Natal antecipado na floresta tem circo e árvore de tarrafa

8 de dezembro de 2018 por Samela Bonfim

Crianças, jovens e adultos participaram um natal mágico adaptado à realidade dos moradores das comunidades do entorno Centro Experimental Floresta Ativa

A proposta do natal do Projeto Saúde e Alegria foi levar o circo para a comunidade e disseminar o bem através da diversão. “Foi cheio de magia” – disse a educadora e comunicadora Elis Lucien. 

O tradicional vermelho e branco do período natalino ganhou novas cores e os símbolos, novos formatos. A árvore de natal foi feita com uma tarrafa de pesca (rede usada na pescaria pelos moradores das comunidades tradicionais). Ela ganhou enfeites coloridos, fotos e pedidos. “Eu posso desejar coisas boas em qualquer momento, então as crianças desejaram o que querem para vida, para as pessoas, para o pai, mãe e amarraram os desejos na árvore de tarrafa. Dentro dela tinha o menino Jesus na manjedoura de palha” – contou Lucien.

A magia do circo, do colorido, do divertido, do mundo encantado da criança fez do natal um momento único para as crianças das comunidades Arapiranga, Pedra Branca, Anumã, Carão e Aldeia Solimões localizadas na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns.

No evento, além das brincadeiras, promoção à saúde e distribuição de brinquedos a todos os participantes, a coordenação desenvolveu um painel gigante onde os moradores marcaram as mãos pintadas de tinta a simbologia de ligar um natal ao outro, com a realização dos pedidos feitos ao Papai Noel na arvore de natal. A intenção é mandar boas vibrações para que no próximo período natalino, tenham seus desejos atendidos.

O natal para crianças da Amazônia é uma iniciativa que reúne as ações de todos os colaboradores do projeto Saúde e Alegria e parceiros que contribuem com doações de brinquedos, alimentos e transporte. Durante todo o ano atividades são desenvolvidas no Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA) para melhorar as condições de vida das populações tradicionais.

 

 

 

Populações tradicionais comemoram 20 anos do decreto de criação da Reserva Extrativista (RESEX) Tapajós-Arapiuns

7 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Trajetória é marcada por grandes conquistas e desafios pela defesa do território, conservação do ecossistema e desenvolvimento sustentável

O Diploma legal de criação foi decretado em 06 de novembro de 1998 que definiu uma área de 647.610 hectares como pertencente a Reserva Extrativista (RESEX) Tapajós-Arapiuns. Atualmente formada por 4.168 famílias, 13 mil habitantes a região é composta por 75 comunidades das quais 26 são aldeias indígenas. É uma das RESEXs mais populosas do país.

A Resex foi a primeira unidade de conservação extrativista criada no Estado do Pará e é motivo de orgulho para os moradores que atuam na defesa do território. O presidente da Organização das Associações e Moradores da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns – Tapajoara, Dinael Cardoso, destacou a importância da comemoração das duas décadas: – “Foi uma luta bem grande dos moradores da Resex… E aqui agradecemos a todas as instituições que trabalham conosco”. 

Cardoso enfatizou a necessidade de agradecer as instituições parceiras que contribuíram para a criação da reserva e a elaboração de projetos que contribuem com a evolução das comunidades: “Dentro da unidade nós conquistamos várias coisas. Somos referência em projetos sustentáveis. São 20 anos voltados para o desenvolvimento econômico e social dos moradores da Resex” – comemora.

Desafios

O primeiro desafio das comunidades foi vencido após a conquista do território que vinha sendo ocupado por processos de exploração predatória da madeira e minérios, sem o consentimento das comunidades que viviam e manejavam historicamente o território, e sem que os benefícios das atividades econômicas chegassem para os moradores.

Após a demarcação da área, as comunidades passaram a ter amparo legal para nela, viver e produzir, respeitando seu modo de vida tradicional, mas também podendo manejar os recursos naturais de forma sustentável. E é neste quesito que está um dos maiores desafios, pois são muitos os recursos naturais disponíveis, mas ainda são poucas as alternativas de geração de renda e acesso à serviços básicos, por isso a população necessita de muitas melhorias para continuar a reprodução de sua cultura com melhor qualidade de vida.

Estudos para o manejo florestal madeireiro comunitário, previstos no Plano de Manejo da Unidade estão em andamento, mas ainda não se chegou aum consenso entre os moradores, que precisam de muitas discussões e organização. Outras iniciativas, como por exemplo as incentivadas Projeto Saúde e Alegria, já vem sendo realizados na Resex promovendo atividades econômicas sustentáveis  como o ecoturismo de base comunitária, a cadeia produtiva das mudas e sementes florestais e a meliponicultura.  

Entre outros desafios está o acesso à energia elétrica. Os moradores lutam pela chegada da energia através do Programa Luz Para Todos do Governo Federal. O acesso à energia é essencial para os moradores melhorarem sua qualidade de vida, bem como para que possam desenvolver atividades econômicas. Outra necessidade é quanto a resposta da publicação no Diário Oficial da União do Acordo de Pesca que regulamenta a pesca na região da Flona e Resex.

Sobre a reserva

Localizada nos Municípios de Santarém e Aveiro, ao oeste do Estado do Pará 34% dos 647.610 hectares de sua área, estão localizados no município de Aveiro/PA e 66% (453.327 ha), no município de Santarém/PA. A RESEX tem seus limites marcados pelos rios Arapiuns, Maró e Mentai; pelas glebas Mamuru e Nova Olinda e pelo Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande. Já o limite Leste é dado pelo rio Tapajós. O nome da Unidade de Conservação se deve a sua localização entre os rios Tapajós e Arapiuns. Na parte Norte da RESEX, esses dois rios se encontram na frente da cidade de Santarém. O acesso à reserva é realizado por via fluvial. Saindo da cidade de Santarém pelo rio Tapajós, o trajeto é de cerca de duas horas de lancha até a comunidade mais próxima (52 Km), a Vila Franca. Partindo da cidade de Itaituba, também pelo rio Tapajós, são cerca de quatro horas de lancha até a comunidade mais próxima, no extremo Sul da RESEX, a comunidade de Escrivão, a 112 Km.

Inserida na grande bacia amazônica contém 13 bacias principais, totalizando uma área de 6.760,6 km², e com 4.231 km de drenagem. Com o avanço do uso do solo, principalmente nas margens de rios e igarapés, algumas bacias da RESEX estão sofrendo mais interferência. Isso pode acarretar impactos nos corpos hídricos, tais como assoreamento e eutrofização (mudanças na qualidade da água). Até o ano de 2012, 513,61 km² da RESEX estavam antropizados (transformação que exerce o ser humano sobre o meio ambiente). Os principais rios da RESEX são os rios Tapajós, que banha toda porção Leste da Unidade, e o rio Arapiuns que perfaz a porção Norte da RESEX. Além desses, podemos citar: rio Maró, que limita a parte Noroeste da UC; rio Aruã, da bacia do rio Arapiuns, localizado no entorno da RESEX; rio Inambú; rio São Pedro; igarapés Amorim, Mentai e Nambu que também são importantes cursos d’água para navegação, fundamentais para deslocamento e acesso às comunidades. A região do rio Tapajós apresenta vários lagos, alguns acessíveis para embarcação apenas no período da cheia dos rios, de janeiro a agosto, outros acessíveis durante todo o ano. Os principais lagos na região são: Capixauã, Amorim, Uquena e Muratuba.

Aprofunde o conhecimento

Para detalhes e curiosidades sobre a trajetória dos moradores da Resex acesso ao almanaque da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns

 

Extrativistas participam de seminário: ‘Iniciativas e desenvolvimento dos óleos na floresta’

24 de outubro de 2018 por Samela Bonfim

Promover iniciativas promissoras de extração do óleo na floresta, aproximar os povos tradicionais que sobrevivem da atividade sustentável de empresários e disseminar o conhecimento cientifico para os extrativistas são objetivos da oficina realizada na comunidade Carão, em Santarém

As atividades aconteceram no Centro Experimental Floresta Ativa (Cefa) instalado na comunidade Carão, Oeste do Pará. No espaço representantes de dezoito comunidades da Resex, Floresta Nacional do Tapajós e Lago Grande participaram da oficina que visa incentivar e melhorar a geração de renda e desenvolvimento sustentável dos moradores, com ênfase no aproveitamento econômico dos produtos extrativistas produzidos pelos comunitários.
A primeira edição do seminário destacou o potencial econômico dos óleos e sementes na região e de que maneira os extrativistas podem melhorar a produtividade sem esquecer o respeito ao meio ambiente.

Participantes trocaram experiência com os convidados que contribuíram para que a atividade atinja os objetivos propostos: Professor da Universidade Federal do Oeste do Pará – Dr. Lauro Barata, Arimar Feitosa da Cooperativa Mista da Flona Tapajós e Jose Neto da Natura.

O responsável pela atividade e coordenador do CEFA Steve Mcqueen enfatizou a proposta do primeiro seminário que será realizado anualmente: “Mostrar as iniciativas promissoras do óleo na floresta, aproximar empresas, difundir as pesquisas da universidade para o desenvolvimento sócio ambiental das comunidades que desenvolvem a pratica da extração de óleo na medicina, parte alimentar e cosmético. Com a nossa experiência percebemos que é necessário aproximar as empresas, institutos de pesquisa para construir meios de melhorar produção, beneficiamento e venda desses produtos” – finaliza.

 

Evento organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) com apoio da Fundação Konrad Adenauer (KAS) propõe capacitação continua aos moradores em técnicas e sistemas produtivos mais modernos e eficientes, que ao mesmo tempo preservem a floresta e garantam renda aos extrativistas.

 

Jornada de formação para o ativismo juvenil reúne mais de 60 participantes na Floresta Ativa

22 de outubro de 2018 por Samela Bonfim

Por três dias jovens integraram rodada de discussões sobre problemas e ações necessárias na defesa de direito das populações tradicionais da região. No segundo ciclo, moradores da Resex Tapajós Arapiuns, Flona, Planalto e PAE Lago Grande se encontraram na Floresta Ativa Comunidade Carão – Resex Tapajós-Arapiuns

Lixo, território, agronegócio e pesca predatória estão entre os temas discutidos no encontro que visa formar jovens articuladores e defensores dos próprios direitos e territórios. Os participantes da jornada de ativismo juvenil são indígenas moradores de comunidades tradicionais que enfrentam desafios para manter a cultura local com acesso aos direitos garantidos por lei.

No encontro os jovens participaram de diversas atividades voltadas a formação crítica para identificar possíveis problemas que atingem as comunidades a qual fazem parte e sugestões de ações que possam reverter a situação atual. Divididos em grupos de temas específicos, foram estimulados a usar a metodologia do Mob Lab que aponta problemas, causas e efeito com foco ao mundo ideal nas esferas individual, coletivo e político.

Os indígenas consideram a comunicação como ferramenta essencial para avanço do ativismo na região, e por isso mapearam os tipos de comunicação existentes dentro da comunidade e o que precisam fazer para melhorá-la. Para o facilitador do encontro Walter Oliveira: “Com essas ferramentas a galera da Amazônia pode ser ouvida. É importante para as populações tradicionais planejar o futuro por meio dessas ações” – explica.

 

Oliveira destacou os tipos de manifestação ativista que desaprova a “baderneira e violenta. Usamos estratégias para atingir o alvo”. Por meio de teatro, banner humano, flash mob o facilitar mostrou aos participantes como a criatividade pode ser aliada na transformação da realidade por meio da ação prática.

A formação é uma parceria do Projeto Saúde e Alegria com a organização de liderança jovem Engajamundo, sem fins lucrativos que promove formações, mobilização e ações de ativismo, com foco ao empoderamento da juventude para reivindicar melhorias em diversas esferas de poder. Este foi o segundo ciclo da Jornada de formação para o ativismo juvenil de um total de cinco que devem ocorrer nas comunidades.

Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia nas comunidades de Aracampina e Aldeia Solimões

24 de julho de 2018 por Elis Lucien

O Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia irá implementar um local piloto para testar a abordagem de ciência cidadã, utilizando o aplicativo Ictio envolvendo escolas de comunidades tradicionais, integradas em um programa de educação ambiental ou de ciência, em que professores e alunos monitorem a diversidade de peixes catalogados nessa etapa pelos pescadores e pescadoras selecionadas.

O projeto será realizado de Maio a Dezembro nas Bacias do Tapajós e Amazonas em parceria com alunos, professores, pescadores e pescadoras das comunidades de: Aracampina que fica localizada no Projeto de Assentamento Ituqui (PAE-Ituqui), às margens do rio Amazonas, com seus 260 habitantes, com 16 lagos e 3 igarapés e a Aldeia Solimões localizada na margem esquerda do Rio Tapajós afluente do rio Amazonas, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns que é uma das maiores Unidades de Conservação no Brasil.

A Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (SAPOPEMA), Projeto Saúde e Alegria (PSA) e outras Instituições convidadas durante seis meses irão incentivar o engajamento de jovens e moradores no monitoramento dos recursos pesqueiros da região e ajudar a formar uma nova geração de lideranças comunitárias comprometidas com a conservação dos recursos pesqueiros.

No último 20, o lançamento ocorreu em Aracampina na sala da Escola São Sebastião com a presença de lideranças, diretor, professores, alunos que falaram da importância desse projeto na área ambiental para aquela região, pois já havia algum tempo um projeto desse porte na área de várzea. Na aldeia Solimões o Cacique Lenoir deu as boas vindas a equipe no Barracão Comunitário falando da parceria com o Projeto Saúde e Alegria que já atua na região a 30 anos, trazendo projetos para desenvolvimento comunitário partindo da realidade local oportunizando as futuras gerações dentro de cada comunidade que atua.

 

 

Grupo de estudantes australianos visitam o CEFA

29 de junho de 2018 por Ana Costa

Um grupo de dezenove (19) estudantes da Universidade Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT) na Austrália esteve visitando o Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA).

Foto: Daniel Gutierrez

O grupo coordenado pelas professoras Melissa Neave, australiana, e Mirela Gavidia, brasileira, veio para Amazônia vivenciar o dia-a-dia das famílias agroextrativistas, principalmente, comunidades tradicionais em desenvolvimento. A escolha de vir para o Oeste do Pará se deu por conta da cultura paraense e pela relação de proximidade com o Meio Ambiente.

No CEFA, eles puderam conhecer mais sobre as unidades demonstrativas, o funcionamento do Biodigestor, as unidade de energia fotovoltaica, a meliponicultura, a criação de galinhas caipiras. Visitaram também a Aldeia de Vista Alegre do Capixauã, onde puderam experienciar a passagem do Barco Hospital Abaré. Na comunidade Carão, estiveram na residência do Sr. Dilson, acompanhando a produção de farinha. Além dessas atividades, os estudantes australianos conheceram o Carimbó, as fogueiras tradicionais do mês junino e tomaram banho de igarapé. Para Mirela “é muito importante para os alunos conhecerem a realidade daqui, até para poder participar das iniciativas e trazer um pouco mais de justiça social e sustentabilidade.”

A Expedição MELBOURNE ficou na Amazônia por duas semanas e permaneceu no CEFA por três dias, acompanhados pelo técnico em agropecuária do Projeto Saúde e Alegria Alexandre Godinho.

Reportagem: Walter Oliveira

Centro Experimental Floresta Ativa é inaugurado na Resex Tapajós-Arapiuns

15 de julho de 2016 por Patrícia Kalil

Complexo sustentável funcionará como unidade demonstrativa e centro de treinamento em tecnologias produtivas, sociais e ambientais na Amazônia

Patrícia Kalil
— especial para Rede Mocoronga

 
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Auditório com capacidade para 300 pessoas com teto de palha e madeira certificada, construído por microempresas criadas por comunitários para atender ao projeto

“Vamos valorizar a sabedoria histórica dos povos da Amazônia, aliá-la ao conhecimento técnico do presente e, juntos, construir a ciência do futuro para o desenvolvimento pacífico, harmônico e alegre dos seres humanos uns com os outros e com o planeta” — Eugenio Scannavino.

Estabelecer no coração da Amazônia, dentro de uma das maiores reservas extrativistas do país, um pólo de referência para o desenvolvimento de projetos de tecnologias socioambientais replicáveis para toda a floresta. Com esse sonho, o Projeto Saúde e Alegria em parceria com a Tapajoara (organização concessionária que reúne lideranças de todas as associações das 74 comunidades da reserva) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiveridade — ICMBio inaugura o Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA), a principal estratégia do programa Floresta Ativa.

Há quatro anos o PSA me convidou para trabalhar aqui na reserva e ajudar no desenvolvimento de um modelo de produção que mantenha a floresta em pé. Ao contrário do sistema industrial que é baseado na obsolescência programada, ou seja, no produção de ‘coisas’ que são feitas para não durar, nós estamos trabalhando com elementos que tenham permanência, na lógica da permacultura, da sustentabilidade. No CEFA, vamos juntos criar maneiras de produzir alimentos e gerar renda, num processo de co-evolução com a floresta. — João Rockett / IPEP

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 Caeatano Scannavino (Projeto Saúde e Alegria) corta a faixa inaugural ao lado de Dinael Cardoso (Tapajoara), Maurício Mazzotti Santamaria (ICMBio), Raimunda Monteiro (UFOPA), Cristina Hoffman (cooperação alemã BMZ/LAZ) e convidados.

As instalações foram construídas usando técnicas de bioconstrução. Além de causar o menor impacto ambiental possível, todo o complexo foi concebido valorizando o conhecimento e savoir-vivre dos povos da floresta aqui há milhares de anos.

“Esse projeto é maravilhoso. Tudo aquilo que é bom para a Resex, nós indígenas vamos abraçar. — Raimundo Carvalho, representante do Conselho Indígena da Resex

A partir de um modelo sustentável de desenvolvimento da região, as construções tiveram como foco eficiência energética, tratamento adequado de resíduos, aproveitamento da luz do dia, da ventilação natural e reaproveitamento da água da chuva.

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Cisterna de 25 mil litros construída no centro com os comunitários

Na capacitação sobre reaproveitamento de água da chuva foi construída uma cisterna no centro como aula prática aos participantes e servir de modelo para ser replicado na reserva.

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Painéis fotovoltaicos transformam a luz do sol em energia elétrica e abastecem todo o complexo atualmente

Sem depender de diesel, toda a eletricidade do complexo hoje é gerada com o uso de painéis fotovoltaicos que convertem a luz do sol em energia elétrica. O bombeamento de água do poço é mantido com energia solar também.

Para este ano, com o crescimento das atividades no pólo, já está prevista a criação de um parque eólico com hélices aerogeradoras para aproveitar o forte vento do local, além da recuperação de uma minihidrelétrica abandonada.

Cozinha e refeitório do centro aproveita o máximo da iluminação natural e usa lâmpadas LED durante à noite
Refeitório ao lado da cozinha com capacidade para servir almoço para estudantes e convidados

As águas cinzas da cozinha, dos chuveiros, dos tanques e das pias são direcionadas para círculos de bananeiras onde o saneamento ecológicoacontece dentro de um sistema vivo.

Para as águas negras dos resíduos sanitários, um outro tanque impermeabilizado preenchido com diferentes camadas de substrato foi adotado. Todo o efluente sanitário é direcionada para o sistema. Lá, ele passa por processos naturais de tratamento, com a degradação da matéria orgânica e a absorção e evapotranspiração da água pelas plantas.

A autonomia do espaço é a chave dentro de todo o centro, para que o local não dependa de recursos de fora para manter suas próprias necessidades e nem para lidar com seus resíduos.

Instalações vivas

Além das construções básicas e receptivas inauguradas esse mês, que contam também com redários e alojamentos com capacidade para receber mais de 200 pessoas, desde o início estão em andamento treinamentos e oficinas para todos das comunidades. As instalações demonstrativas possibilitam a vivência prática dos cursos:

✔ viveiro central;
✔ sistemas de hortaliças orgânicas;
✔ criação de abelhas;
✔ bosque agroflorestal com diversas espécies nativas frutíferas;
✔ piscicultura.

“É um espaço de troca e construção de conhecimentos, um polo difusor de boas práticas, não só entre comunidades, mas também um centro que ajude a traduzir a Amazônia e a realidade dos seus povos para outras regiões, com oficinas que estão sendo pensadas para visitantes externos tendo os comunitários como mestres” — Caetano Scannavino, Projeto Saúde e Alegria

Viveiro central de mudas de espécies amazônicas. Na foto, Caeatano Scannavino (PSA) e João Rockett (IPEP)

Para esse ano, a meta é produzir 300 mil mudas de espécies nativas da Amazônia. No viveiro, já vemos mudas de caju, açaí, pupunha, cacau, madeiras nobres, entre outras.

Horta do centro com produção de diversos alimentos

A construção de um novo modelo de assistência está aqui e já está gerando frutos. Estar juntos nessa parceria é fundamental. — Ladilson Amaral, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém.

A horta orgânica já produz uma série de hortaliças para consumo local, entre eles couve, cenoura, tomate, quiabo, abóbora, pepino, cheiro verde, hortelã, manjericão. Entre um canteiro e outro, trepadeiras como maracujá já começam a dar frutos.

“Isso aqui é nosso! Durante esse período de construção do CEFA, já tivemos muitas oportunidades, foram muitas oficinas, muitas reuniões. É um privilégio ter uma estrutura dessa e muitas coisas que a gente não tinha antes. Vamos ver muita coisa boa ainda!” — Joelma Lopes, representante da comunidade de Carão

Área de meliponicultura com a criação racional de abelhas sem ferrão (Meliponíneos)

Durante a oficina para produção de mel com abelhas amazônicas, na parte prática, participantes construíram e instalaram caixas de abelha que ficam no centro e podem ser replicadas nas comunidades.

Próximos passos e avante!

 

“ Por que não implantar um pólo universitário aqui dentro? — Dinael Cardoso, presidente da Tapajoara

O CEFA tem como missão fortalecer as comunidades da reserva com o intercâmbio de conhecimentos, experimentações, melhoria das práticas produtivas e projetos de geração de renda das comunidades. A USP, Unicamp e universidades do Pará já desenvolvem trabalhos de pesquisa na reserva.

Hoje, já são mais de 200 estudantes, indígenas e não-indígenas, que deixam a reserva para estudar na Universidade Federal do Oeste do Pará/UFOPA na cidade de Santarém. A proposta de estabelecer um pólo universitário nas instalações do CEFA é amenizar o êxodo da juventude e fortalecer as comunidades.

Também presente no evento, a reitora da UFOPA, Raimunda Monteiro, sinalizou o interesse da universidade do fortalecimento da cooperação com a criação do CEFA:

“As turmas da engenharia florestal já estiveram aqui e abriram para nós a possibilidade de pensar na cooperação entre a universidade e as organizações. Nós hoje podemos afirmar que o CEFA será discutido de uma forma mais orgânica dentro da UFOPA como um espaço para o ensino, a pesquisa e a extensão. — Raimunda Monteiro, reitora da UFOPA

A reitora também citou as ações afirmativas da universidade para aperfeiçoar a inclusão e permanência indígena, quilombola e das populações tradicionais na universidade.

Perspectivas em médio e longo prazo

“O CEFA aposta na restauração das áreas degradadas com a introdução de técnicas sustentáveis de produção” — Maurício Santamaria, ICMBio Resex Tapajós-Arapiuns

Ao promover alternativas produtivas e de geração de renda para os 23 mil moradores da reserva, o centro tem como meta nos próximos anos:

✔ Aumentar produção agroflorestal da reserva, com áreas recuperadas e roçados permanentes (evitando abertura de mais áreas de floresta);
✔ Melhorar oferta de alimentos, de renda familiar e qualidade de vida dos moradores da reserva;
✔ Alavancar cadeias produtivas com escala e empreendimentos sustentáveis.

Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns

Se hoje a Amazônia conta com 75 reservas extrativistas, o que representa menos de 3% da floresta, essa conquista dos povos da floresta pela democracia é ainda recente.

A luta para a criação dessa reserva durou muitos anos, remando contra interesses de empresários locais, madeireiros e até dos poderes municipais e estaduais.

Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns
Com interesse ecológico e social, a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns foi decretada como Unidade de Conservação na Amazônia no fim de 1998. Seu objetivo é "garantir a exploração auto-sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados" pelos 23 mil moradores distribuídos em 74 comunidades agroextrativistas originadas em aldeias indígenas e antigas vilas de missões religiosas.
PDF do Plano de Manejo Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns
Volume 1 - Diagnóstico
Volume 2 - Planejamento
Volume 3 - Anexos
Volume 4 - Madeiras

Chamado da Floresta traz governo para falar com extrativistas e tem protesto indígena

3 de novembro de 2015 por Patrícia Kalil

As reivindicações dos povos da floresta no Brasil e a importância do desenvolvimento sustentável na Amazônia

“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”. — Chico Mendes

Patrícia Kalil
— especial para Rede Mocoronga

fimdatarde1Embarcações que levaram participantes para o III Chamado da Floresta no pontão de areia da comunidade de São Pedro, na Resex Tapajós-Arapiuns.

“Como movimento extrativista, não queremos marchar até Brasília, queremos que Brasília marche até a floresta. O que os olhos veem, o coração sente” — Joaquim Belo, presidente CNS

A oito horas de barco de Santarém, o III CHAMADO DA FLORESTA reuniu cerca de 2 mil lideranças amazônicas, além da juventude ribeirinha, para debater reivindicações sobre as condições extrativistas e a importância do fortalecimento e resistência das famílias que vivem na floresta para a conservação do meio-ambiente.

O encontro organizado pelo Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS) aconteceu dentro de uma das maiores unidades de conservação do país, a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, na Amazônia paraense, representando o grito de 1 milhão de brasileiros e cerca de 150 mil famílias extrativistas que pedem pelo reconhecimento de assentamentos como áreas protegidas, com plano de manejo florestal comunitário e familiar, políticas de geração de renda com crédito para uso sustentável, processamento e distribuição de diversos produtos amazônicos, políticas de educação técnica-profissionalizante e superior voltada para a floresta, certificação especial, além das demandas básicas para infraestrutura de abastecimento, esgoto, coleta de lixo, energia e comunicação/internet.

Diversos políticos estavam presentes, entre eles prefeitos de municípios do oeste do Pará, além de secretários e técnicos de cinco ministérios e ministros.

ministraterezacampelloMinistra Tereza Campello do Ministério do Desenvolvimento Social na comunidade de São Pedro, da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, durante o evento

“Meu primeiro recado é que não aceitamos hidrelétricas no Tapajós. Nós queremos nossa floresta em pé e embaixo dessa floresta existe gente” — Auricelia Arapiun, líder do Movimento Indígena na mesa com ministros

Tapando os ouvidos ao recado dado pelas lideranças indígenas presentes no encontro, Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social (MDS), abriu seu discurso dizendo que os povos da floresta não podem ser tratados como invisíveis e que essa é uma luta histórica hoje reconhecida pelo governo. Como o mesmo governo que ignora consecutivos desastres socioambientais com a construção de hidrelétricas na Amazônia (um, dois, três, quatro…) se diz atento às demandas desses povos que nascem, crescem e vivem há séculos com a cultura da floresta? Como o mesmo governo que impulsiona e dá força à mineração, ao agronegócio e à agropecuária na Amazônia se diz ao lado do pequeno produtor, da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável?

Sem dar luz a assuntos polêmicos ou falhas do governo na gestão e proteção dos recursos naturais e florestais, a ministra falou sobre a importância estratégica do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e de incentivo à agricultura familiar nas reservas extrativistas.

Na mesma mesa, a secretaria executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Maria Fernanda Coelho, falou sobre a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) na Amazônia e recursos federais para agroindustrialização de negócios de geração de renda na região.

alexandrevonNo microfone, Alexandre Von (PSDB), prefeito de Santarém. À esquerda, o Secretário de Desenvolvimento Rural Sustentável e Extrativismo do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Guedes. À direita, o presidente da CNS, Joaquim Belo, a vice-presidente do CNS Edel Moraes e o presidente do ICMBio, Claudio Maretti.

plateiaPrefeita Dilma Serrão (PT) no Chamado da Floresta. Outros prefeitos também estavam no público.

PEC215 e Hidrelétricas no Tapajós

coverCacique Emanoel Abraão da Aldeia Muratuba, durante III Encontro da Floresta

“Temos um sol maravilhoso, não precisamos de barragem. Chega de matança dos povos indígenas e lideranças dos povos da floresta. O governo não faz nada para amenizar a situação da gente” — Auricelia Arapiun, líder do Movimento Indígena

O encontro começou um dia depois da bancada ruralista conseguir a primeira aprovação da PEC215 na Câmara de Deputados para alterar a Constituição e dar ao Congresso a atribuição de definir Terras Indígenas, Unidades de Conservação e quilombos, além de permitir empreendimentos econômicos nessas áreas.

As lideranças indígenas presentes no encontro manifestaram-se para pedir reconhecimento e demarcação de terras, falar em nome dos Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul, dos Guajajara e Awá-Guajá do Maranhão, dos Araweté, Assurini, Kayapó, Kraô, Apinajés, Gavião, Munduruku, Arara, Xipaya, Xicrin, Juruna, Guarani, Tupinambá, Tembé, Ka’apor, Tupinambá, Tapajós, Arapyun, Maytapeí, Cumaruara e Karajas, representando populações indígenas que sofrem com a tragédia de Belo Monte e outras populações ameaçadas por projetos hidrelétricos na Amazônia.

Sem citar a questão indígena, Cláudio Maretti, presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), defendeu a importância da criação das reservas extrativistas de uso sustentável no país, mas lembrou que a gestão delas só é possível com a participação das famílias que vivem em cada uma delas.

indigenas1Contra a PEC215 e a construção de hidrelétricas no Tapajós

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Contra a PEC215 e a construção de hidrelétricas no Tapajós

ONGs atendem ao chamado

Diversas ongs estavam presentes no evento, entre elas o Projeto Saúde e Alegria (PSA), que tem forte atuação na Resex Tapajós-Arapiuns. Além da presença da trupe do circo, jovens da rede de jornalismo comunitário da Rede Mocoronga fizeram a cobertura em vídeo e rádio do evento, que foi ao ar na Rádio Rural AM (http://www.radioruraldesantarem.com.br/). Na página do Facebook do projeto, também é possível acompanhar vídeos feitos pelos jovens da comunidade: https://www.facebook.com/saudeealegria/?fref=ts.

grancircoA equipe de arte educadores e circo do Projeto Saúde e Alegria, que tem mais de grande atuação na Reserva Tapajós-Arapiuns

Grupos de trabalho durante III Chamado


professoresOs professores do Sistema Modular de Ensino Médio Ilana Melo de Souza e Eder Clay Araújo no evento

Durante a primeira tarde do encontro, os participantes se dividiram em grupos de trabalho temáticos para levantar propostas que serão enviadas ao governo federal na próxima semana. Acompanhe abaixo um resumo das propostas debatidas em cada grupo de trabalho.

Políticas agrárias

Os participantes levantaram a necessidade de regularização fundiária imediata das unidades de conservação e reversas extrativistas para combater a violência no campo; o encaminhamento dos processos de criação de novas reservas que estão praticamente concluídas no ICMBio e INCRA; o reconhecimento de territórios tradicionalmente ocupados; a agilização de planos de manejos comunitários e elaboração dos planos de uso; a fiscalização para evitar invasão e proteção dos povos da floresta ameaçados por fazendeiros e madeireiros; a promoção de um programa de incentivo ao ecoturismo de base comunitária em unidades de conservação de uso sustentável.

Geração de Renda

Os participantes pediram a criação urgente de políticas públicas para a produção extrativista em vez de incluir a população extrativista dentro da políticas para a agricultura familiar. Também foi levantada a necessidade de uso de incentivo fiscal e possibilidade de um sistema de registro e monitoramento da produção pelas próprias populações extrativistas que possa servir como certificação.

Educação

Os professores do Sistema Modular de Ensino Médio fizeram severas críticas à infraestrutura pública para o ensino de jovens nas reservas, dizendo que falta a parceria das prefeituras para sala de aulas adequadas no ensino médio. Também foram pedidos a inclusão de educação ambiental como matéria obrigatória no ensino básico; um modelo de “pronatec extrativista” para as populações de reservas; a realização de vestibulares e exames nacionais adaptados para os conhecimentos da floresta de modo a valorizar e incluir a juventude ribeirinha no ensino superior; extensão de polós universitários em reservas evitando que o jovem deixe sua comunidade e vá para cidade e implantação de telecentros comunitários que funcionem e com banda larga em todas as comunidades.

Gestão de unidades de conservação

Além da reivindicação pela criação de conselhos deliberativos em todas as unidades, extrativistas pediram participação das comunidades na elaboração dos planos de manejo e gestão. Os participantes exigiram mais fiscalização do ICMbio para combater a ação de madeireiros, grilheiros e pistoleiros, principalmente frente às ameaças de morte sofridas por líderes extrativistas e indígenas. Listaram também a necessiadade de um canal de denúncias da exploração de madeira ilegal através de rádio-telefone-internet.


Salve São Pedroabre2

Acompanhar todas as atividades exigiu dos participantes coragem para enfrentar o sol e a distância das caminhadas de ponta a ponta do vilarejo para ir ao galpão de eventos à área com embarcações-dormitórios.

O corre-corre de milhares de pessoas chamava atenção. Os moradores de São Pedro receberam com alegria todos os visitantes e abriram as portas de suas casas para quem precisasse de ajuda.

O questão do lixo em Santarém

Para receber mais de 2 mil pessoas, a prefeitura de Santarém enviou uma equipe de coleta de lixo para a comunidade. Mesmo assim, faltou orientação sobre o local adequado para lavar as lixeiras longe dos banhistas participantes.

Questionado no fim do evento sobre o problema de coleta de lixo em áreas de proteção ambiental, o prefeito Alexandre Von disse que precisa de mais trabalho na área e que sabe do problema do lixo de todas os distritos e comunidades de Santarém.

lixeiros

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No fim da tarde, os lixeiros da prefeitura de Santarém deslocados para o evento lavavam as lixeiras no rio em que os visitantes se banhavam…

Reunião do Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns.

30 de junho de 2015 por Paulo Lima

Foto Elis Lucien (2014)

Uma gestão participativa e lideranças engajadas são os combustíveis para organização comunitária,  avanços e conquistas na Reserva Extrativista Tapajós – Arapiuns. Para isso o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade / Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns e a Organização das Associações da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns – TAPAJOARA, convidam para a 2º Reunião Ordinária de 2015 do Conselho Deliberativo que será realizada no Centro de Formação Floresta Ativa – CEFA, na Comunidade de Carão, interior da RESEX Tapajós-Arapiuns, rio Tapajós, Município de Santarém, a partir das 8 h do dia 06/07/2015, (segunda feira) com termino previsto às 18h do dia Seguinte.

Para a realização da reunião estará sendo disponibilizando, transporte, alimentação para representantes de todas as entidades envolvidas nesse processo, assim como hospedagem, que será realizada no próprio local do evento, para tanto, cada conselheiro (a), deverá trazer seus pertences pessoais, materiais necessários (toalha de banho, cobertor e etc…). Solicitamos a todos (as) os participantes levarem rede para dormir.

O transporte será realizado da seguinte forma: Para as Comunidades do Rio Arapiuns, o B/M RESEX Tapajoara sairá de Mentai as 7 hs do dia 05/07 (domingo), com destino ao Carão, com as seguintes previsões de itinerários: 7:30hs Pascoal; 8:30hs São Pedro; 9 hs Nova Vista; 9:30hs São José I; 10hs Atrocal; 11:00hs Aningalzinho; 11:30hs Aminã; 12:00hs Zaire; 12:30hs Nova Sociedade; 13:00hs São Miguel; 14hs Anã; 15hs Vila Franca; 16hs Maripá.
Para as comunidades do Rio Tapajós, um B/M sairá de Escrivão as 7 hs do dia 05/07 (domingo), com destino ao Carão, com as seguintes previsões de itinerários: 8hs Pinhel; 8:30hs Cametá; 9:30hs Nova Vista; 10:00hs Nuquini; 11:30hs São Tomé; 12:30hs Jatequara; 13:30hs Muratuba; 15:30hs Vila do Amorim; 16hs Cabeceira do Amorim; 17hs Uquena; 19hs Capixauã; 20 hs Carão.

Para os conselheiros de Santarém, o B/M Saúde e Alegria sairá as 14 hs do dia 05/07 (domingo), com destino ao Carão, em frente a casa cristalina na orla da cidade.

Maiores esclarecimentos serão repassados pelo Programa Puxirum da Radio Rural de Santarém as 11h dos domingos, ou contatar com Mauricio através dos telefones (93) 35239578, ou a Tapajoara através do telefone (93) 991366797.

Abaixo os documentos oficiais de convite e a Programação da Reunião:

Programação da reunião CD 2015.07

Oficio convocacao da reuniao do CD 2015.07

 

Mercados diferenciados é tema de oficina em Suruacá

19 de junho de 2015 por Lilian Campelo

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A Amazônia possui uma diversidade de produtos oriundos da floresta, e somado a esses produtos existe uma riqueza imaterial que envolve a cultura e a sabedoria dos povos tradicionais.

O tecido que é construído gera um patrimônio único e diferenciado, contudo como escoar esses produtos? Como atender as demandas de um mercado cada vez mais crescente?

Através do Programa Floresta Ativa, o Projeto Saúde e Alegria vem dando apoio aos agricultores e extrativistas da Resex Tapajós-Arapiuns por meio da assistência técnica rural e oficinas, como a que já ocorreu sobre mercados institucionais informando sobre o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.

Desde o inicio desse mês está ocorrendo outro ciclo de oficinas nas comunidades, dessa vez informando sobre Mercados Diferenciados. Dentre os tópicos da oficina é destacado sobre a importância dos agroextrativistas, pois são eles que abastecem a mesa de muitas famílias, valorizando assim o papel desse profissional.

Outro ponto que será informado durante o encontro é sobre o grande potencial da biodiversidade (produtos da floresta) como fonte para geração de bens e serviços, e como funciona a comercialização de produtos e mercados diferenciados.

Neste sábado, dia 20, a oficina será na comunidade de Suruacá. Já ocorreram nas comunidades de Anumã, Amorim e Parauá.

Alexandre Goudinho, técnico do ATER no PSA explica mais sobre a oficina que será realizada.