fonte: Greenpeace. Foto: Daniel Beltra

Com dez anos de atraso, Cargill apresenta Estudo de Impacto Ambiental de seu terminal de escoamento de grãos em Santarém. Devido as falhas do estudo, MPE anuncia que vai protocolar inquérito policial por fraude de dados.

Nesta quarta-feira, 14, cerca de 2500 pessoas participaram da audiência pública sobre o terminal graneleiro da Cargill no Porto Público de Santarém, no Pará, que ficou famoso pela queima das etapas legais necessárias à sua construção. Ele começou a ser construído em 2000 e foi inaugurado sem apresentar Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e sem realizar a audiência pública para debatê-lo. Devido a falta de congruência dos dados do EIA, o Ministério Público anunciou hoje durante a audiência que irá protocolar inquérito policial por fraude de dados.

“O EIA não aborda as verdadeiras soluções para os problemas criados com a chegada da Cargill”, diz o procurador Felício Pontes Jr., do MP. “Espero que ele possa ser analisado de forma a medir esses impactos. Aí teremos a verdadeira conta de quanto foi o prejuízo, e isso poderá ser cobrado da empresa”.
Segundo o procurador, que acompanha o caso desde o início, é a primeira vez no Brasil que essa documentação é produzida depois que a obra já está pronta. Nesse caso, os estudos deveriam medir os impactos que a região sofreu e oferecer medidas de mitigação. Além do Ministério Público do Pará, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém e o Greenpeace também apontaram fragilidades nos dados do estudo.

A chegada do terminal graneleiro provocou uma corrida por terras para o plantio de soja na região de Santarém. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra de 1999/2000, o grão não ocupava mais que 2,3 mil hectares no Pará. Na safra 2003/2004, com o terminal em funcionamento, a soja tomava 35 mil hectares. Dois anos depois, ela estava sendo plantada em 79 mil hectares – prova que o Porto da Cargill de fato contribui para a conversão desenfreada do uso do solo.

Essa expansão se refletiu em desmatamento, contribuindo para o total de derrubadas no Pará. Entre 1999 e 2006, o desmatamento no estado pulou de 510 mil para 880 mil hectares anuais. Em Santarém e Belterra, municípios onde a ocupação da soja não passava dos 50 hectares em 2000 e onde crescia tanto mata virgem como floresta secundária em avançado estágio de regenaração,  tombaram árvores em pouco mais de 80 mil hectares. Os dois municípios hoje concentram 46% da produção paraense de grãos.

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Ações em saúde comunitária

16 de junho de 2010 por Elis Lucien

Jornal Capixaba, 2ª edição

Repórteres: Alciane e Keila

No último dia 25 de Maio, o navio Abaré visitou nossa comunidade fazendo atendimento as famílias de Vista Alegre e Capixauã e junto a Unidade Móvel de Saúde, também vieram uma equipe do Projeto Saúde e Alegria (PSA). Objetivo da equipe era esclarecer a importância e a implementar a CLIS (Comissão Local de Saúde), na comunidade.

A visita foi tão boa que a equipe junto com as lideranças e comunitários, já deixaram formada a diretoria que passará trabalhar na tentativa de amenizar os problemas de saúde da comunidade.

O Encontro foi muito legal, terminando com a apresentação do Circo Mocorongo deixando as crianças, jovens e comunitários muitos felizes.

Semana Ambiental

7 de junho de 2010 por Elis Lucien

O planeta Terra sofre interferência de todas as formas. Mas, as ações antropicas são as que preocupa a maioria dos ambientalistas de plantão. Com o passar dos tempos, a população está entendendo que essa postura não deve ser desse ou daquele mas, de todos que almejam um ambiente limpo e equilibrado para a manutenção da vida no Planeta. Partindo dessa premissa a Semana do Meio Ambiente 2010, estar sendo realizada várias sensibilizações desde do dia 01 à 11 de Junho, nos quatros cantos da nossa Pérola do Tapajós, Santarém. Vamos a programação:

Hoje estão sendo realizadas as Palestras Ambientais nos bairros do Maicá e Mapiri e no Eixo Forte na comunidade de São Braz, sob a coordenação da Escola da Floresta/Secretaria Municipal de Educação (SEMED).

No dia 08/06

Sessão Especial na Câmara, realização da Câmara Municipal de Vereadores. E Mostra de Educação Ambiental na escola Santa Luzia pela manhã no bairro do Santarenzinho, coordenação de Educação Ambiental/SEMED.

No dia 09/06

1. Palestras Ambientais: na escola Álvaro Adolfo da Silveira e Onésima Pereira de Barros de 14 às 17horas, realização do IBAMA.

2. Palestras nas escolas: do Ururama e Maicá, realização  da Escola da Floresta/SEMED.

3. Projeto Parceirinho CLEAN e Mostra Ambiental: na escola União libertadora, no horário de 8 às 12horas, uma realização da CLEAN e SEMED.

4. Trilha no Parque: Realização de Trilhas ecológicas dentro do Parque da Cidade, pela manhã e tarde, na coordenação do Parque da Cidade/SEMED.

5. SESC Ambiental: Atividades lúdicas, contação de história, exposição fotográfica, mostra de Cinema Ambiental e Oficina de Reciclagem, pela manhã e tarde, realização do SESC e Balaio Encantado.

Acompanhe a programação no nosso blog.

Semana do Meio Ambiente em Santarém

31 de maio de 2010 por Elis Lucien

“A Semana do Meio Ambiente corresponde a um momento em que as instituições governamentais e não governamentais se organizam e mobilizam outras organizações para refletir a cerca das questões ambientais. É um momento de sensibilização para que todos nós façamos uma avaliação do que estamos fazendo para conservar o meio ambiente que vivemos e assumir os erros cometidos por imprudência ou falta de comprometimento com as questões ambientais”. Preá-Tapajós.

Com esse pensamento, as atividades da semana do Meio Ambiente 2010, estarão sendo realizadas nas Universidades, Escolas e pontos estratégicos da cidade. Acompanhe diariamente as atividades no blog.

PROGRAMAÇÃO

01 a 04/06

Tenda Ambiental, Horário: 16h às 21 h, Local: Parque da Cidade

01/06 – Exposições do PSA, UNESCOS, IBAMA

02/06 – Exposição do IPAM, SESC, PARQUE, SERVIÇO FLORESTAL

04/06 – Exposição da ESCOLA DA FLORESTA, SEMMA, Coord. SEMED e SEMA.

01/06 – SEMA/FIT – Abertura e Palestra (Biodiversidade no contexto amazônico) no auditório central da FIT.

02/06 – Mesa redonda (Belo Monte) no auditório central e oficinas nas salas.

04/06Integra a Feira do LIvro

02/06 Seminário Temático. Meio Ambiente: Reaproveitando com sustentabilidade. Local: IESPES, auditório, às 19h às 22h. Parceiros: PEAT-Docas;CLEAN, ANAPLAST, PLASPEL, SEMED/Escola da Floresta.

04/06 – Oficina de confecção de papel, realizado pelo PEAT, às 14h e às 19h Exposição de Trabalhos Acadêmicos. Local: IESPES.

04/06 – Circo Ambiental – Projeto Saúde e Alegria.

Local: Praça do Pescador, às 18h.

Participe da Semana do Meio Ambiente!

Amazônia Vidas Ameaçadas

28 de maio de 2010 por Elis Lucien

Com o tema “Amazônia: Vidas Ameaçadas” a Semana do Meio Ambiente 2010, em Santarém será realizada do dia 1 à 11 de Junho. A programação será desenvolvida em Escolas, Comunidade, Universidades, nas ruas, Orla e Parque da Cidade. As atividades serão: Tenda Ambiental, Seminários Temáticos, Oficina de Reciclagem de Papel, Exposições de Trabalhos Científicos, Blitz Educativa, Atividades da Pastoral Social, Abraço e Arborização do Juá, Romária das Águas, Passeio Ciclístico, Palestras Ambientais, Sessão Especial na Câmara de Vereadores, Mostra de Educação Ambiental, Parceirinho CLEAN, Trilha no Parque, Ciclo de Palestras e mesa redonda.

A Semana do Meio Ambiente é uma realização do Pólo Regional de Educação Ambiental do Tapajós (PREA-Tapajós). É formado por uma comissão executiva congregando, instituições públicas e da sociedade civil. Tem como princípio básico estabelecer ações que possam integrar de modo participativo todo o elenco envolvido com as questões socioambientais regionais, difundindo práticas de educação ambiental e potencializando as ações que apontam para a sustentabilidade.

No Dia do Meio Ambiente (05 de Junho) acontecerá no auditório da Universidade Estadual do Pará (UEPA), às 19:00  a mesa redonda debatendo o tema,  Hidrelétrica: Desenvolvimento para quem?

Matéria mentirosa da revista VEJA causa indignação e reação de antropólogos

6 de maio de 2010 por Fábio Pena

Fotos:Revista Veja

Na edição 2163 deste 5 de maio de 2010, a revista Veja publicou a reportagem especial “A farra da antropologia oportunista”, em que difama a comunidade dos cientistas da antropologia e promove uma visão discriminatória de grupos minoritários que buscam sua auto-afirmação e seus direitos historicamente negados.

A reportagem afirma que “critérios frouxos para a delimitação de reservas indígenas e quilombos ajudam a engordar as contas de organizações não governamentais e diminuem ainda mais o território destinado aos brasileiros que querem produzir”.

Nem precisaria ler os diversos parágrafos da reportagem para entender o tom discriminatório, elitista e preconceituoso da turma de jornalistas que fazem parte do apelidado PIG – Partido da Imprensa Golpista. A reportagem mistura ao mesmo tempo política com antropologia e direitos sociais, colocando logo na capa a foto do Presidente Lula que decretou a reserva indígena Raposa Serra do Sol, até agora não engolida pela turma do agronegócio de Roraima.

Já nos títulos é possível entender o que a VEJA pretende desconsiderando lutas sociais históricas: os novos canibais, macumbeiros de cocar, made in Paraguai, índio bom é índio pobre, problema dos brancos. São adjetivos  pejorativamente utilizados.

Na narrativa “diminuem território destinado aos brasileiros que querem produzir”, a matéria cita o caso dos índios boraris de Santarém que lutam pela demarcação de suas terras na Gleba Nova Olinda. Mostrando uma foto de Odair Borari (ao lado), a Veja ironiza o movimento em defesa da vida e da cultura do Arapiuns como um “teatrinho na praia”. Cabe apenas perguntar, qual foi a lei que determinou que, neste caso, o território é daqueles que vieram de fora, muitas vezes de outros estados ou países, para explorar os recursos naturais às custas da destruição da floresta e da vida de comunidades tradicionais que vivem ali por dezenas de gerações?

A matéria provocou indignação da Associação Brasileira de Antropologia – ABA, que divulgou nota em que “clama pelo exercício de jornalismo responsável, exigindo respeito à atuação profissional do quadro de antropólogos disponível no Brasil, formados pelos mais rigorosos cânones científicos e regidos por estritas diretrizes éticas, teóricas, epistemológicas e metodológicas, reconhecidas internacionalmente e avaliadas por pares da mais elevada estatura cientifica, bem como por autoridades de áreas afins”.

Já não é novidade, mas antropólos citados na matéria, dizem que a revista MENTIU. No blog do jornalista Luis Nassif, o renomado antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, afirmou que os autores da Veja: “colocam em minha boca a seguinte afirmação: “Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente cultural original” . Gostaria de saber quando e a quem eu disse isso, uma vez que (1) nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; (2) não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma. Na verdade, a frase a mim mentirosamente atribuída contradiz o espírito de todas declarações que já tive ocasião de fazer sobre o tema. Assim sendo, cabe perguntar o que mais existiria de “montado” ou de simplesmente inventado na matéria. A qual, se me permitem a opinião, achei repugnante”.

Leiam aqui a famigerada reportagem da Veja:
A nota de repúdio da Associação Brasileira de Antropologia – ABA
E mais algumas pistas que mostram que VEJA MENTE

A trajetória de luta dos índios do Rio Xingu

4 de maio de 2010 por Fábio Pena

A trajetória de luta dos índios do Rio Xingu contra a construção da usina de Belo Monte e de outras, planejadas para o Rio Xingu, é o tema do vídeo produzido pelo ISA. O documentário reúne cenas históricas desse processo, iniciado em Altamira (PA), em 1989, e resgata os principais acontecimentos, até os dias de hoje, de uma batalha que se arrasta há mais de 20 anos. Direção: André Villas-Bôas e Beto Ricardo

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‘Roda de Conversa’ discute Fórum Social Pan-Amazônico

8 de abril de 2010 por Juliane Oliveira

No mês de novembro Santarém (PA) vai receber a 5ª edição do Fórum Social Pan-Amazônico e como   as comunidades vão participar desse processo foi assunto na ‘Roda de Conversa’ agora a tarde na Feira Cultura Digital de Bairros.

O bate-papo contou ainda com a presença de lideres do movimento, entre eles o Padre Edilberto Sena (Rádio Rural), Valéria Bentes (Grupo de Defesa da Amazônia) e Mel Mendes (União de Estudantes de Santarém), comunitários da grande área do Santarenzinho e ativistas da Cultura Digital dos estados do Pará, Amazonas e Roraima.

A Fórum tem como objetivo principal construir e fortalecer as alianças  em  defesa da Amazônia e de seus povos,  definindo estratégias e ações concretas  de enfrentamento ao sistema que tem contribuindo para a diminuição de nossas riquezas naturais, Durante a roda de conversa os presentes conheceram ainda as entidades que estão a frente do Forum Social em Santarém. São elas: GDA, FAMCOS, UNECOS, UES,  FDA,CEAPAC, Z-20, STTR, CEFT-BAM,  AOMT-BAM, AMDS, Pastoral Social,  Rádio Rural, PSA e Projeto Puraqué.

De acordo com a coordenadora do Grupo de Defesa da Amazônia, Valéria Bentes, outras entidades ainda podem participar da organização do fórum social. “A gente tem convidados as entidades a colocarem em suas atividades discussões sobre o Fórum Social e até pensarem algumas atividades para serem feitas  ” – disse.

Os paises que fazem parte da Pan-Amazônia são: Brasil, Venezuela, Equador, Peru, Colômbia, Bolívia, Suriname, República Cooperativa da Guiana e Guiana Francesa

Serviço:

O debate foi transmitido ao vivo pela Rádio Amnésia (88, 5 FM).

Sementes florestais da Amazônia

1 de fevereiro de 2010 por Elis Lucien

Do dia 26 à 29 de Janeiro de 2010 foi realizado na Escola da Floresta um curso intensivo de teoria e prática de Colheita de Sementes e Produção de Mudas de Espécies Florestais, ministrado por: Eng. florestal Pesquisadora Amazônia Oriental Noemi Vianna Martins Leão; Assistente de Pesquisa da EMBRAPA/Belém Jorge de Almeida e o  Eng. Florestal da Estação Experiemental de Moji Guaçu Dirceu de Souza. “O Projeto Rede de Sementes da Amazônia objetiva reunir informações, pessoas e instituições de setor para subsidiar a implementação de politicas regionais de fomento, como alternativa para a redução dos problemas ambientais, sociais e econômicos, contribuindo dessa forma, para o desenvolvimento sustentável da região”.