Ontem à tarde centenas de militantes de movimentos LGBTS (lesbica, gay, bissexual, transsexual e simpatizante) se reuniram para discutir a diversidade sexual no Fórum Social Mundial. As pautas principais: respeito, visibilidade e direitos humanos.

Será que ainda tem tantas desafios para enfrentar no Brasil para os gays? Os participantes acharam que sim. Um senhor comentou que foi negado o acesso ao trabalho por causa de ser gay; uma jovem reclamou que por ser lésbica, muitas mulheres são excluídas do Sistema Único de Saúde. As causas para essa discriminação são variados: medo, falta de conhecimento, pensamentos diferentes… Então, só para clarear: como é ser homossexual?

“Sou negro, pobre e além disso sou gay”, disse Jairo Santos do Grupo Homossexual do Pará. “Então, tenho um monte de preconceitos à enfrentar.” Jairo explicou que ser homossexual não é uma doença, nem uma escolha de vida. Uma pessoa simplesmente é ou não é. “É um processo de descoberta. Depois, de entender e aceitar. A gente não tem como tirar isso, como se fosse uma roupa. Não é tão fácil.”

As lutas do Grupo Homossexual do Pará se enfocam maioramente nos direitos dos gays. Todo cidadão tem os mesmos direitos e deveres, e para Jairo é uma questão de levar na prática o que está escrito nos leis brasileiros. Além disso, o respeito para a diversidade sexual faz parte de um processo de mudança de mentalidade. “No padrão da normalidade, o homem nasceu para se casar com uma mulher e ter filhos. Quando alguém cai fora dessa padrão, é visto como negativo.” Para ele, este pensamento não é culpa de ninguém, faz parte da cultura. Só espera que, com a ajuda do movimento LGBTS, terá mais espaço para a respeito das diferenças das pessoas no ponto de vista social, cultural, econômico e, claro, orientação sexual.