Empreendedorismo social pode deslanchar na região

14 de junho de 2015 por Paulo Lima

Beiradão do Oportunidades Solimões

Soluções inovadoras e ousadas e a força do jovem podem beneficiar famílias e comunidades locais

Ronnie Dantas, graduando em Jornalismo, IESPES e radialista da Rádio Rural

Pensar em ideias e soluções inovadoras, ousadas, que gerem renda e ainda favoreçam a qualidade de vida da comunidade onde moram. O que parece difícil para muitos está se tornando realidade para alguns jovens ribeirinhos que vivem nas Unidades de Conservação da região, ao longo do Rio Tapajós. O Empreendedorismo Social está ganhando força nesta faixa etária da população. O fato se deve ao trabalho sério desenvolvido pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA) junto aos jovens e famílias locais.

De modo geral a ideia de empreendedorismo é ter seu próprio negocio. No caso dos jovens aqui da região, a proposta do PSA, é fazer um trabalho que estimule o jovem a pensar no seu futuro, através de ideias inovadoras de modo que os mesmos possam lucrar e, ao mesmo tempo, solucionar problemas da própria comunidade.

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Obra municipal abandonada revolta moradores de Boim

3 de junho de 2015 por Anastácio Serique Cohen

Ampliação do logradouro público está abandonada há mais de um ano comprometendo a qualidade da prestação de serviços na área da saúde

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Os moradores da vila de Boim e comunidades próximas esperam há mais de um ano a conclusão das obras de ampliação do Centro de Saúde da comunidade.

Orçada em cerca de 73 mil reais deveria ter sido concluída em maio de 2014. Sua inauguração, inicialmente, faria parte da programação de aniversário da cidade de Santarém que acontece no mês de junho. Devido ao atraso, outra data combinada para a entrega foi as Festividades de Santo Inácio de Loyola que acontece no fim do mês de julho. Um ano se passou e o Centro de Saúde continua fechado.

A empresa responsável, Contap Construtora Ltda. alegou que abandonou o serviço devido à falta de repasse de recursos por parte da prefeitura municipal.

Os serviços de saúde são ofertados na residência de um comunitário. O local, inapropriado para essa prática, compromete a atuação dos profissionais e também o acesso e atendimento aos cidadãos.

Além da vila de Boim, o Centro de Saúde atende as comunidades de Samaúma, Nova Vista, Nuquini, Tucumatuba, Rosário, Pau da Letra, São Tomé, Jaca e Paraná Pixuna. Conta com uma enfermeira, duas auxiliares em enfermagem, uma servente e um assistente administrativo.

Para Rosicléia Santos, moradora de Boim, “A prefeitura municipal de Santarém na figura da secretaria de Saúde ou até o mesmo o prefeito deve uma resposta urgente à comunidade e que os trabalhos devem ser concluídos e a obra entregue logo, pois, somos nós cidadãos que sofremos as consequências da falta de responsabilidade e péssima gestão municipal”.

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14º Edição da Teia Cabocla começa hoje

25 de março de 2015 por Lilian Campelo
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Foto de divulgação

Com o intuito de promover o encontro de várias iniciativas que estão sendo realizadas nas comunidades ribeirinhas pelos jovens com o apoio do Saúde e Alegria, de hoje até sábado ocorre a 14ª edição da Teia Cabocla. O evento será realizado na Chácara A&C no Mararú, na cidade de Santarém.

O Festival de Iniciativas Jovens da Floresta, assim denominado o tema deste ano, reunirá lideranças juvenis da Flona do Tapajós e Resex Tapajós-Arapiuns. A expectativa é que cerca de 80 jovens de 44 comunidades estejam participando da Teia.

O evento irá agregar jovens que estão envolvidos nas diversas iniciativas empreendidas pelo Saúde e Alegria, além de grupos já existentes nas comunidades como os grupos de jovens e rádios comunitárias.

A proposta da Teia Cabocla, desde a primeira edição, é fortalecer os jovens das comunidades a partir do intercâmbio das experiências e o reconhecimento do seu território.

E o palhaço, o que é?

18 de março de 2015 por Adriane Gama
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Esio Magalhães e as artes-educadoras do PSA.

Ser palhaço vai além do riso”! Esio Magalhães

Neste último final de semana, 14 e 15 de março, na Casa de Cultura aconteceu a oficina “O palhaço o que que é”, facilitada pelo artista circense mineiro Esio Magalhães (Palhaço Zabobrim). O público participante foi veteranos na área cultural e iniciantes que queriam conhecer um pouco da linguagem e da arte de como ser um palhaço.

A proposta central da oficina foi trabalhar com o poder, no sentido de atrair o público. Esio ressalta que “palhaço não é um personagem. Não faz teatro. Ele só vive quando tem pessoas”. As aulas abordaram o encontro da arte com o público, do prazer e do risco do jogo do palhaço, destacando os quatro pontos fundamentais de um palhaço: apresentar, convidar, transformar e despedir-se.

O artista ressaltou que: “você não acorda, não nasce palhaço, tem que ter um esforço para se chegar lá, é claro que tem um lado importante de ver o mundo de maneira risonha, mas ao mesmo tempo é trabalhar para fazer o outro rir. Por exemplo, vamos apresentar um espetáculo em abril, então a gente precisa ensaiar a semana toda, quatro horas por dia, além de executar outras demandas de produção, enfim mas do que tudo é um trabalho que exige empenho e precisa de dedicação”.

Durante esses dois dias, o foco, o interesse e a ação foram pontos determinantes nas práticas com exercícios, jogos e demonstrações, sempre conduzidas para um formato vivencial. Assim, a ideia era propor aos participantes que entrasse em contato com o seu ridículo através da relação com o desejo e o poder.

Ser palhaço é colocar o meu ridículo a serviço do riso das pessoas. De certa maneira, fazendo isso, acho que consigo dizer para pessoas que não tem jeito certo de ser. Ser palhaço é o antagônico do heroísmo, ou seja, é dizer que o pequeno, feio, o baixinho, o fraco também tem sua importância. Porque o herói sempre é uma figura inatingível, o palhaço não, é o menor de todos, mas é importante, pois o que importa para gente é que ele traz o riso”, reforça o artista. “Através do olhar para o pequeno, para desajustado, o palhaço tem a possibilidade de falar sobre as questões sociais importantes da humanidade”, conclui Esio.

As arte-educadoras da Educom do Projeto Saúde e Alegria, Elis Lucien, Leila Verçosa e Adriane Gama, também marcaram presença nestas aulas com intuito de somar esses conhecimentos com as atividades de arte-educação do Circo Mocorongo desenvolvidas pelo PSA, uma vez que o trabalho de Esio é reconhecido em âmbito nacional, além de aproveitar a oportunidade de participar de uma formação gratuita e praticar artes circenses.

A temporada de espetáculos do Palhaço Zabobrim, iniciou-se no final de fevereiro, na Praça Barão de Santarém, com a apresentação do “Circo do Só Êu!”, e em março, na Praça do Sairé em Alter do Chão até chegar nas comunidades ribeirinhas como: São Pedro, no Rio Arapiuns, em Maguari, na Flona e em Nazaré, Vila de Boim e Suruacá, no Rio Tapajós.

Esta ação faz parte do projeto denominado “Ri beirando o rio”, contemplado em 2013, pelo Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo. A oficina foi apoiada localmente pelo Grupo de Teatro Las Cabaças e Associação de Teatro de Santarém (Atas).

* Esio Magalhães – Ator, diretor e palhaço Zabobrim, indicado ao premiou Shell como melhor ator em 2007 e 2008. Foi Integrante dos Doutores da Alegria e é sócio fundador do Barracão Teatro em Campinas. Foi considerado o melhor palhaço de todos os tempos por sua mãe.

Jovens ribeirinhos participam de oficina de Jornalismo Cidadão em Santarém

13 de março de 2015 por Adriane Gama

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As oficinas de Jornalismo Cidadão e Tecnologias Livres para jovens e lideranças das comunidades ribeirinhas da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns (Resex) e Floresta Nacional (Flona) têm como ojetivo fomar monitores para acompanhar a qualidade da água nestas localidades.

A primeira dessas oficinas foi realizada na Escola do Parque, no último dia 05, e faz parte de uma série que acontecerá em Santarém, na Resex e em Belterra. Realizada pela InfoAmazônia, em parceria com o Projeto Saúde e Alegria e Secretarias Municipais de Meio Ambiente, as oficinas visam implantar uma ação piloto de monitoramento da qualidade da água, prevista para acontecer em julho, e assim identificar pessoas que estejam interessadas em representar suas comunidades.

A oficina, mediada pelo jornalista Giovanny Veras e pelo pesquisador Ricardo Guimarães, ambos do InfoAmazônia, teve suas atividades divididas em duas partes.

Pela manhã, houveram diálogos sobre produções independentes de conteúdos jornalísticos. Midiativismo, tecnologias livres eofic_infoamazonia jornalismo cidadão foram temas convergentes para estimular a participação de cidadãos comuns, sem formação jornalística, do processo de coleta à veiculação das reportagens, produzindo assim, conteúdos em seus próprios blogs.

De acordo com Giovanny, o jornalismo digital pode ser uma das ferramentas que estimula e permite que moradores, jornalistas, pesquisadores, ongs e universidades possam gerar narrativas e compartilhar análises de dados. Assim, “cria-se mais conhecimento sobre os problemas e soluções na Amazônia”, ressalta o jornalista.

À tarde, o pesquisador Ricardo Guimarães apresentou a ideia central do projeto: aplicar um sistema de monitoramento da qualidade da água nas comunidades, onde cada sensor medirá oito parâmetros, como pH, temperatura e turbidez. Os jovens irão aprender a metodologia do trabalho desde a instalação dos kits das caixas módulos em reservatórios para medição, até como enviar dados e enfrentar desafios em casos de impossiblidades de conexão.

O técnico ainda ressalta que no final desse processo, um servidor da InfoAmazônia, após o recebimento desses dados em tempo real, irá conferi-los, gerando um índice sobre a característica da água. Caso algum sensor apontar uma situação potencial de contaminação, uma análise laboratorial será feita detalhadamente.

pratica_analise_aguaNa parte prática da oficina, a turma testou o parâmetro do pH de algumas amostras de água, utilizando o protótipo do sensor. No final do evento, os participantes receberam certificados e ficaram responsáveis de enviar notícias comunitárias para começar a alimentar as informações no site da InfoAmazônia e sites parceiros.

Para o participante Mauro Duarte, da comunidade de Maguari – Flona, esse projeto levanta a bandeira coletiva de luta pela mesma causa para chegar à uma mudança, e “através da conexão entre água e jornalismo, coloca os direitos e problemas relativos à qualidade da água, em evidência”.

A jovem Natalina Oliveira, da Vila de Boim, lembrou que “nós, da comunidade, temos medo de represália se fomos fazer denúncias, mas com esse projeto podemos ter mais segurança de repassar nossas noticias, corretas e verdadeiras, com uso de recursos de multimídia.”

*O projeto Rede InfoAmazonia é uma plataforma digital que agrega jornalismo e dados geográficos, produzindo mapas interativos e gráficos através de tecnologias livres com objetivo de difundir informações locais da Amazônia.

Fotos: Elis Lucien

Atividades de Meliponicultura mobilizam comunidades da Resex Tapajós

6 de março de 2015 por Adriane Gama

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Meliponicultura, um nome que cada vez mais vem se destacando na região, refere-se à criação de abelhas nativas sem ferrão, a qual pode contribuir muito com a diversificação e uso sustentável da terra na Amazônia. Essas abelhas, as quais produzem saboroso mel com propriedades medicinais, podem garantir a sobrevivência de plantas nativas e cultivadas, graças ao seu papel ecológico fundamental como polinizadoras.

Com intuito de difundir essa prática na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns (Resex), nos dias 26 e 27 de fevereiro, foi realizado um Curso de Meliponicultura, na Vila do Amorim, facilitada pelo técnico em manejo de abelhas do Projeto Saúde & Alegria (PSA), Alexandre Goudinho, com o apoio de uma equipe destacada do projeto formada pelo técnico em agropecuária, Silvano Martins e pelas biólogas Ândrea Colares e Adriane Gama. Esta oficina contou também com a colaboração da escola e de uma família local como apoio na alimentação. Para as práticas com as melíponas, foi usada a estrutura do meliponário cedido pelo participante da Vila do Amorim, Nilson Paz.

Este curso, faz parte das atividades técnicas sobre Boas Práticas de Produção, Beneficiamento e Fornecimento de Serviços, da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), no qual capacita beneficiários do INCRA interessados no manejo de abelhas sem ferrão com o objetivo de enfatizar a potencialidade desta atividade para a agricultura familiar nas comunidades ribeirinhas. Dessa forma, a Meliponicultura pode ser mais uma alternativa econômica que agrega renda extra aos comunitários, em sintonia com o uso racional e sustentável de recursos naturais, envolvendo outras iniciativas, como educação ambiental e turismo comunitário.

Estavam presentes neste curso, representantes de seis comunidades da região do Lote 10 do ATER – PSA: Cabeceira do Amorim, Brinco da Moças, Enseada do Amorim, Mapirizinho, Uquena, Limãotuba e Vila do Amorim. Foram dois dias de vivência na cultura das abelhas sem ferrão. Depois de muita chuva, no início das aulas na escola, o sol apareceu e manteve-se na maioria do tempo, contribuindo com as aulas de campo.

Os participantes tiveram aula teórica que abordava conteúdos referentes a morfologia das Meliponidae (abelha sem ferrão), sua distribuição geográfica, períodos de floração, tipos de ninho e alimentos, predadores naturais e estrutura das colônias de meliponídeos. Na parte prática, os agricultores com devidas roupas de proteção, tiveram orientações sobre técnicas de captura, transferência e divisão de colônias, tanto in natura (tronco da árvore) quanto nas caixas, construção e posição de meliponários, como alimentar artificialmente determinadas espécies e por fim, coleta e armazenamento do mel das abelhas.

O resultado foi bastante satisfatório para todos os alunos neste segundo encontro (o primeiro aconteceu no final do ano passado no Centro Experimental Floresta Ativa do PSA na Resex). Todos estavam muito empenhados e cuidadosos a seguir todas as etapas do manejo destas abelhas, aliando suas experiências com as técnicas da meliponicultura. No final, os participantes receberam um material de aprendizagem, e por comunidade, foi doada uma caixa modelo montada para que cada um possa iniciar suas atividades em seus meliponários. Ainda houve um brinde coletivo com direito a degustação de mel.

De acordo com o técnico Alexandre, meliponicultor há 10 anos, esta realização foi positiva pela forte presença das comunidades, atendendo a meta do projeto de desenvolver atividades do ATER para os moradores que se inscreveram na oficina. “Com relação às aulas, conseguimos exercitar uma atividade considerada nova na Resex, que tem dado certo em algumas comunidades, apresentando um modelo, levando em consideração a prática do dia a dia do morador”, aponta o produtor.

O técnico ainda pontua que “o curso foi completo, trabalhando paralelamente com o social, ambiental, comercialização do produto e organização do grupo. O fator principal disso, foi desenvolver uma atividade recente, que se fala em preservação ambiental, melhoramento da renda familiar, com abordagem na organização social, como acontece dentro de uma colmeia. Inclusive, dentro dessa prática de manejo, a gente pode verificar durante todo o curso, como esse processo está sendo discutido no projeto de ATER”.

Por sua vez, os participantes estavam muito entusiasmados. Para Ronaldo Lopes, produtor da comunidade de Uquena, disse que “o curso serviu para aprimorar mais meus conhecimentos e que a partir de agora, é colocar em prática o que nós aprendemos para poder repassar com mais segurança, as técnicas e vivências com essas espécies, para os iniciantes”.

Já para a moradora de Brinco da Moça, Dona Mercedes Farias, suas expectativas foram alcançadas sendo que o mais interessante para ela foi conhecer a organização social das abelhas e como retirar o mel diretamente dos potes, seja ele do interior das árvores ou do meliponário. A produtora ainda disse que “esta atividade com as abelhas sem ferrão pode ser uma boa opção para o desenvolvimento econômico da minha comunidade sem causar danos ao meio ambiente”.

Fotos: Adriane Gama, Ândrea Colares e Silvano Martins

Projeto Territórios de Aprendizagem lança Guia Pedagógico

27 de fevereiro de 2015 por Fábio Pena

fotoFoi lançado hoje, 27/02, na Escola do Parque da Cidade em Santarém, o Guia Pedagógico do Projeto Territórios de Aprendizagem, que busca valorizar os saberes e conhecimentos das comunidades tradicionais no currículo escolar visando melhorar a qualidade do ensino.

O Projeto Territórios de Aprendizagem é fruto da parceria entre o Projeto Saúde e Alegria – PSA e a Secretaria Municipal de Educação de Santarém com apoio do Programa Norte de Saberes da Fundação Carlos Chagas e Fundo Vale. Surgiu em 2012 com o intuito de trazer referências pedagógicas que possam contribuir com a melhoria da qualidade da educação no contexto amazônico. O programa compreende a escola a partir do conceito de território – espaço marcado não apenas pelas características geográficas, como também pelas relações humanas – auxiliando os sujeitos na compreensão de sua realidade, para que se tornem cidadãos mais críticos e reflexivos e que possam assim agir sobre ela.

O projeto se propôs a ajudar no fortalecimento da função social das escolas especialmente no território da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Resex), o qual demanda processos educativos capazes de fortalecer o senso de territorialidade de sua população, especialmente das novas gerações.

Em seu primeiro ciclo de atuação, foram selecionadas quatro escolas na Resex, e um núcleo no planalto Santareno, para uma experiência piloto: no Eixo Forte, a Escola municipal de tempo integral Irmã Dorothi, da comunidade do Caranazal; e na Resex – Escola Nossa Senhora de Fátima, da comunidade do Anã; a Escola João Franco Sarmento, da comunidade Suruacá; a Escola São Pedro, da comunidade São Pedro; a Escola St. Ingnácio de Loyola, da comunidade de Boim.

Adotou-se como principal objetivo colaborar para a redução do espaço entre o ensino formal e a realidade sociocultural e ambiental dos alunos, possibilitando a construção de uma aprendizagem significativa que resulte na melhoria dos indicadores de sucesso escolar.
Os professores e gestores destas escolas participaram de diversas oficinas, nas quais tiveram contato com novas referências conceituais sobre educação do campo, educação ambiental, territorialidade, e sobre metodologias a serem utilizadas nas escolas.

O saber comunitário dando sabor à escola

As escolas participantes mobilizaram as comunidades num processo de mapeamento participativo de seu território, e dos conhecimentos e saberes tradicionais da população local.  Deste forma, os alunos com apoio de professores e pedagogos do projeto, percorreram as comunidades identificando elementos expressivos, levantando o perfil social, econômico e ambiental a partir de sua própria sua visão infanto-juvenil.

IMG_2224Os mapas elaborados contemplaram aspectos como a cartografia da comunidade em si – com as especificações territoriais, geográficas; a biodiversidade – identificando a fauna, flora, pesca, coleta, extrativismo.  Os alunos foram motivados também a pesquisarem sobre o conhecimento tradicional, os saberes populares, os mitos e lendas, a história local e regional, a culinária local, manifestações culturais coletivas, brincadeiras infantis, além de valorizar os talentos locais, como músicos, poetas, artesãos. O trabalho realizado construiu-se num rico banco de conhecimentos amazônicos que foram sistematizados e que agora estão disponíveis no Guia de Apoio Pedagógico do Projeto.

CapaGuiaO Guia resume o passo a passo percorrido pelo projeto até o momento, com suas metodologias e atividades para que outras escolas possam experimentar, e também apresenta dicas pedagógicas sobre como unir esses saberes aos conteúdos escolares, do 1o ao 6o ano do ensino fundamental. “Partimos da idéia de que a criança pode aprender melhor quando o ensino contempla suas formas de viver na comunidade, quando o professor passa a utilizar elementos simbólicos e materiais que a criança domina para que o conteúdo das disciplinas ganhe significados para a criança”, explica Fábio Pena, coordenador do projeto.

No evento de lançamento do Guia, os professores e diretores das escolas participantes comemoraram mais um passo alcançado. “Esse Guia será de grande importância para o enriquecimento do nosso conteúdo programático. Nossa escola dá muita importância para os conhecimentos locais mas ainda hoje os livros que são oferecidos para nossas escolas,  retratam realidades distantes da nossa, então isso dificulta o entendimento da criança. Com esse guia pedagógico, que é feito de dentro dessa nossa realidade, vai facilitar bastante trazendo mais motivação para a aprendizagem”, comenta a Diretora da Escola Nossa Senhora de Fátima, da comunidade do Anã, Renata Godinho.

A professora Eliana Amorim que leciona língua portuguesa aos alunos do 5o ano do Ensino Fundamental na mesma escola, também acredita que o Guia “só vai somar ao que a gente já vinha desenvolvendo com as primeiras experiência do projeto na escola. Buscamos sempre introduzir a pesquisa como parte  do processo pedagógico, levando os alunos a conhecerem mais a fundo a comunidade. E com esse guia vamos aprimorar mais o nosso trabalho e fazer com que os alunos tenham um maior desenvolvimento nos estudos”.

Já o coordenador das escolas da região de rios, da SEMED, João Magalhães, disse que “trata-se de um material muito bom que vai motivar os professores e alunos, principalmente por ele ter sido construído pelas próprias comunidades, retratando a vivência, a cultura dessas comunidades”, avalia.

No evento de lançamento também foram anunciados os próximos passos do projeto. “Após este lançamento é que temos um longo trabalho pela frente. Vamos incentivar o uso do material nas escolas e avaliar os resultados para ir cada vez mais melhorando a proposta pedagógica”, explicou Davirley Sampaio, coordenador de Educação Ambiental da SEMED.

“Nosso interesse é contribuir com experiências como essa para ajudar as políticas públicas no grande desafio que é promover a melhoria da educação nas comunidade rurais. Esperamos que esta se torne uma experiência consolidada para que depois possa ser expandida para mais escolas pela rede de ensino” , afirmou o coordenador do PSA, Caetano Scannavino.

Calha Norte promove Curso de Rádio Comunitária em Santarém

14 de agosto de 2014 por Adriane Gama

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Foto: Adriane Gama

Nos dias 22, 23 e 24 de agosto, o Projeto Calha Norte realizará em Santarém, uma oficina de Rádio Comunitária, sendo dois dias de capacitação e um dia de gravação. A ideia da oficina é criar spots e programetes de rádio para divulgar as áreas protegidas da Região da Calha Norte – Rio Amazonas, para conscientizar seus moradores e vizinhos.

Este encontro terá a participação de 30 representantes de municípios envolvidos (Alenquer, Almeirim, Curuá, Faro, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Prainha,Terra Santa, Santarém e Laranjal do Jari) envolvendo radialistas, comunicadores e jornalistas interessados no tema de preservação da floresta amazônica.

A Calha Norte paraense inclusive possui cerca de 28 milhões de hectares e ocupa 23% do Estado do Pará. A região possui o maior conjunto de áreas protegidas (Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Terras Quilombolas) do mundo.

A Oficina acontecerá na Rádio Rural de Santarém será facilitada pela radialista Mara Régia, apresentadora do programa Natureza Viva – Rádio Nacional, a qual tem a missão de preparar comunicadores para falar e discutir em seus programas, temas relacionados à preservação do meio ambiente e território, às Unidades de Conservação e aos direitos dos Povos da Floresta.

A Rede Mocoronga do PSA juntamente com as redes parceiras de comunicação comunitária ribeirinha da Resex Tapajós – Arapiuns, Lago Grande e da Flona – Tapajós, foram convidadas a participar deste encontro, confirmando presença: Rádio Arariuá (Samaúma), Rádio Integração FM Beta (Vila de Boim), Rádio Raio de Sol (Muratuba), Rádio Japiim (Surucuá), Rádio São Pedro (São Pedro – Rio Arapiuns), Rádio Cabocla (Urucureá – PAE Lago Grande Rio Arapiuns) e Rádio Duas Ilhas (Comunidade Prainha).

Os spots e programas pretendem atingir a três objetivos:

– Fazer com que os moradores dos municípios da região conheçam melhor o seu território e os povos da floresta, que vivem da terra e a mantém preservada;

– Mostrar os benefícios trazidos pela floresta (preservada nas Unidades de Conservação) como por exemplo: água potável, ar puro, recursos não-madeireiros (Castanha do Pará, óleo de Andiroba, entre outros);

– Buscar a valorização da floresta em pé e das populações que nela habitam (riberinhos, quilombolas, indígenas);

Para maiores informações e dúvidas, falar com Iara Vicente, pesquisadora Trainee do Programa de Política e Economia Florestal IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, pelos contatos (91) 3075-6392 / (61) 8173-0722.

Jovens da Resex Tapajós Arapiuns participam do curso sobre empreendedorismo

11 de agosto de 2014 por Paulo Lima

Foto Elis Lucien

Foto Elis Lucien

Por Lílian Campelo

Inovar e buscar soluções criativas são algumas das características do empreendedor, e para aguçar o olhar para novas oportunidades 25 jovens da Comunidade da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapinus participaram no dia 7 da primeira aula do curso sobre empreendedorismo realizado pelo Projeto Saúde Alegria (PSA).

O curso faz parte do Projeto ‘Jovens Empreendedores no Tapajós’ em parceria com a Fundação Telefônica. Serão seis meses de duração divididos em dez módulos com carga horária de 20hs semanais que irão ocorrer de quinta a sexta-feira de 8hs às 12hs e aos sábados de 9hs às 12hs. Por mês serão ofertados até dois módulos.

Ao final os jovens irão elaborar propostas de negócio e defende-la diante de uma banca composta por especialistas. Paulo Lima, coordenador do projeto, explica que as ideias apresentadas pelos alunos deverão atender alguns critérios: caráter inclusivo, socialmente justo e ético, além de possibilitar o envolvimento de outras pessoas da comunidade onde será desenvolvido o negócio.

Algumas propostas poderão receber um prêmio em forma de apoio financeiro do Fundo Semente, doado pela Fundação Telefônica ao projeto e cuja gestão é feita pelo PSA. O apoio é uma forma de incentivar os alunos durante o curso. As ideias selecionadas serão acompanhadas até a sua implementação.

O diferencial

O Coordenador ainda explica que o curso visa despertar o interesse do jovem a partir da busca por soluções aos problemas e desafios que são postos as comunidades. Este é o diferencial do curso, incentivar os jovens agir localmente criando possibilidades empreendedoras socioeconômicas e ambientais de maneira justa e solidária utilizando as tecnologias para o desenvolvimento comunitário por meio de propostas voltado ao negócio social.

De acordo com as ‘Diretrizes estratégicas para a atuação do sistema Sebrae no mercado de negócios sociais’, atualmente há uma discussão sobre o conceito, pois o modelo ainda está em evolução. Contudo, um dos pontos em comum sobre a definição é a busca por soluções a questões sociais e/ou ambientais e que possam contribuir para transformar a realidade local, ou seja, no mesmo projeto de negócios deve conter viabilidade econômica e a preocupação social e ambiental.

O segmento contribui no desenvolvimento socioeconômico, geração de renda e inclusão social produtiva para a base da pirâmide. Porém, não basta apenas oferecer serviços para os grupos de baixa renda e sim fazê-los integrante nas diferentes partes da cadeia produtiva, sejam como proprietários, sócios, parceiros, funcionários e/ou fornecedores, tendo a possibilidade de ampliar o negócio para outros mercados.

Ideias são sonhos

Foi sob essa perceptiva que Carlos Daniel da Comunidade de Parauá vem elaborando sua proposta de negócio, implantar o ecoturismo em sua comunidade. O rapaz de 17 anos conta sobre o projeto com a voz cheia de entusiasmo, próprio da juventude. “O projeto tem tudo para dar certo, temos o Lago do Jacaré, a praia grande e algumas trilhas, o que falta é estrutura para receber o turista. Também penso em utilizamos os recursos naturais como as sementes para confeccionar artesanato para gerar renda. Desta forma as pessoas poderão levar uma lembrança da nossa comunidade”.

Assim como Daniel, Bruno Vasconcelos, 19 anos, também ainda acredita no seu negócio, mesmo não tendo sido selecionado pela banca na primeira turma do curso piloto realizado em 2013. “Quero me formar em turismo e ainda vou montar minha agência e colocar em prática meu projeto”. A proposta era montar uma agência de turismo na sua Comunidade, e motivado conta que a ideia seria algo pioneiro na região.

Atualmente Bruno trabalha como Trainee dando suporte ao curso de empreendedorismo no Projeto Saúde & Alegria e com a mesma garra em que acredita no seu futuro ele deixa um recado para os novos alunos do segundo ano do curso. “Que eles nunca desistam de seus sonhos. Eu levo uma frase de empreendedor: Um bom sonhador é aquele que busca seus sonhos, que luta pelos seus projetos para que sejam implantados, mesmo que outras pessoas digam a ele que é impossível”.

ICMBio e TAPAJOARA mobilizam reuniões comunitárias na Resex

24 de julho de 2014 por Adriane Gama

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O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio e a Organização das Associações da Reserva Extrativista Tapajós – Arapiuns – Tapajoara realizarão dois importantes eventos que ocorrerá de forma integrada na Resex, nos dias 28 e 29 de julho, respectivamente a II Reunião Ordinária de 2014 do Conselho Deliberativo Tapajós-Arapiuns e a Reunião do Conselho Comunitário da Tapajoara, na Comunidade de Vila Franca, a partir das 8h com término às 18h.

Serão convidados três representantes de todas as entidades envolvidas nesse processo de cada comunidade da Resex e custeadas parte das despesas dos participantes, como: transporte, hospedagem e parte da alimentação. A outra parcela será contrapartida das próprias comunidades. Para tanto cada conselheiro, deverá trazer seus materiais necessários e pertences pessoais (toalha de banho, cobertor e rede para dormir).

Haverá quatro barcos fretados com trajetos exclusivos para estes eventos, dois irão para o Tapajós e um para o Arapiuns, embarcando nos portos das comunidades, com exceção das comunidades acima de Mentai – Arapiuns que deverão ir até Mentai e solicitar reembolso de combustível. Para as instituições e comunitários que estiverem na cidade, um outro barco sairá de Santarém, em frente ao posto Santo Antônio. O retorno está previsto para segunda- feira, dia 28 de julho, após o término da reunião.

Os assuntos de interesse comunitário nestes encontros, entre outros, tratarão sobre: Situação Atual do Plano de Manejo da Resex Tapajós-Arapiuns, Projeto de Monitoramento Participativo, Projeto de Carbono Florestal, andamento dos trabalhos das Assistência Técnica Extrativista – ATER na Resex, Cadastramento de Moradores e Perfil do Beneficiário.

Confira agora o itinerário dos barcos:

1) B/M Jhuan Felipe: Rio Tapajós – Itinerário do Escrivão a Paricatuba (depois segue direto para a Vila Franca) – Esse barco sairá do Escrivão, às 7h do domingo, dia 27 de julho.

2) B/M Felipe Neto: Rio Tapajós – Itinerário de Surucuá até Vila Franca. Esse barco sairá de Sucuruá, às 7h do domingo, dia 27 de julho.

3) B/M RESEX Tapajoara: Rio Arapiuns – Itinerário de Mentai até Vila Franca. Esse barco sairá do Mentai, às 7h do domingo, dia 27 de julho.

4) B/M Janderson Felipe: Santarém/Vila Franca. Esse barco sairá de Santarém às 15h, do domingo, dia 27 de julho.

Para maiores esclarecimentos serão repassados pelo Programa Puxirum da Rádio Rural de Santarém, às 11h aos domingos, ou contatar com o Presidente do Conselho Deliberativo da RESEX Tapajós Arapiuns, Maurício SantaMaria através dos telefones (93) 3523-9578, ou a Tapajoara através do telefone (93) 9136-6797.