Matéria mentirosa da revista VEJA causa indignação e reação de antropólogos

6 de maio de 2010 por Fábio Pena

Fotos:Revista Veja

Na edição 2163 deste 5 de maio de 2010, a revista Veja publicou a reportagem especial “A farra da antropologia oportunista”, em que difama a comunidade dos cientistas da antropologia e promove uma visão discriminatória de grupos minoritários que buscam sua auto-afirmação e seus direitos historicamente negados.

A reportagem afirma que “critérios frouxos para a delimitação de reservas indígenas e quilombos ajudam a engordar as contas de organizações não governamentais e diminuem ainda mais o território destinado aos brasileiros que querem produzir”.

Nem precisaria ler os diversos parágrafos da reportagem para entender o tom discriminatório, elitista e preconceituoso da turma de jornalistas que fazem parte do apelidado PIG – Partido da Imprensa Golpista. A reportagem mistura ao mesmo tempo política com antropologia e direitos sociais, colocando logo na capa a foto do Presidente Lula que decretou a reserva indígena Raposa Serra do Sol, até agora não engolida pela turma do agronegócio de Roraima.

Já nos títulos é possível entender o que a VEJA pretende desconsiderando lutas sociais históricas: os novos canibais, macumbeiros de cocar, made in Paraguai, índio bom é índio pobre, problema dos brancos. São adjetivos  pejorativamente utilizados.

Na narrativa “diminuem território destinado aos brasileiros que querem produzir”, a matéria cita o caso dos índios boraris de Santarém que lutam pela demarcação de suas terras na Gleba Nova Olinda. Mostrando uma foto de Odair Borari (ao lado), a Veja ironiza o movimento em defesa da vida e da cultura do Arapiuns como um “teatrinho na praia”. Cabe apenas perguntar, qual foi a lei que determinou que, neste caso, o território é daqueles que vieram de fora, muitas vezes de outros estados ou países, para explorar os recursos naturais às custas da destruição da floresta e da vida de comunidades tradicionais que vivem ali por dezenas de gerações?

A matéria provocou indignação da Associação Brasileira de Antropologia – ABA, que divulgou nota em que “clama pelo exercício de jornalismo responsável, exigindo respeito à atuação profissional do quadro de antropólogos disponível no Brasil, formados pelos mais rigorosos cânones científicos e regidos por estritas diretrizes éticas, teóricas, epistemológicas e metodológicas, reconhecidas internacionalmente e avaliadas por pares da mais elevada estatura cientifica, bem como por autoridades de áreas afins”.

Já não é novidade, mas antropólos citados na matéria, dizem que a revista MENTIU. No blog do jornalista Luis Nassif, o renomado antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, afirmou que os autores da Veja: “colocam em minha boca a seguinte afirmação: “Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente cultural original” . Gostaria de saber quando e a quem eu disse isso, uma vez que (1) nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; (2) não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma. Na verdade, a frase a mim mentirosamente atribuída contradiz o espírito de todas declarações que já tive ocasião de fazer sobre o tema. Assim sendo, cabe perguntar o que mais existiria de “montado” ou de simplesmente inventado na matéria. A qual, se me permitem a opinião, achei repugnante”.

Leiam aqui a famigerada reportagem da Veja:
A nota de repúdio da Associação Brasileira de Antropologia – ABA
E mais algumas pistas que mostram que VEJA MENTE

A trajetória de luta dos índios do Rio Xingu

4 de maio de 2010 por Fábio Pena

A trajetória de luta dos índios do Rio Xingu contra a construção da usina de Belo Monte e de outras, planejadas para o Rio Xingu, é o tema do vídeo produzido pelo ISA. O documentário reúne cenas históricas desse processo, iniciado em Altamira (PA), em 1989, e resgata os principais acontecimentos, até os dias de hoje, de uma batalha que se arrasta há mais de 20 anos. Direção: André Villas-Bôas e Beto Ricardo

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Feira de Economia Solidária

9 de abril de 2010 por Juliane Oliveira

O que Cultura Digital e Economia Solidária tem em comum? Essa é uma pergunta que a gente se faz quando tenta entender o que dois mundo tão diferentes fazem em um mesmo espaço. Mas não é tão dificil entender quando lembramos que os dois trabalham com a mesma ferramenta: a criatividade humana.

Elaisa Santos é moradora do bairro do Amparo, que fica na grande área do Santarenzinho, e pela primeira vez expõe os biscuit (massa fria feita com cola branca e maisena) que já confecciona há mais de três anos. Desde que soube da feira, Elisa, começou a se organizar para participar. “No começou foi meio dificil. Mas agora a gente está com mais esperanças de vendas”, disse.

Outros expositores

Além das peças de biscuit da Elaisa, outros artistas locais estão presentes na I Feira Cultura Digital dos Bairros, e expondo seus produtos e contribuindo para a divulgação do potencial econômico do bairro.

Muitos dos expositores já se organizam em grupos de trabalho, fortalecendo a rede de cooperativismo entre eles. Um dos destaques da feira é o projeto Santa Flor que apresenta ao publico mais de 100 espécies de plantas diferentes e já ganharam a credibilidade do santareno. O grupo é formado por moradores de todas as áreas de Santarém e planalto e tem como base o cooperativismo entre as partes.

A renda familiar da Elisa Santos e de muitos outros expositores na Feira de Economia Solidária é baseada na produção artesanal.

‘Roda de Conversa’ discute Fórum Social Pan-Amazônico

8 de abril de 2010 por Juliane Oliveira

No mês de novembro Santarém (PA) vai receber a 5ª edição do Fórum Social Pan-Amazônico e como   as comunidades vão participar desse processo foi assunto na ‘Roda de Conversa’ agora a tarde na Feira Cultura Digital de Bairros.

O bate-papo contou ainda com a presença de lideres do movimento, entre eles o Padre Edilberto Sena (Rádio Rural), Valéria Bentes (Grupo de Defesa da Amazônia) e Mel Mendes (União de Estudantes de Santarém), comunitários da grande área do Santarenzinho e ativistas da Cultura Digital dos estados do Pará, Amazonas e Roraima.

A Fórum tem como objetivo principal construir e fortalecer as alianças  em  defesa da Amazônia e de seus povos,  definindo estratégias e ações concretas  de enfrentamento ao sistema que tem contribuindo para a diminuição de nossas riquezas naturais, Durante a roda de conversa os presentes conheceram ainda as entidades que estão a frente do Forum Social em Santarém. São elas: GDA, FAMCOS, UNECOS, UES,  FDA,CEAPAC, Z-20, STTR, CEFT-BAM,  AOMT-BAM, AMDS, Pastoral Social,  Rádio Rural, PSA e Projeto Puraqué.

De acordo com a coordenadora do Grupo de Defesa da Amazônia, Valéria Bentes, outras entidades ainda podem participar da organização do fórum social. “A gente tem convidados as entidades a colocarem em suas atividades discussões sobre o Fórum Social e até pensarem algumas atividades para serem feitas  ” – disse.

Os paises que fazem parte da Pan-Amazônia são: Brasil, Venezuela, Equador, Peru, Colômbia, Bolívia, Suriname, República Cooperativa da Guiana e Guiana Francesa

Serviço:

O debate foi transmitido ao vivo pela Rádio Amnésia (88, 5 FM).

Seminário Municipal de Articulação da Rede de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil

22 de fevereiro de 2010 por Elis Lucien

O “Seminário Municipal de Articulação da Rede de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil” é a quarta etapa das ações de inserção do Programa Guarani previstas para serem desenvolvidas nos 16 municípios atendidos: Ananindeua, Belém, Marituba, Breves, Portel, Salvaterra, Soure, Altamira, Marabá, Alenquer, Belterra, Santarém, Itaituba, Novo Progresso, Trairão e Rurópolis.

Hoje dia 22 e 23, 24 de Fevereiro de 2010, estarão reunidos no auditório da UEPA ( Universidade Estadual do Pará), representantes de movimentos sociais e religiosos, ONG’s, lideranças comunitárias,estudantes, população em geral, profissionais da área da saúde, educação e segurança pública, poder público municipal e poder judiciário. Todos com objetivo de elaborar um plano operativo local, ou seja, discutir e construir coletivamente as ações de articulação e fortalecimento de rede de enfrentamento à violência sexual em seus respectivos movimentos.

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Bem vindos, ao trabalho!

17 de fevereiro de 2010 por Elis Lucien

Para uma boa parte da sociedade o ano novo e suas atividades só começam depois do Carnaval. A outra parte, já começou desde do dia 01 de Janeiro de 2010 com a Confraternização Universal. O período antes do Carnaval fica destinado para os ajustes nos orçamentos, reuniões informais aqui e ali, relatórios e fechamento na contabilidade do ano passado. Agora, depois do Carnaval, trabalhadores e sociedade em geral precisam alcançar: metas, sonhos, perspectivas, ideais, objetivos e planos para serem cumpridos neste novo ano.

As nossas atividades da Rede Mocoronga já estão em pleno funcionamento. O programa de rádio estar no ar todos os sábados às dez horas da manhã e reprisa aos domingos às cinco da manhã com notícias dos núcleos de: Saúde Comunitária, Organização Comunitária, Economia da Floresta, Projeto Saúde e Alegria em eventos institucionais no decorrer do ano,  informações das comunidades oriundas dos repórteres comunitários, parceiros e o próprio núcleo de Educação, Cultura e Comunicação – Educom que alimentam não só o programa, mas, toda a nossa Rede (Jornal Mocorongo, TV Mocoronga, Blog da Rede Mocoronga,Programa de Rádio Rede Mocoronga).

Então, como foi dito o trabalho já começou com toda força. Todavia, vale ressaltar: Um feliz ano bom para todos os trabalhadores que buscam um mundo socialmente justo, ecologicamente equilibrado e economicamente viável.

Micro Sistema de Água

5 de fevereiro de 2010 por Elis Lucien

Água na Amazônia muitos já devem ter pensado. Lá, “eles” moram dentro do rio como é que não tem água? O problema não a água em si e sim as condições para o consumo dela. Nas comunidades da Amazônia ela faz parte do dia dia ribeirinho, é 99% usada para o transporte, utilidades domésticas, lazer e fonte de alimentação diária. Em época de seca, precisa ir bem longe para encontrar água boa já nas cheias invadem sem pedir permissão.

Muitas das comunidades usam água direto do rio, do igarapé com pouco tratamento ou nenhum. Devido a este fato, ainda existem muitas doenças causados por veiculação hídrica e quem sofre mas com isso, são as crianças e  os idosos por causa da baixa resistência em seus organismos. Pensando nisso, o Projeto Saúde e Alegria (PSA),  implantou o Saúde na Floresta com apoio do BNDES, Konrad Adenaeur Stiftung, Terre des Hommes, Ford Foundation e Promanejo e diversos parceiros. Tudo em prol de uma vida mas digna para o povo ribeirinho. Mas, para que isso acontecesse houve um grande esforço de ambas as partes: comunidade, PSA e financiadores.

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Confecom aprova bandeiras históricas dos movimentos sociais

18 de dezembro de 2009 por Monica de Almeida

A 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) terminou no começo da noite desta quinta-feira (17), aprovando 672 propostas que podem, no futuro, virar projetos de lei ou balizar políticas públicas da área.

Diversas propostas se tornaram resolução ao receber mais de 80% de aprovação dos delegados em um dos Grupos de Trabalho. Entre elas, está a criação de um Conselho Nacional de Comunicação com funções de monitoramento e também de deliberação acerca das políticas públicas do setor. Também passou por consenso nos grupos uma proposta de divisão do espectro radioelétrico entre os sistemas público, privado e estatal numa proporção de 40-40-20. Também foi aprovada a positivação do direito à comunicação na Constituição Federal. O artigo é de Cristina Charão, do Observatório do Direito à Comunicação.

Publicado originalmente no Observatório do Direito à Comunicação

Dificuldades metodológicas superadas, os grupos de trabalho constituídos para debater as propostas inscritas na 1a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) aprovaram uma série de resoluções que respondem a bandeiras históricas das organizações e movimentos sociais ligados à luta pelo direito à comunicação e a democratização da mídia.

Estas propostas se tornaram resolução ao receber mais de 80% de aprovação dos delegados em um dos GT’s. Algumas aprovações chegam a surpreender, por serem pautas tradicionalmente rechaçadas pelo empresariado e mesmo por órgãos governamentais.

Por exemplo, foi aprovada a criação de um Conselho Nacional de Comunicação com funções de monitoramento e também de deliberação acerca das políticas públicas do setor. Também passou por consenso nos grupos uma proposta de divisão do espectro radioelétrico entre os sistemas público, privado e estatal numa proporção de 40-40-20.

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Pedagogia da alternância

15 de dezembro de 2009 por Elis Lucien

A Casa Familiar Rural traz para no currículo escolar uma nova forma de educar. Os alunos levam as informações teórica e vivenciam na prática em suas comunidade de origem. É acertar, errar e reformular as ações.

A Casa Familiar Rural de Santarém está realizando um curso “Formação Inicial de Educadores e Técnicos em Pedagogia de Alternância – uma práxis da educação do/no para o campo no Baixo-Amazonas” no Centro de Formação Chico Roque começou ontem dia 14 e vai até o dia 18 de Dezembro de 2009.

Com abertura às 09:00 horas com composição da mesa: a Sra. Arlete – tesoureira da Casa; Sra. EiKa Eng. Agrônoma; Sr. Cândido colaborador; Sra. Tânia Pedagoga da Casa; Sra. Cásia Pedagoga-colaboradora; Sr. Magnólio – representante do  Projeto Saúde e Alegria e a Sra. Joana representante dos responsáveis dos educandos.

Juventude da Amazônia é representada na COP 15

9 de dezembro de 2009 por Elis Lucien

Adaptado do artigo originalmente publicado no site: www.unicef.org/brazil

Ândria Farias, 15 anos, e Matheus Silva, 14 anos, representaram o Brasil no Fórum Crianças e Clima

(imagem retirada do Climate youth 2 youth)

Nova Iorque/Brasília,

Entre os dias 28 de novembro e 4 de dezembro, 160 adolescentes, com idades que variam de 14 a 17 anos, provenientes de 44 países participaram em Copenhague, capital da Dinamarca, do Fórum Crianças e Clima. O Brasil foi representado por Ândria Farias, 15 anos, da comunidade de Prainha, na Floresta Nacional do Tapajós/Belterra, no Pará, e Matheus Silva, 14 anos, de Rio Branco, no Acre.

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