Novos empreendedores intensificam negociações após Beiradão de Oportunidades

9 de janeiro de 2019 por Samela Bonfim

Cinco selecionados estão na fase de execução dos empreendimentos nas comunidades de origem. Em novo encontro, receberão assistência para dar continuidade aos projetos com o uso consciente do investimento do capital recebido como premiação

Ian Sousa Tavares da Aldeia Camará na região do Rio Arapiuns veio a Santarém para entregar mais uma remessa de encomenda. O jovem, um dos finalistas do Beiradão de Oportunidades destacou alegria em ver o negócio crescendo e gerando lucro: “Estamos já com encomendas e conseguimos já fazer algumas vendas. Pra mim está sendo um salto do projeto, porque já conseguimos bons resultados, gerar lucro. Nosso objetivo principal é gerar renda para nossa aldeia. E está sendo maravilhoso. Logo de início a gente não sabia como andar, como começar.” – explica.

Ele é um dos cinco selecionados no Festival de Empreendedorismo – Pitch. Produção de hortaliças, artesanato indígena, instrumento de colheita de mandioca, produção de ovos caipiras e escola de mandioca foram empreendimentos escolhidos dentre doze apresentados na última fase do Beiradão.

A nova etapa é de incubação quando os jovens recebem o suporte assistencial para o impulsionamento das vendas. A educadora do projeto juventude floresta ativa – Luana Silva destacou a preparação para a assessoria: “Vamos estar com eles e a disposição deles. É um grande encontro. Nós entramos como parceiros porque eles já deram o ponta pé no negócio e estão tendo a renda deles, firmar parceria e dar os retoques necessários”.

Para a equipe organizadora ver as atividades gerando frutos é satisfatório, explica o coordenador de Empreendedorismo Juvenil Projeto Saúde & Alegria, Paulo Lima: “Nós do Projeto Saúde & Alegria, com a ajuda de muitos parceiros, conduzimos esses seres inquietos e divertidos até aqui. Agora é hora de ver para onde eles vão e como seguirão seus futuros”.

Projetos premiados

Hortagro – Verduras saudáveis

Idealizado pela jovem Louriely Castro, a proposta do empreendimento que ganhou a primeira colocação no ranking é oferecer produtos naturais. A empresa HORTAGRO entrega verduras e hortaliças frescas, organicamente cultivadas sem uso de agrotóxico.

Arnaí – Artesanato natural indígena

O trio Alex Júnior Tavares, Ian Tavares e Eliandra Ferreira conquistou o segundo lugar no Picht com a intenção de comercializar artesanatos com traços indígenas para fins de decoração. O empreendimento produz, divulga e vende miniaturas de canoas, botes, remos entre outros produtos da etnia Arapiun resgatando e valorizando sua cultura, gerando renda para os artesãos da comunidade.

Mani – Escola da Mandioca

Decididos a inovar o cultivo da mandioca José Diego Miranda, Varley Cardoso e Varlison Cardoso criaram uma escola para mudar a realidade de muito trabalho, pouca produção e baixa valorização do mercado vivenciada pela maioria dos agricultores produtores da farinha de mandioca na Amazônia. A MANI propõe ensinar técnicas sustentáveis para o aumento na produção da maniva na etapa de plantio e colheita no roçado, com cursos, palestras e orientações ao produtor.

Caiporó – Galinhas e ovos

Devido a escassez de ovos caipira em muitas comunidades ribeirinhas Delton Miranda, José Solano Guimarães e Silvia Cardoso apostaram na aquisição de galinha poedeiras para venda de galinhas e ovos.

Volomaq – Colheira de mandioca

Daiana de Sousa e Ádria Tapajós criaram um negócio para facilitar a vida dos produtores de mandioca que sofrem com o esforço repetitivo na colheita da mandioca. A VELOMAQ é uma máquina para facilitar e agilizar a extração. Adaptável à altura do agricultor, possibilita  conforto, maior produtividade e melhora a renda.

Realização

O Beiradão de Oportunidades é um programa de formação de jovens para o empreendedorismo, que faz parte das estratégias do Saúde e Alegria com o Projeto Rede Juventude Floresta Ativa, que conta com o apoio da Cáritas Suíça. Tem por objetivo contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia.

 

Pesca predatória e mineração são temas discutidos no terceiro Ciclo coletivo do Engaja Mundo

13 de dezembro de 2018 por Samela Bonfim

A partir deste terceiro encontro, os jovens estarão preparados para os próximos cinco ciclos que marcam as ações dos ativistas por uma sociedade mais justa e igualitária

Mais uma jornada inicia nesta sexta feira (14) para as lideranças comunitárias jovens que discutirão por três dias na Escola da Floresta – em Alter do Chão – a importância de uma comunicação adequada na luta pelos próprios direitos.

Nesta etapa 29 jovens Indígenas moradores de aldeias localizadas no Açaizal , Itaquara, São Francisco e Maró vão repensar as ações que serão implementadas para buscar melhorias da pesca predatória , resíduos sólidos, madeireiras e mineração.

O público participante é diretamente impactado por problemas ocasionados por grandes obras, extração de minério e madeira, além do agronegócio. Para o integrante da coordenação do Ciclo de Formação, Walter Oliveira o momento é de reorganizar as ações que buscam apresentar soluções: “e decidir como as  lideranças da comunidade buscarão melhorias sobre essas questões” – explica.

A formação é uma parceria do Projeto Saúde e Alegria com a organização de liderança jovem Engajamundo, sem fins lucrativos que promove formações, mobilização e ações de ativismo, com foco ao empoderamento da juventude para reivindicar melhorias em diversas esferas de poder.

Serviço

Quando? Dias 14, 15 e 16 de dezembro – de sexta a domingo

Onde? Escola da Floresta, rodovia Everaldo Martins – Alter do Chão em Santarém

Jovens ribeirinhos e indígenas participam da I Conferência Municipal da Juventude

7 de dezembro de 2018 por Samela Bonfim

Protagonistas da transformação social os jovens de coletivos apoiados pelo PSA se uniram aos mais de duzentos participantes da primeira edição do evento realizada na última quinta-feira (06) no auditório do Instituto de Ensino Superior para construir um planejamento para melhorar políticas públicas.

“É muito legal saber que nós povos tradicionais temos voz. Nós mostramos isso na conferência. Estavamos lá ribeirinhos e indígenas buscando o mesmo objetivo: a implementação de políticas públicas para a reserva extrativista Tapajós arapiuns” – comentou o jovem Luiz Henrique Lopes Ferreira morador da comunidade Carão. 

Para um dos integrantes dos projetos desenvolvidos pelo Saúde e Alegria participar da primeira conferência foi uma experiência transformadora: “de alguma forma estamos marcando um ato histórico para Santarém. Pudemos trabalhar alguns eixos temáticos como saúde, educação, trabalho e renda onde pudemos dar a nossa visão jovem para isso tudo”.

Durante o evento foram discutidos cinco eixos: Educação; Saúde; Segurança Pública; Trabalho, Emprego e Renda;
Esporte, Cultura e Lazer. A discussão faz parte de uma iniciativa que lembra a lei de número 19.689 aprovada em 2015 que instituiu a criação do Conselho Municipal da Juventude. Parada desde a sanção é fundamental para lutar por políticas públicas da juventude. No evento uma comissão de reestruturação da lei Votação foi composta por sete representantes governamentais e sete não governamentais, dentre os quais, Walter Oliveira – educomunicador do projeto Saúde e Alegria. 

“É importante que a juventude esteja nesses espaços que são delas, ainda mais quando se fala da juventude das comunidades ribeirinhas da qual faço parte, porque vamos estar discutindo juntos com outros seis o que é melhor todos, uma vez que só se lembram de políticas públicas para a juventude da cidade e acabam esquecendo dos jovens que estão em busca de melhorias dentro de suas comunidades” – explica Oliveira. 

Para o coordenador de educação e comunicação do PSA Fábio Pena, a conferência é um importante passo de consolidação das atividades realizadas pela entidade não governamental que promove o protagonismo juvenil: “No Projeto Rede de Juventude Floresta Ativa desenvolvido com o apoio do projeto Caritas Suíça a gente desenvolve diversas atividades para a formação e o engajamento de jovens nas comunidades. Faz parte desse trabalho a formação de lideranças jovens para que eles possam saber se expressar e negociar suas demandas nos espaços públicos, políticas públicas. A participação deles nessa conferência é um dos resultados porque eles participaram a entender os seus direitos naquilo que não está sendo garantido na prática” – ressalta.

Restaurante na comunidade e máquina de colher mandioca estão entre projetos desenvolvidos no Beiradão de Oportunidades

30 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Última fase do Beiradão 2018 aconteceu nos dias 29 e 30 de novembro. Capacitação em empreendedorismo com jovens ribeirinhos na Amazônia propõe iniciativas criativas e empreendedoras a partir dos potenciais da própria região. Neste ultimo ciclo os participantes construíram roteiro e planejaram a apresentação do modelo de negócios

Na comunidade São Pedro região do Rio Arapiuns grande parte dos moradores sobrevive da agricultura com atividade voltada ao plantio de mandioca. Devido ao intenso esforço da retirada da raiz, as jovens Daiana Pereira e Adria dos Santos, moradoras da comunidade decidiram criar um instrumento que facilite a colheita dos moradores e gere renda.

“Muitas pessoas sofriam com dores nas costas e percebemos que isso era por conta da maneira como retiraram a mandioca. Então vamos fazer uma maquina, a Velomaq que vai ser instrumento para facilitar a vida do agricultor. Essa maquina vai extrair mais rápido a mandioca do que manualmente e será adaptável a altura do agricultor, a produtividade será maior e sua renda aumentará” – contou Daiana animada sobre a implantação do projeto incentivado pelo Saúde e Alegria.

Em Maripá no Rio Tapajós um restaurante está movimentando a comunidade. A dedicação ao campo e respectiva falta de tempo para fazer o almoço foi observada pelo trio integrante do Beiradão de Oportunidades. Jessica Cardoso, Tiago Assunção e Fernanda Lima resolveram inaugurar o Restaurante Peixe e Cia. Em uma primeira experiência com a venda de comidas os empreendedores obtiveram um numero expressivo de clientes internos e externos, conta

Cardoso: “A gente atingiu o numero de 75 famílias que tem lá e vendeu para 36, fora os turistas que passam por lá. Vendemos pra comunidade, carne e frango, assado de panela e verduras no cardápio. Para os turistas, pratos bem regionais, com os produtos de tempo como farofa de caju com Curuá”.

O que é Beiradão?

Um processo de formação de jovens empreendedores que engloba conceitos de negócios sociais e tecnologias, auxiliando os jovens na geração de ideias inovadoras que surgem para solucionar problemas que estão inseridos em algum contexto social.

“Esta é a 10ª turma do curso, sendo que vários pequenos negócios já foram montados e estão em funcionamento nas comunidades, abrindo novas perspectivas de renda para o jovem do campo que não tem muitas oportunidades de emprego”, explica Paulo Lima, coordenador do programa de empreendedorismo do PSA.

O curso faz parte de uma estratégia maior do Saúde e Alegria, que visa contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia. “Isso inclui além de estratégias de mobilização social, a criação de oportunidades de trabalho e renda para que os jovens das comunidades possam ter a oportunidade de fazer escolhas, sair ou ficar da comunidade, mas com clareza para construir seus projetos de vida plenamente”, conclui Fábio Pena, da coordenação de educação do PSA.

O projeto organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) conta atualmente com o apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer.

Última fase do Beiradão de Oportunidades 2018 será nos dias 29 e 30 de novembro

28 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Capacitação de empreendedorismo de jovens ribeirinhos na Amazônia propõe iniciativas criativas e empreendedoras a partir dos potenciais da própria região. Neste ultimo ciclo os participantes irão construir roteiro e planejar a apresentação do modelo de negócios

Os jovens empreendedores estão mais perto de ter o próprio negócio gerando renda e oferecendo algo útil à comunidade. Por meses eles investiram tempo à pesquisa e ao planejamento do empreendimento orientado por técnicos do Curso de Empreendedorismo Beiradão de Oportunidades promovido pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA) com apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer. 

Os participantes entre 18 e 21 anos buscaram novos conhecimentos para aplicar em ideias de negócios que possam ser bem sucedidos. São projetos como da Louriely Pereira da comunidade São Pedro da região do Rio Arapiuns que pretende solucionar o problema da falta de hortaliça nas comunidades através do Projeto Hortagro – Horta Agrícola/Mão de obra. “Eu tinha o começo mas não tinha como continuar nem os recursos. Hoje já tenho os recursos de materiais e de como mobilizar no meu psicológico para ver como analisar e ter lucro”.

Ou o do José Solano Guimarães da comunidade Mentae – Rio Arapiuns que inaugurará uma granja: “O nosso problema é a falta de ovos de galhinha caipira dentro da comunidade e nas redondezas. A demanda é grande, porém a gente não tem quantidade na comunidade. A gente precisa vir a Santarém e esperar um dois dias para chegar a mercadoria lá. Quem sofre são os comunitários”.

Nesta ultima fase realizada na sede do Projeto Saúde e Alegria, os jovens finalizarão o projeto com a preparação para o encerramento do curso de empreendedorismo a ser realizado no dia 15 de novembro.

O que é Beiradão?

Um processo de formação de jovens empreendedores que engloba conceitos de negócios sociais e tecnologias, auxiliando os jovens na geração de ideias inovadoras que surgem para solucionar problemas que estão inseridos em algum contexto social. Esta é a 10ª turma do curso, sendo que vários pequenos negócios já foram montados e estão em funcionamento nas comunidades, abrindo novas perspectivas de renda para o jovem do campo que não tem muitas oportunidades de emprego”, explica Paulo Lima, coordenador do programa de empreendedorismo do PSA.

O curso faz parte de uma estratégia maior do Saúde e Alegria, que visa contribuir para uma melhoria das condições de vida e para um desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens de comunidades da Amazônia. “Isso inclui além de estratégias de mobilização social, a criação de oportunidades de trabalho e renda para que os jovens das comunidades possam ter a oportunidade de fazer escolhas, sair ou ficar da comunidade, mas com clareza para construir seus projetos de vida plenamente”, conclui Fábio Pena, da coordenação de educação do PSA.

O projeto organizado pelo Projeto Saúde & Alegria (PSA) conta atualmente com o apoio da Fundação Cáritas Suíça e colaboração da Fundação Konrad Adenauer.

Serviço

Quando? Quinta e sexta 29 e 30 de novembro, das 8h às 18h

Onde? Projeto Saúde e Alegria, Av. Mendonça Furtado, n° 3979, Bairro: Liberdade

| Ascom Saúde e Alegria

Jovens valorizam cultura tradicional de tecelagem de paneiros e tipitis

22 de novembro de 2018 por Samela Bonfim

Você conhece o paneiro? E o tipiti? Em oficina realizada na comunidade Urucureá, Rio Arapiuns nos dias 19 a 21 deste mês, jovens valorizaram estes dois artesanatos típicos das comunidades tradicionais da Amazônia, produzidos como utensílios usados no processo de fabricação da farinha da mandioca e também decorativos. Fazem parte do rico repertório cultural das comunidades da região, mas com o passar do tempo, vão ficando esquecidos e em algumas comunidades pouca gente sabe fazer.

Preocupados com isso, jovens da comunidade de Urucureá, planejaram um projeto que visa valorizar essa cultura, em parceria com a escola da comunidade. Assim foi criado o projeto juvenil Areia Branca de valorização cultural, que recebe apoio da Rede Juventude Floresta Ativa, por meio do edital de apoio à iniciativas juvenis Magnolio de Oliveira, um programa realizado pelo Projeto Saúde e Alegria com apoio da Cáritas.

A ação juvenil tem várias atividades, uma das principais foi a oficina de tecelagem de paneiros e tipitisna qual convidaram os mestres da comunidade que ainda dominam as técnicas do artesanato, para ensinar para as crianças e adolescentes na escola da comunidade.  Fábio Pena, coordenador do programa, lembra que a atividade combinou com o conceito propagado pelo educador Magnólio que dá nome ao edital de apoio aos jovens, “é o saber comunitário dando sabor à escola”.

Foram três dias de diálogos e aprendizagens práticas. Os mais velhos explicaram para os mais novos como é feito o artesanato, de onde se tira os materiais utilizados, e a importância deles para a comunidade. Em urucureá, boa parte dos moradores trabalha com a produção artesanal de cestos feitos da palha de tucumã, uma palmeira típica do seu território. A atividade é uma importante fonte de renda para a comunidade.

O tipiti é uma espécie de prensa ou espremedor de palha trançada usado para escorrer e secar raízes, normalmente mandioca. O objeto é utilizado principalmente por índios brasileiros e ribeirinhos da região amazônica. Já os Paneiros são cestos produzidos a partir dos trançados de palha, usados para guardar e transportar pão, farinha e tantos outros produtos regionais.

São feitos de produtos naturais, encontrados na própria natureza. Uma das discussões levantadas na oficina, foi a importância de proteger o meio ambiente e cuidar melhor do lixo na comunidade, onde foram elaboradas propostas para a destinação adequada do lixo.

O artesão Valdemar Ferreira falou sobre a produção feita durante a oficina: “o tipiti é um artesanato que foi criado pelos índios e que serviu para que os caboclos trabalhem com a farinha. É um artesanato muito importante e é feito da palha da bacabeira” – explica.

O jovem Raimundo Rodrigues Coordenador do projeto reforçou o intuito do coletivo: “objetivo é fazer com que as pessoas saibam tecer o paneiro e tipiti para que os jovens possam conhecer e ganhar dinheiro”..

PROTAGONISMO JUVENIL

Como parte da oficina, os jovens e as lideranças comunitárias também tiveram a oportunidade de debater no primeiro dia, temáticas voltadas à compreensão dos territórios e os conflitos socioambientais. Conduzida pelo jovem Walter Oliveira, membro do coletivo jovem tapajõnico, a proposta foi envolver os comunitários em debates para que tenham melhor entendimento que sua comunidade faz parte de um território maior, que sofre pressões e ameaças aos seus recursos naturais, e que todos devem se envolver na luta pela proteção ambiental e contra a violão de direitos das comunidades.

O educonunicador do projeto Saúde e Alegria e padrinho do Coletivo Areia Branca – Walter Oliveira destacou a necessidade da realização de projetos dessa natureza: “é importante estamos apoiando esses coletivos jovens que buscam desenvolver atividades propostas pelos mesmo fortalecendo com isso o protagonismo juvenil e quebrando o conceito de que o jovem não quer saber de nada, e a importância da confiança que esses jovens passam a tomar quando eles mesmos planejam suas atividades” – finaliza.

SOBRE O COLETIVO

O projeto coletivo Areia Branca foi provado durante o Festival Teia Cabocla 2018, como parte do Projeto Rede Juventude Floresta Ativa, realizado no Centro Experimental Floresta Ativa. Na Teia de Ideias concorreu com 30 projetos de diferentes comunidades. Desde 2003 a Teia possibilita espaço para que jovens apresentem suas propostas de projetos como resposta ao Edital Magnólio de Oliveira. As melhores ideias recebem apoio do PSA, para serem desenvolvidas. O nome do edital é uma homenagem ao querido Palhaço Magnólio que tanto animou a juventude das comunidades. Na comunidade Urucureá a iniciativa tem apoio da Escola e Tucumart, cooperativa de turismo e artesanato.

Jornada de formação para o ativismo juvenil reúne mais de 60 participantes na Floresta Ativa

22 de outubro de 2018 por Samela Bonfim

Por três dias jovens integraram rodada de discussões sobre problemas e ações necessárias na defesa de direito das populações tradicionais da região. No segundo ciclo, moradores da Resex Tapajós Arapiuns, Flona, Planalto e PAE Lago Grande se encontraram na Floresta Ativa Comunidade Carão – Resex Tapajós-Arapiuns

Lixo, território, agronegócio e pesca predatória estão entre os temas discutidos no encontro que visa formar jovens articuladores e defensores dos próprios direitos e territórios. Os participantes da jornada de ativismo juvenil são indígenas moradores de comunidades tradicionais que enfrentam desafios para manter a cultura local com acesso aos direitos garantidos por lei.

No encontro os jovens participaram de diversas atividades voltadas a formação crítica para identificar possíveis problemas que atingem as comunidades a qual fazem parte e sugestões de ações que possam reverter a situação atual. Divididos em grupos de temas específicos, foram estimulados a usar a metodologia do Mob Lab que aponta problemas, causas e efeito com foco ao mundo ideal nas esferas individual, coletivo e político.

Os indígenas consideram a comunicação como ferramenta essencial para avanço do ativismo na região, e por isso mapearam os tipos de comunicação existentes dentro da comunidade e o que precisam fazer para melhorá-la. Para o facilitador do encontro Walter Oliveira: “Com essas ferramentas a galera da Amazônia pode ser ouvida. É importante para as populações tradicionais planejar o futuro por meio dessas ações” – explica.

 

Oliveira destacou os tipos de manifestação ativista que desaprova a “baderneira e violenta. Usamos estratégias para atingir o alvo”. Por meio de teatro, banner humano, flash mob o facilitar mostrou aos participantes como a criatividade pode ser aliada na transformação da realidade por meio da ação prática.

A formação é uma parceria do Projeto Saúde e Alegria com a organização de liderança jovem Engajamundo, sem fins lucrativos que promove formações, mobilização e ações de ativismo, com foco ao empoderamento da juventude para reivindicar melhorias em diversas esferas de poder. Este foi o segundo ciclo da Jornada de formação para o ativismo juvenil de um total de cinco que devem ocorrer nas comunidades.

Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia nas comunidades de Aracampina e Aldeia Solimões

24 de julho de 2018 por Elis Lucien

O Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia irá implementar um local piloto para testar a abordagem de ciência cidadã, utilizando o aplicativo Ictio envolvendo escolas de comunidades tradicionais, integradas em um programa de educação ambiental ou de ciência, em que professores e alunos monitorem a diversidade de peixes catalogados nessa etapa pelos pescadores e pescadoras selecionadas.

O projeto será realizado de Maio a Dezembro nas Bacias do Tapajós e Amazonas em parceria com alunos, professores, pescadores e pescadoras das comunidades de: Aracampina que fica localizada no Projeto de Assentamento Ituqui (PAE-Ituqui), às margens do rio Amazonas, com seus 260 habitantes, com 16 lagos e 3 igarapés e a Aldeia Solimões localizada na margem esquerda do Rio Tapajós afluente do rio Amazonas, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns que é uma das maiores Unidades de Conservação no Brasil.

A Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (SAPOPEMA), Projeto Saúde e Alegria (PSA) e outras Instituições convidadas durante seis meses irão incentivar o engajamento de jovens e moradores no monitoramento dos recursos pesqueiros da região e ajudar a formar uma nova geração de lideranças comunitárias comprometidas com a conservação dos recursos pesqueiros.

No último 20, o lançamento ocorreu em Aracampina na sala da Escola São Sebastião com a presença de lideranças, diretor, professores, alunos que falaram da importância desse projeto na área ambiental para aquela região, pois já havia algum tempo um projeto desse porte na área de várzea. Na aldeia Solimões o Cacique Lenoir deu as boas vindas a equipe no Barracão Comunitário falando da parceria com o Projeto Saúde e Alegria que já atua na região a 30 anos, trazendo projetos para desenvolvimento comunitário partindo da realidade local oportunizando as futuras gerações dentro de cada comunidade que atua.

 

 

Jovens debatem conflitos territoriais no Oeste do Pará

13 de junho de 2018 por Ana Costa

O Coletivo Jovem Rede Mocoronga (CJRM), é um grupo jovem multiplicador de informações que visa discutir as problemáticas associadas a temáticas sociais, como Clima e Território, uma iniciativa de vários coletivos jovens nacionais preocupados com o território ao qual estão inseridos. O CJRM conta com o apoio da ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA), e realizou no ultimo dia 11, na sede do PSA, o I Debate Amazônias: Territórios e Conflitos Socioambientais do Oeste do Pará trazendo como subtema “Território: você conhece o seu?”.

O debate contou com a participação de jovens oriundos de comunidades tradicionais, em sua maioria acadêmicos, entre eles, Luana Kumaruara, 32, da Aldeia Solimões na Reserva Extrativista (RESEX) Tapajós-Arapiuns, que abordou a questão dos conflitos existentes para a garantia de seus direitos territoriais, ao que diz respeito à demarcação de terras indígenas. “Quando se fala de demarcação de terra é algo que sufoca a população indígena porque estão limitando o nosso território”, afirmou.

O jovem Benezildo Costa, 25, de São Pedro – RESEX Tapajós-Arapiuns, falou sobre as madeireiras, enfatizando a luta de muitos anos contra a extração ilegal dentro de sua região. Ele faz um apelo: “os jovens da Amazônia tem que ter uma causa para lutar (…), os projetos de empreendimentos afetam diretamente nossa gente, nossas culturas, nossos saberes e a biodiversidade”.

Outra convidada para o debate foi a jovem Delcilene Rocha, 21, vindo da comunidade de Santos da Boa Fé, no Planalto Santareno, contando sua experiência e luta contra a expansão da Soja e dos Agrotóxicos. Delcilene desabafa “infelizmente a gente acordou tarde demais na minha região, a quantidade de mata é mínima e é usada como máscara, só tem floresta na beira da estrada”.

A ideia do debate foi trazer à tona as violações dos direitos territoriais na Amazônia, ocasionados por grandes empreendimentos que ameaçam a biodiversidade dessa região. Para Walter Oliveira, 21, um dos jovens coordenadores do CJRM “a divulgação da informação através dos jovens locais, é um meio de abranger a população como um todo”.

Território: você conhece o seu?

Foto: Bob Barbosa

Encontro Juvenil de Midiativismo da Rede Mocoronga

29 de fevereiro de 2016 por Adriane Gama

Um Encontro Local de Midiativismo realizado na sede do Projeto Saúde e Alegria – PSA, contou com a presença, na maioria, de jovens comunicadores da Rede Mocoronga, da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns: Carão, Pedra Branca, Suruacá, Aldeia de Muratuba, Vila do Amorim, Tucumatuba, Parauá, Vila de Boim – Rádio Integração, São Pedro e Prainha I, da FLONA. O evento promovido pela Educom/PSA, no dia 22 de fevereiro, mediado pela ativista social Márcia Gama, teve ainda a participação do coordenador do Greenpeace, Danicley de Aguiar, com intuito de dialogar acerca dos impactos do complexo hidrelétrico na Bacia do Tapajós.

Fábio Pena, coordenador pedagógico do PSA apresentou o objetivo da oficina e falou da importância dos jovens tornarem-se formadores de opinião em suas comunidades, buscando informações reais com base técnica, científica e jurídica, como no caso do projeto Complexo Hidrelétrico do Tapajós (São Lúís/PA) e seus esclarecimentos quanto ao EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental). A oficina teve como ferramentas de pesquisa, a revista do Greenpeace lançada sobre o tema, A Luta pelo Rio da Vida, além de outras mídias jornalísticas.

Pela tarde, as atividades foram conduzidas pelas educomunicadores do PSA, Elis Lucien, Leila Verçosa e Adriane Gama. A metodologia utilizada foi uma apreciação crítica de vídeos com diversos pareceres em torno do tema das Hidrelétricas no Tapajós. Após a verificação midiática, os jovens defenderam suas opiniões e lançaram vários questionamentos sobre o assunto. O debate mais enfático foi sobre o posicionamento dos jovens das Unidades de Conservações situadas no Rio Tapajós como atingidas pelo complexo, mesmo estando localizadas no baixo Tapajós, e não no médio e alto Tapajós, como as outras comunidades mais próximas ao Complexo Hidrelétrico de São Luís. A conscientização da causa e busca de assessorias idôneas foi uma das pautas do encontro.

Por fim, uma atividade foi desenvolvida pelos jovens em trabalho de grupos para realizarem propostas de produtos criativos de midiativismo com matérias para suas rádios comunitárias ou jornal formativo local. A ideia do encontro foi buscar a acessibilidade e democratização de informações sobre temas relevantes da região, a fim de pesquisar por mais informações para maior esclarecimento das causas e replicá-las em suas comunidades e em entorno.

Para o jovem Benezildo Costa, da comunidade de São Pedro, ressaltou que “o encontro foi além de um grande esclarecimento, uma formação para nós jovens na disseminação de conhecimentos sobre o empreendimento, assim como compreender a força dos atores sociais e suas lutas da causa.